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Governo negocia preço com varejistas e quer popularizar antena UHF

A reunião do Fórum da TV digital realizada hoje-  fórum esse que reúne o governo, os fabricantes, a academia e os radiodifusores – decidiu tomar medidas para popularizar a antena UHF, imprescindível para que o telespectador possa receber os sinais digitais. Ficou decidido também que o governo começará a negociar  com a rede varejista o preço de venda dos conversores (setopbox) para que seja liberado o financiamento para a aquisição dos equipamentos, nos moldes do programa Computador para Todos.

Segundo fontes que participaram da reunião, constatou-se que há pouca informação sobre a necessidade de se adquirir a antena UHF – e não apenas o setopbox- para a recepção dos sinais abertos digitais.  Sem essa antena, o telespectador não consegue “pegar” a imagem. “As antenas são baratas, custam de R$ 12,00 a R$ 30,00 e há mais de 30 fabricantes no país. Precisamos apenas disseminar a necessidade do uso dessas antenas”, afirmou a fonte.

Comércio

A fabricação dos conversores está restrita à Zona Franca de Manaus e cerca de 13 empresas prometem fabricá-los.  Elas poderão usufruir dos incentivos ficais concedidos na região, semelhantes ao da lei de informática. Mas, para estimular a sua massificação, o governo pretende criar linhas de financiamento para os varejistas. Antes, porém, o governo quer discutir os preços máximos que serão cobrados pelos conversores, com e sem a interatividade.

Depois que o Brasil fechou o acordo com a Sun para não pagar royalties sobre o seu middleware Ginga, hoje, a entidade de radiodifusores européia anunciou que também estava abandonando a versão que previa esse pagamento.

Fórum da TV digital terá representante do varejo

As dificuldades do consumidor para conseguir se informar corretamente sobre as características técnicas dos equipamentos para recepção dos sinais digitais de televisão foram constatadas pelo Fórum da TV Digital, que decidiu unir-se ao varejo para minimizar o problema. Na reunião realizada nesta quarta-feira, 12, com o Comitê de Desenvolvimento de TV Digital, o grupo decidiu incluir um representante do comércio varejista como membro definitivo do fórum, tentando assim, reduzir os problemas de informação sobre a nova tecnologia.
A vaga será ocupada por um indicado de alguma associação ou federação que congregue os grandes varejistas do País, segundo fontes que participam do fórum. A expectativa é que, na próxima reunião – marcada para segunda-feira, 17, em São Paulo – já conte com a participação de um representante do comércio. O grupo acredita que questões simples podem ser resolvidas com um diálogo melhor com os donos de empresas varejistas.

Um exemplo comum da desinformação dos clientes, e que nem sempre é esclarecido no momento da compra, é que as TVs digitais e os conversores só funcionam se estiverem conectados às antenas UHF. Outra falha recorrente é anunciar produtos como full HD, mas que possuem configurações abaixo da definição do mercado. A idéia é que a campanha de informação do comércio se estenda por todo o País, independentemente se o sistema digital já está habilitado no estado.

Velha receita

A aproximação do grupo técnico – atualmente composto por representantes do governo, dos fabricantes, dos radiodifusores e das universidades – com o varejo também terá desdobramentos sobre o preço final dos equipamentos. O governo reiterou a intenção de criar um modelo de parceria com o comércio nos moldes do bem-sucedido “Computador Para Todos”. Tal qual o projeto de popularização dos computadores, o governo se comprometeu a criar um plano de redução da carga tributária que incide hoje nos televisores e set-top boxes com a intenção de alavancar as vendas dos produtos. –

Código aberto na TV digital pode baratear preço dos conversores

SÃO PAULO – Um acordo entre Sun e o Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital(SBTVD) permitirá a redução nos custos dos aparelhos conversores que custam atualmente até 1.000 reais, afirma um executivo da companhia. 

O acordo acertado esta semana tornará aberto os códigos do módulo de interatividade que está sendo desenvolvido para o sistema de TV Digital brasileiro, permitindo que fabricantes de aparelhos e emissoras não tenham que pagar royalties pelo licenciamento da tecnologia em seus produtos e serviços – como compras pela televisão e acesso à Web–, afirmou à Reuters o diretor sênior de vendas governamentais nas Américas da Sun, Luiz Maluf.

"O Brasil é o primeiro país do mundo que publicará o código da plataforma de interatividade e nós entendemos que o simples fato de não se ter royalties vai diminuir bastante os custos de produção" dos aparelhos conversores, disse Maluf. Ele acrescentou que a produção de aplicativos poderá ser acelerada sem a barreira do licenciamento da tecnologia.

As transmissões de TV digital começaram em dezembro do ano passado em São Paulo, mas a adoção da nova tecnologia pelo público tem esbarrado no preço elevado dos conversores que permitem que televisores analógicos exibam imagens em formato digital. No mercado, aparelhos de conversão custam de 500 a 1.000 reais.

O executivo evitou precisar quanto o preço dos aparelhos poderá cair se os fabricantes optarem pela versão livre da plataforma, mas afirmou que países como Finlândia, Itália e Córeia do Sul "dão subsídio de 400 dólares por set top box (conversor)".

As especificações do módulo aberto de interatividade Ginga, deverão estar prontas até o começo de junho e a partir daí os códigos serão disponibilizados no site ginga.org.br, explicou Maluf.

A companhia, que produz servidores e vende serviços relacionados, vê nos 98 milhões de televisores instalados no país um potencial de aumento de receitas por meio do crescimento do tráfego de informações e do volume de armazenamento de dados que será gerado na transição do sistema analógico para o digital.

"Isso cria um mercado para nós de crescimento exponencial. Os datacenters vão subir a petabytes até 2016, com as emissoras podendo oferecer uma série de serviços", disse Maluf. Em 2016, as emissoras do país serão obrigadas a parar de usar sinais analógicos, passando a transmitir seu conteúdo somente em modo digital.

Do faturamento anual da Sun no mundo, de 13,4 bilhões de dólares, cerca de 80 por cento é gerado por receitas com servidores e armazanemanto de dados, disse o executivo. A América Latina viu em 2007 um crescimento de quase 31 por cento nas receitas em relação ao ano anterior, uma das taxas mais expressivas no conjunto de regiões em que a Sun atua no mundo, disse Maluf.

A disponibilização dos códigos também pode incentivar outros países a adotar a tecnologia usada pelo Brasil, incentivando também os negócios da Sun com servidores e serviços, afirmou o executivo.

Samsung lança primeiro celular para TV digital e Vivo comercializa até abril

Durante solenidade em Campinas, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro das Comunicações, Hélio Costa, e dos ministros Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e Sérgio Rezende, de Ciência e Tecnologia, a Samsung apresentou oficialmente o primeiro aparelho celular capaz de receber o sinal de TV digital transmitido pelas emissoras de TV aberta no Brasil, nesta terça-feira, 4. O presidente Lula e os ministros não discursaram nem falaram com os jornalistas.

O aparelho inicialmente será comercializado pela Vivo entre o final de março e início de abril, com a tecnologia GSM. A estimativa da Samsung é que até o final do ano sejam vendidas cerca de 50 mil unidades. "A expectativa é bastante positiva, dada a característica dos brasileiros que gostam muito do conteúdo da TV aberta", afirma Oswaldo Mello, diretor de telecom da Samsung.

O executivo explica que a negociação com a Vivo avançou mais rapidamente e, por isso, a operadora está saindo na frente das concorrentes. Segundo ele, dentro de algumas semanas as demais teles móveis estarão com o produto em seus portfolios. A estimativa da Samsung é que o preço para o consumidor fique entre R$ 1.599 e R$ 1.699. A Vivo – que também está oferecendo um terminal da Semp Toshiba compatível com a TV digital – diz que ainda não sabe o preço final do produto.

TV para pré e pós-pago

Hilton Mendes, diretor de desenvolvimento de terminais da Vivo, explica que o preço dos produtos é definido mais perto das vendas. "Os produtos estão sendo tratados como telefones normais dentro da Vivo. Vão estar disponíveis em todos os planos, tanto para clientes pré quanto pós-pagos. Apenas estamos tomando cuidado para não vender onde ainda não haja sinal da TV digital para não frustrar os clientes", diz Mendes. Por se tratar de sinal de TV aberta, o serviço de transmissão é gratuito, e independe da relação operadora/cliente.
O modelo da Samsung é compatível com as redes 3G (HSDPA), mas o da Semp Toshiba, não. "Hoje, existem vários modelos de aparelhos 3G no mercado, mesmo que a operadora não tenha rede. Isto não é um problema", afirma o diretor da Vivo.

A Samsung também venderá o aparelho desbloqueado, capaz de aceitar o chip de qualquer operadora. Mas ainda não fechou nenhum contrato com revendedores, que normalmente são os grandes varejistas. Mello diz também que até o fim do ano a empresa lançará mais um ou dois modelos compatíveis com TV digital em uma faixa de preço menor.

A bateria do aparelho da Samsung tem duração estimada de três horas e meia de uso contínuo da TV. Já a Vivo informa que a duração da bateria do aparelho da Semp Toshiba pode variar de três a cinco horas, dependendo da distância que o aparelho está da antena do radiodifusor e dos ajustes de brilho, contraste, etc.

Público-alvo

Mendes, da Vivo, afirma que a operadora está conduzindo pesquisas para tentar identificar qual será o perfil de usuário desses aparelhos. De antemão, no entanto, ele afirma que o público é bastante diversificado. "Podem ser homens que querem ver o jogo de domingo durante uma festa de criança. As mulheres que gostam de novela. As crianças enquanto os pais dirigem, entre outros", diz ele. Mendes ainda acredita que o aparelho terá um grande apelo durante as Olimpíadas de Pequim, para ver os jogos.

Oswaldo Mello, da Samsung, ainda acredita que o aparelho terá um apelo forte entre as pessoas que não moram em São Paulo, mas que vêm à cidade freqüentemente. "Será objeto de desejo dessas pessoas, não tenho a menor dúvida", diz.

A transmissão do sinal da TV digital é feita pela rede dos radiodifusores e pode ser sintonizada gratuitamente pelos dispositivos móveis compatíveis, não só celular. Com o término das especificações do Ginga – midleware brasileiro (elemento do sistema de TV digital responsável pela interatividade e pelos aplicativos), as operadoras poderão auferir alguma receita com serviços baseados em interatividade, como votação por SMS entre outros. "Algumas vezes, como nesse caso, há um benefício indireto para a operadora, que é atrair ou fidelizar clientes através de um serviço inovador. No decorrer do tempo, desenvolveremos novos serviços com os radiodifusores", afirma Mendes, da Vivo.

TV rural, o dilema da transição digital norte-americana

Em 18 de fevereiro de 2009, as principais emissoras de TV norte-americanas terão que desativar as transmissões analógicas e passar a transmitir apenas com sinais digitais. Há, no entanto, uma polêmica envolvendo as emissoras de baixa potência, que atendem as áreas rurais.

Essas emissoras não foram obrigadas a também fazer a migração para a TV digital, mas a FCC (Federal Communications Commission), a agência reguladora norte-americana, anunciou, no mês passado, que irá subsididar com US$ 80,00 o setop box para que as residências rurais possam converter os sinais digitais a serem transmitidos pelas grandes redes para a sua TV analógica.

Essa decisão está provocando reação entre os proprietários das pequenas emissoras de TV, que temem que esses conversores acabem bloqueando os seus sinais analógico, mais fracos.

E o presidente da FCC, Kevin Martin já avisou a esses pequenos radiodifusores que em quatro ano, ou seja, em 2012, todos eles terão que acabar com as transmissões analógicas.