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Embratel começa a instalar fibra óptica em São Paulo

A Embratel iniciou por Osasco um plano nacional de instalar redes de fibra óptica e cabo nas cidades para entrar no mercado de banda larga residencial — até agora, o serviço era ofertado apenas para o mercado corporativo. A meta é, em três anos, oferecer o serviço de banda larga para 4 milhões de residências. "A estratégia é fazer uma oferta combinada de produtos, usando as redes de fibra e de cabo para banda larga e telefonia e o serviço de TV por assinatura por meio de satélite (DTH)", informou, ao Tele.Síntese, Antônio João Filho, diretor executivo de televisão da Via Embratel. A operadora não pode, pela regulamentação atual, oferecer TV paga por meio do cabo. Por outro lado, vem liderando o crescimento no serviço de TV paga por DTH, já ofertado em mais de 4,5 mil municípios.

"Começamos com a oferta de banda larga residencial há um mês, com velocidades acima de 1 Mbps até 120 Mega", informou Antônio João. Na fase inicial, o serviço está disponível para cerca de 50 mil residências e a cidade de Osasco foi escolhida por ter "um perfil de consumo bom" e por ser uma área onde Net Serviços não opera. "A estratégia é não competir com a Net", ressaltou o executivo. Segundo a assessoria de comunicação da empresa, a banda larga de R$ 1 Mega está sendo oferecida por R$ 29,80 a mensalidade, no plano Via Completo, que combina a aquisição da banda larga com serviços de telefonia e de TV por DTH. O serviço de telefonia, por enquanto, não está sendo comercializado, mas a empresa está oferecendo para testes, por seis meses, gratuitamente. A oferta combinada tem diferentes pacotes. No menor, o pacote essencial, o assinante pode contratar a TV paga, com 55 canais, por 12 meses, mais a banda larga de 1 Mega, pagando mensalidade de R$ 84,7 (e tem seis meses de telefone fixo para testar). O maior pacote "TV Família Cinema" é combinado com a banda larga de 12 Mega e custa R$ 234,8 mensais (também num contrato de 12 meses) e o cliente tem direito a 96 canais, além do telefone para teste.

Meta de 1 milhão no DTH

O serviço de TV por assinatura por meio do satélite é o que mais tem crescido no país, segundo os dados da Anatel. A Embratel, que lançou o seu Via Embratel em dezembro de 2008, encerrou junho deste ano com 655,7 mil assinantes. A meta para o final de 2010 é ter 1 milhão de clientes no serviço de TV paga, segundo Antônio João.

A operadora, que focava inicialmente as classes econômicas de menor poder aquisitivo, está oferecendo sua TV paga para todas as classes sociais e está investindo no conteúdo de alta definição. No início de junho lançou nove canais de HD. O pacote HD oferece 96 canais SD, mais os 9 canais HD e o acesso a banda larga de 12 Mega por mensalidade de R$ 309,8.

Telefônica entra com pedido de anuência prévia para assumir totalmente a Vivo

O acordo entre Telefônica e Portugal Telecom envolvendo o controle da maior operadora móvel do Brasil, a Vivo, foi apresentado nesta sexta-feira, 30, à Anatel para análise prévia. De acordo com a legislação do setor, qualquer alteração societária com impacto em empresas de telecomunicações no Brasil precisa receber uma anuência prévia da agência reguladora brasileira. Assim, o negócio entre espanhóis e portugueses só poderá ser concluído após o aval da Anatel.

A assessoria da agência confirmou a chegada da documentação, mas não forneceu maiores informações sobre o conteúdo do pedido. O material deverá passar por uma análise técnica nas superintendências e não há prazo para a conclusão da avaliação, ainda que a expectaticva da Telefônica seja de 60 dias. Só após a produção de um relatório técnico sobre o tema é que o Conselho Diretor da agência poderá julgar o negócio fixado entre as empresas.

O caso pode gerar algum tipo de restrição regulatória por conta da presença da Telefônica no bloco de controle da TIM. Atualmente, a empresa espanhola já segue uma série de regras estipuladas pela agência para assegurar a separação dos negócios entre Vivo e TIM (uma vez que a Telefônica sempre dividiu o controle da Vivo com a Portugal Telecom). Por isso, é possível que a agência reforce a necessidade de cumprimento dessas restrições anteriores agora que os espanhóis assumirão o controle pleno da Vivo.

Vale lembrar que esta etapa da análise não se confunde com a avaliação concorrencial que o negócio terá que passar no Brasil. Esta primeira avaliação é apenas regulatória, ou seja, se o negócio segue a legislação e regulação do setor. A análise antitruste acontecerá apenas após o fechamento do negócio, quando a Anatel produzirá um novo parecer, voltado para os impactos da operação para o mercado de telecomunicações.

Vale lembrar que a Telefônica também aguarda que a Anatel conclua a análise concorrencial da compra da TVA, realizada em 2006 e aprovada no começo de 2007.

BNDES considera positiva operação da PT com a Oi

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) considera positiva a eventual aliança da Oi com a Portugal Telecom, conforme os termos anunciados hoje pelas duas companhias.

Por nota, o banco disse que o acordo entre os portugueses e a Oi abre caminho para a internacionalização da companhia, um dos objetivos de seu plano de negócios, e melhora sua estrutura de capital, permitindo a continuidade e expansão de seus investimentos. Os países da América Latina e a África estão an mira de investimentos da operadora.

A PT vai pagar até R$ 8,44 bilhões para obter uma participação minoritária de 22,4% na Telemar Norte Leste, braço operacional do Grupo Oi, deixando, desta forma, o controle da Vivo com a Telefónica. A empresa espanhola conseguiu arrematar o controle da Vivo, depois de aumentar pela terceira vez a oferta pela operadora. A Telefónica vai pagar 7,5 bilhões de euros à empresa de telecomunicações portuguesa.

No que diz respeito à divisão societária, o banco disse que independentemente do tamanho da participação do BNDES na companhia, a aliança não altera os direitos que o banco possui atualmente como acionista da Oi. "A iniciativa garante que os pressupostos da reestruturação societária apoiada pelo BNDES em 2008 serão integralmente mantidos", informa o banco de fomento. Desta forma, a empresa continuará a ser uma companhia de telecomunicações com controle brasileiro, capaz de competir com eficiência no país e ocupar espaços também no mercado internacional.

Com Oi, PT mira combos e atuação nacional

E foram quase 100 dias de idas e vindas e muita negociação, como frisou Zeinal Bava, presidente da Portugal Telecom, até que as transações fossem concluídas. Mas, para o executivo, o esforço valeu já que todas as partes saíram satisfeitas. Agora, com 22,4% da Oi em mãos, os portugueses já miram as oportunidades que terão a explorar pela frente. A presença da brasileira em telefonia fixa, móvel e TV por assinatura é algo que chama atenção da PT.

"Só para esclarecer, vamos ser acionista estratégico da Oi. A PT não é investidor financeiro. Consolidação dos nossos ativos é fundamental. A forma como transação foi estruturada garantem que PT continuará fazendo consolidação dos investimentos", aponta Bava. O executivo lembrou que terá direito a participação no conselho de administração e no comitê operacional da Oi.

Em apresentação à imprensa, Bava apresentou diversos números da nova parceira e disse que os 62 milhões de clientes da Oi tornam mais possível garantir uma das metas da PT que é atingir a marca de 100 milhões de clientes em todo o mundo até 2011. "Vamos poder consolidar nossa participação num aspecto relevante. Dois terços do investimento é para ficar na empresa, para fortalecer balanço, aumentar flexibilidade financeira e potencializar a Oi no mercado brasileiro e como operador regional, com ambição latino-americana."

Bava ressaltou a presença nacional da Oi, a liderança da companhia em telefonia fixa e a quarta força em móvel. O executivo, mostrando conhecimento da realidade da nova parceira, apontou o Estado de São Paulo como um dos desafios da telco. "A Oi tem 62 milhões de clientes, atua em TV paga. Esta empresa tem perfil de crescimento diferente da Vivo e em dimensão é o dobro da Vivo em Ebtida. Gera lucro e investimos em uma operação com resultados líquidos positivos. Com injeção de capital (a Oi) vai reduzir a dívida e potencializar crescimento no futuro. Voltaremos a ser operador de escala internacional com aporte na Oi."

Para analistas, compra da Vivo pela Telefônica é positiva

O mercado tem reagido bem ao anúncio de aquisição do controle pleno da Vivo pela Telefônica. A reação positiva dos negociadores na Bolsa de Valores de São Paulo não está apenas na elevação consistente das ações das duas empresas, na casa dos 10% para os papéis da Vivo e dos 5% para a Telefônica. Relatórios divulgados por corretoras recomendam a compra dos papéis das companhias, apostando nas sinergias que o negócio trará para o grupo.

A Brascan, por exemplo, listou como vantagens o "aumento da receita, através da redução de churn, além da venda casada de serviços", a integração de redes das operadoras fixa e móvel, redução de despesas e de Capex e prováveis sinergias fiscais, reduzindo ainda mais os custos da operação. A queda potencial no churn, prevista pela Brascan, está associada ao aumento da concorrência no mercado paulista, com a integração entre Net e Embratel, que tem "roubado" muitos clientes da Telefônica.

Para a corretora, a operação anunciada hoje pode dar novo fôlego à Telefônica nos mercados de telefonia fixa e banda larga, além de preparar a companhia para uma briga ainda maior no futuro, caso se concretize uma integração plena entre Embratel e Claro, ambas controladas pelo mega-empresário Carlos Slim.

Riscos

Mesmo com a recomendação de compra das ações e a análise geral positiva com relação ao negócio, as corretoras também vislumbram riscos econômicos na operação, caso a convergência não gere os frutos esperados. Um dos alertas é com relação à Oi. Para a Brascan, o potencial da companhia não pode ser subestimado, mesmo na telefonia móvel, onde ela é a última colocada no mercado. Para os analistas, a cobertura nacional da empresa, gerada pela compra da Brasil Telecom, "pode torná-la mais competitiva em comparação a TIM e Vivo".

Questões típicas do mercado de telecomunicações também podem resultar em impactos negativos nas contas do grupo Telefônica. É o caso de uma eventual queda na VU-M provocada pela consolidação com a Vivo, caso o tráfego não aumente o suficiente para compensar os ganhos gerados durante a operação separada. Outro aspecto que pode impactar negativamente nas contas é a possibilidade de a operação não ser suficiente para reverter a queda de ARPU que o grupo tem registrado em seus balanços. Esse é um risco concreto por causa da alta competitividade do setor e do crescimento do número de promoções.