Conselho de Administração da EPC toma posse nesta quinta

Redação – TV PE

Nesta quinta-feira, 19 de setembro, será realizada a cerimônia de posse do primeiro Conselho de Administração da Empresa Pernambuco de Comunicação. A cerimônia será realizada às 14h, no auditório da Secretaria de Ciência e Tecnologia, quando também será eleito o primeiro presidente do Conselho.

CONSELHO – O Conselho de Administração é o órgão de orientação e direção superior da EPC. Composto por 13 membros, sendo seis representantes da sociedade civil, seis representantes do governo do estado – indicados pelas secretarias de Imprensa, Casa Civil, Ciência e Tecnologia, Educação, Cultura e pela Procuradoria Geral do Estado – e um representante indicado pela Associação Municipalista de Pernambuco – AMUPE. O primeiro Conselho de Administração, nomeado em 15 de agosto deste ano, assume o cargo para o triênio 2013-2016.

Dilma se diz preocupada com emendas ao Marco Civil da Internet

Em reunião com integrantes do Comitê Gestor da Internet (CGI) realizada nesta segunda-feira (16), no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff teria reafirmado sua posição já divulgada na semana passada a favor da “neutralidade da rede” com a ressalva de que o caminho não será fácil. De acordo com uma fonte do CGI, a presidenta teria dito estar “preocupada com as propostas de emendas ao texto atual do Marco Civil da Internet que possam surgir”.

Na semana passada, a presidenta Dilma Roussef pediu oficialmente urgência na votação da proposta de um Marco Civil da Internet, o que estabeleceu uma nova dinâmica para o processo que estava sendo trancado no Congresso. Agora, o texto precisa ser votado em até 45 dias ou passa a trancar a pauta do casa legislativa. No encontro com o relator do documento, Alessandor Molon (PT-RJ), Dilma teria se posicionado favoravelmente ao polêmico ponto da “neutralidade de rede”.

O posicionamento expresso pela presidenta em favor do Marco Civil da Internet tem ganhado destaque, pois até então não havia declaração oficial nesse sentido, e teria sido impulsionado pela crise promovida pela espionagem americana. Ainda assim, o conteúdo da proposta não é ponto pacífico dentro do governo. De acordo com matéria publicada pelo portal especializado “Telesíntese”,  o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) discorda do que propõe Ministério das Comunicações (Minicom), embora o conteúdo da discordância não tenha vindo à público.

Sabe-se que o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, tem se mostrado favorável, por exemplo, à regulação da neutralidade de rede pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o que desagrada a sociedade civil e muitos dos membros do CGI. A entidade espera ter um papel mais protagonista nesse ponto do que até segunda passada o governo vinha insinuando que deveria ter.

A reunião com o CGI se configura como mais um capítulo dos desdobramentos que decorrem da denúncia de espionagem do governo brasileiro pelos Estados Unidos. Desde que veio à público o fato, o poder executivo tem se movimentado para cobrar maior segurança e respeito à soberania nacional nas redes de telecomunicação.

Leis específicas

A presidenta Dilma Roussef se mostrou interessada também na polêmica em torno do segundo parágrafo do artigo 15 do Marco Civil. O texto não é aceito por todo o CGI e alguns defendem que seja revisto, por se tratar de uma discussão que deveria ser feita em uma  lei específica sobre direitos autorais. Existe um longo debate em torno da responsabilidade do conteúdo veiculado na internet e quem teria o poder de tirar do ar algo que tenha sido notificado como indevido. Segundo fontes não oficiais, ao ouvir sobre os problemas decorrente do parágrafo citado, a presidenta teria dito “vou mandar tirar!”.

Outro ponto discutido se refere ao armazenamento de dados no Brasil pela empresas operadoras do serviço de telecomunicações.  Conforme o que teria sido expresso por alguns integrantes do CGI, o tema poderia ser melhor posicionado no âmbito do Anteprojeto de Lei de Proteção de Dados Pessoais, no qual, inclusive, haveria melhores parâmetros de proteção a esses dados que passariam a ser guardados no país.

Governança

O governo brasileiro se mostra cada vez mais interessado em algum tipo de regulação internacional compartilhada da rede mundial de computadores após a divulgação de que o governo americano estaria espionando o país. Para Veridiana Alimonti, integrante do CGI e advogada do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), a reunião marca um momento importante da relação entre presidência e CGI, ressaltando a importância do modelo multissetorial para a governança da internet”. 

Embora haja com frequência indícios de que o governo (por meio do Minicom e da Anatel) tenha inclinações em favor de que a governança da internet deveria ser feita pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), a presidenta demonstrou simpatia pela experiência de composição ampla e diversa (sociedade civil, governo e empresas) do CGI, reconhecida internacionalmente pelo seu êxito e seu desempenho no desenvolvimento da internet no país valorizando princípios democráticos.

Segundo Virgílio Almeida, representante do MCTI  e coordenador do CGI, os vários fóruns que discutem internet pelo mundo têm reconhecido no exemplo brasileiro de governança “um modelo inovador”. “Mostramos para a presidenta a forma que o Brasil faz a governança da internet”, afirmou. 

A apresentação do CGI se mostrou importante também para esclarecer alguns pontos. Segundo Carlos Afonso, representante da sociedade civil no CGI, “alguns ministros demonstraram dificuldades em entender como funcionam as coisas na rede, mas acho que respondemos com bastante clareza”. Entre os presentes estavam os ministros Celso Amorim (Ministério da Defesa), Gleise Hoffmann (Casa Civil), Miriam Belchior (Secretaria de Direitos Humanos), Paulo Bernardo (Minicom), José Eduardo Cardozo (Ministério da Justiça), Marco Antônio Raupp (MCTI) e Fernando Pimentel (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC).

Acredita-se que o resultado do encontro com o CGI renderá frutos no discurso da presidenta Dilma na abertura da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na próxima semana, pois, conforme teria declarado a dois jornais gaúchos (Correio do Povo e Zero Hora), tratará dos temas da espionagem e da neutralidade de rede. Falou-se em um próximo encontro para prosseguimento do diálogo, mas a data permanece em aberto.

Marco Civil da Internet entra em regime de urgência de votação

A presidenta Dilma Roussef cobrou na última quarta (11/9) a votação do Marco Civil da Internet em regime de urgência no Congresso Nacional. A mensagem foi publicada no Diário Oficial da União e, na noite anterior (10/9), reunida com o relator da proposta Alessandro Molon (PT-RJ), a presidenta manifestou interesse de que seja mantido o texto que trata da neutralidade de rede.

A decisão do governo federal foi manifestada em uma reunião que segue a linha de discussões de emergência realizadas após as denúncias de espionagem sofridas pelo governo brasileiro pelos Estados Unidos. No centro da polêmica, encontra-se o papel que tem sido desempenhado pelas empresas de telecomunicações que dominam o setor e são controladas por capital internacional. Como o Marco Civil da Internet define princípios que devem ser respeitados na rede mundial de computadores, espera-se que a partir dele se teria o suporte necessário para a defesa de direitos como o da liberdade, isonomia e privacidade.

A votação do Marco Civil da Internet desde novembro do ano passado vem sendo bloqueada pelo colégio de líderes da Câmara, tendo destaque o papel exercido pelo líder do PMDB na Casa, Eduardo Cunha (RJ) esse sentido. Entrando em regime de urgência constitucional, contam-se 45 dias e, a partir de então, os deputados ficam impedidos de votar outros projetos antes daquele. Depois disso, a votação segue para o Senado com a mesma dinâmica estabelecida pelo regime especial.

Pontos polêmicos

O princípio da “neutralidade de rede” tem sido ponto especialmente polêmico dentro da proposta de Marco Civil da Internet, devido ao interesse das grandes empresas de terem liberdade para definir modelos de negócios que possam limitar a liberdade dos usuários, fazendo cobranças diversificadas para cada serviço (tratados atualmente de forma indiscriminada) e interferindo na transferência de dados de forma não compatível com a garantia de um tratamento igual para todos.

A guarda de registro de conexão (“logs”) pelas empresas do setor tem sido outro foco de divergências. Enquanto alguns consideram que o armazenamento de tais informações seria uma invasão da privacidade, ferindo assim os direitos do usuário, outros defendem que esses dados podem ser usados inclusive para a investigação de crimes na internet. Outro uso possível seria econômico, fazendo com que as empresas vendessem dados de navegação para outras interessadas em mapear o comportamento dos internautas.

Outro ponto que tem dividido o debate se refere à publicação de conteúdos na internet. A indústria da cultura faz pressão para que seja incluído no texto um parágrafo que determine a retirada de material que possa estar ferindo direitos autorais após a simples notificação. Outros grupos defendem que tal controle deve ser feito apenas por medida judicial. Também não há acordo sobre a responsabilização sobre a veiculação de conteúdos, se esta é exclusiva do usuário ou conjunta com os provedores que o disponibilizam.

O rádio completa 90 anos no Brasil. Há motivos para comemorar?

Há nove décadas, a radiodifusão começava no país. Desde lá, a tecnologia evoluiu e a cidadania avançou, mas a democracia continua longe da comunicação eletrônica de massa.

O rádio nasceu comunitário. Pessoas ligadas à Academia Brasileira de Ciências, como Henrique Morize e Edgar Roquette-Pinto, reuniram-se para criar uma emissora com finalidades educativas e culturais. Após 90 anos, umas das lei que regula a comunicação só entende comunidade como território (de mil metros). Fica de fora a chamada “comunidade de interesses”, como os pioneiros da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro faziam.

Depois de doar a emissora ao Ministério da Educação, Roquette-Pinto lutou para criar uma TV educativa. Contudo, as TVs educativas acabaram nascendo descoladas de um projeto de mídia pública. Retrato das comunicações do Brasil: um amontoado de serviços, definidos por diversas leis, decretos e portarias, que, apesar da quantidade, não conseguem garantir o mais importante para a sociedade, que é o direito humano à comunicação.

Aliás, Roquette-Pinto já anunciava muito do que estamos discutindo em tempos de convergência. Ele usava diversas mídias com o objetivo de educar. Cinema e rádio foram as principais plataformas disponíveis à época para explorar o potencial transformador da comunicação.

Hoje, as empresas ainda engatinham na comunicação multiplataforma. Até mesmo grupos de natureza convergente, como a EBC, aproveitam pouco sua potencialidade. Por falar nela, a Empresa Brasil de Comunicação perdeu a oportunidade de celebrar o feito de Roquette-Pinto e companhia. Os 90 anos da Rádio Sociedade (atual MEC AM) foram ignorados pela diretoria da estatal, atualmente responsável pelas MEC AM e FM, Rádios Nacional do Rio, Brasília, Amazônia e Alto Solimões, além de TV Brasil (antiga TVE), NBR e Agência Brasil.

A EBC tem se aproximado cada vez mais da velha estatal Radiobrás e de sua ‘Voz do Brasil’, do que da Rádio Sociedade de Roquette-Pinto, da TVE do Rio ou da Rádio Nacional da Era do Rádio. É preciso que se torne atrativa, mais pública e menos estatal. Pode fazer isso começando a aumentar a participação da sociedade na gestão da empresa e garantindo financiamento independente de verbas governamentais. E também experimentando mais, fugindo da tentação de copiar fórmulas batidas de jornalismo e produção, só que com menos dinheiro.

Comunicação colaborativa

É bom lembrar que o rádio era interativo em seu princípio. Com potencial de ecoar a voz de muitos, limitou-se a Rádioamador, abrindo espaço para um rádio unidirecional, onde apenas um fala e o restante escuta. Essa foi uma imposição da sociedade e não da tecnologia. Ótima recordação para aqueles que não dão importância para os debates sobre regulação de novos serviços, como o Marco Civil da Internet.

A tecnologia, por si só, não define o uso do rádio, da internet, do jornal e da televisão. As leis que regulamentam a Comunicação estabelecem como será a mídia de um país. E as diferenças são muitas. Em boa parte da Europa, por exemplo, a maioria das emissoras são públicas. No Brasil, entre os canais de TV 2 a 13, UHF 14 a 69 e do FM 88 a 108 MHz, é possível contar nos dedos de uma mão as estações do campo público: quase todas são privadas com fins lucrativos.

Por aqui o quadro ainda é pior, já que o velho modelo de financiamento copiado dos Estados Unidos está em crise. Com a concorrência de outros meios, a audiência da radiodifusão diminuiu, reduzindo também as verbas publicitárias. Por isso, quase todas as rádios e TVs alugam suas programações para religiões e lojas de varejo que passam o dia inteiro em pregações ou mostrando tapetes, relógios e anéis. Com isso, ficam sem espaço os produtores independentes e a mídia alternativa.

Convergência e Rádio Digital

A evolução tecnológica permite a convergência entre o rádio e outros serviços no chamado rádio digital. Os padrões disponíveis permitem que as atuais estações melhorem a qualidade do áudio e carreguem novas funcionalidades como vídeos de baixa resolução, fotos e notícias.

Seria a realização do sonho multimídia de Roquette-Pinto. Porém, hoje, a mentalidade dos empresários do rádio é mais atrasada daquela dos pioneiros de 1923. Eles parecem não querer o rádio digital, mas apenas a migração das emissoras AM para novas frequências de FM. Isso sem falar nas rádios comunitárias. Mesmo sendo a maioria das atuais estações, continuam sofrendo os ataques de uma lei criada pelos donos das rádios comerciais.

Lei da Mídia Democrática é solução imediata

Muita coisa precisa mudar na comunicação de massa que completa 90 anos no Brasil. As ruas pedem pressa, por isso uma das saídas imediatas é a aprovação do Projeto de Lei da Mídia Democrática, organizado por diversos movimentos sociais ligados à Campanha Para Expressar a Liberdade, promovida pelo FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação).

Essa lei, se aprovada, regulamenta importantes artigos da Constituição de 1988, garantindo a democracia na Comunicação em benefício do cidadão e para que os próximos 90 anos da radiodifusão no Brasil sejam de comemoração.

*Arthur William integra o Conselho Diretor do Intervozes.

Seminário discute velhos e novos desafios da liberdade de expressão

Redação – Artigo 19

A  Artigo 19, apresenta no dia 26 de setembro de 2013, no Memorial da América Latina, o seminário “Velhos e Novos Desafios da Liberdade de Expressão”, procurando debater antigos, porém ainda recorrentes, e os novos desafios que atingem a liberdade de expressão no Brasil atualmente.

O seminário irá acontecer em único dia: no período da manhã (das 9h até as 12h), serão 2 mesas de exposição com os temas violência, censura e ações judiciais, abarcando velhos problemas que atingem a liberdade de expressão; e, no segundo turno, no período da tarde (das 14h até as 17h), se discutirão os novos desafios à liberdade de expressão, com duas mesas sobre os temas internet e direitos autorais.

Para maiores informações, entre em contato com a Artigo 19, através do email brasil@article19.org ou acesse o site http://artigo19.org/?p=3184

Vagas limitadas