Código aberto na TV digital pode baratear preço dos conversores

SÃO PAULO – Um acordo entre Sun e o Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital(SBTVD) permitirá a redução nos custos dos aparelhos conversores que custam atualmente até 1.000 reais, afirma um executivo da companhia. 

O acordo acertado esta semana tornará aberto os códigos do módulo de interatividade que está sendo desenvolvido para o sistema de TV Digital brasileiro, permitindo que fabricantes de aparelhos e emissoras não tenham que pagar royalties pelo licenciamento da tecnologia em seus produtos e serviços – como compras pela televisão e acesso à Web–, afirmou à Reuters o diretor sênior de vendas governamentais nas Américas da Sun, Luiz Maluf.

"O Brasil é o primeiro país do mundo que publicará o código da plataforma de interatividade e nós entendemos que o simples fato de não se ter royalties vai diminuir bastante os custos de produção" dos aparelhos conversores, disse Maluf. Ele acrescentou que a produção de aplicativos poderá ser acelerada sem a barreira do licenciamento da tecnologia.

As transmissões de TV digital começaram em dezembro do ano passado em São Paulo, mas a adoção da nova tecnologia pelo público tem esbarrado no preço elevado dos conversores que permitem que televisores analógicos exibam imagens em formato digital. No mercado, aparelhos de conversão custam de 500 a 1.000 reais.

O executivo evitou precisar quanto o preço dos aparelhos poderá cair se os fabricantes optarem pela versão livre da plataforma, mas afirmou que países como Finlândia, Itália e Córeia do Sul "dão subsídio de 400 dólares por set top box (conversor)".

As especificações do módulo aberto de interatividade Ginga, deverão estar prontas até o começo de junho e a partir daí os códigos serão disponibilizados no site ginga.org.br, explicou Maluf.

A companhia, que produz servidores e vende serviços relacionados, vê nos 98 milhões de televisores instalados no país um potencial de aumento de receitas por meio do crescimento do tráfego de informações e do volume de armazenamento de dados que será gerado na transição do sistema analógico para o digital.

"Isso cria um mercado para nós de crescimento exponencial. Os datacenters vão subir a petabytes até 2016, com as emissoras podendo oferecer uma série de serviços", disse Maluf. Em 2016, as emissoras do país serão obrigadas a parar de usar sinais analógicos, passando a transmitir seu conteúdo somente em modo digital.

Do faturamento anual da Sun no mundo, de 13,4 bilhões de dólares, cerca de 80 por cento é gerado por receitas com servidores e armazanemanto de dados, disse o executivo. A América Latina viu em 2007 um crescimento de quase 31 por cento nas receitas em relação ao ano anterior, uma das taxas mais expressivas no conjunto de regiões em que a Sun atua no mundo, disse Maluf.

A disponibilização dos códigos também pode incentivar outros países a adotar a tecnologia usada pelo Brasil, incentivando também os negócios da Sun com servidores e serviços, afirmou o executivo.

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