Seminário relaciona o acesso à internet com o direito do consumidor

Redação – Observatório do Direito à Comunicação

O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) realiza no dia 3 de junho, em Brasília, o seminário “Acesso à Internet e Direitos do Consumidor: balanço e perspectivas”. O evento tem por objetivo realizar uma avaliação das políticas voltadas à ampliação do acesso à banda larga.

Entre os pontos abordados encontram-se o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), o Marco Civil da Internet, a neutralidade de rede e desafios para o acesso à internet móvel. As inscrições são gratuitas, mas as vagas são limitadas.

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Lei de Acesso à Informação tem encontrado obstáculos

A Lei de Acesso à Informação (LAI) completou no dia 16 de maio dois anos de vigência. Embora consista em um avanço no sentido da garantia do direito à informação, o dispositivo tem encontrado uma série de limitações e tem sido alvo de críticas.

Até outubro de 2013, apenas 16 das 27 unidades da federação (estados e distrito federal) haviam editado decretos sobre a legislação e 933 prefeituras haviam aderido ao programa Brasil Transparente, da Controladoria Geral da União (CGU). A Lei 12.527/2011 obriga órgãos públicos a fornecerem informações ou documentos solicitados em um prazo de 20 dias, desde que não seja considerados secretos.

Mesmo com a lei vigente, representantes da sociedade civil têm se queixado sobre a disposição dos órgãos públicos em atender às solicitações de acesso à informação. Para a Conectas, organização que defende os direitos humanos, governos estaduais e Federal têm blindado suas áreas de segurança pública e temas de política externa, contrariando o espírito da LAI.

“Quanto mais irrelevante o assunto, mais transparente é a postura do governo. Daí o número global tão positivo que eles apresentam, sobre casos atendidos. Mas, toda vez que solicitamos dados realmente importantes, eles são negados”, diz Juana Kweitel, diretora adjunta da Conectas. “Há uma cultura disseminada de que assuntos relevantes são secretos e de que a população não deve se meter em assuntos de segurança e de política externa. É preciso mudar uma cultura. A lei sozinha não fará isso”, completa.

Uma das áreas que têm encontrado obstáculos de acesso à informação têm sido as contas públicas de investimento em publicidade oficial. O Centro de Cultura Luiz Freire, por exemplo, tem enfrentado essa dificuldade em Pernambuco , onde o governo teria gasto em 2011 mais de R$ 70 milhões com propaganda. “Queremos saber quanto, num determinado período, cada empresa de comunicação recebeu do governo em gastos com publicidade. Não deveria ser tão difícil”, explica Luana Varejão, advogada do Centro Popular de Direitos Humanos, que assiste o Centro de Cultura Luiz Freire.

A luta pelo direito à comunicação deve se somar às pautas da juventude

Por Douglas Moreira*

Ano passado, milhares de jovens saíram às ruas para reivindicar direitos sociais e participação política, questionando, inclusive, o sistema político vigente no Brasil. Ações que pediam o direito à cidade e reclamavam de uma não representação das instituições políticas foram nominadas por atos de vandalismo pela grande imprensa.

A manipulação de informações foi identificada rapidamente. Foi a deixa para que as organizações Globo se tornasse símbolo da revolta da juventude. A palavra de ordem “O povo não é bobo, abaixo à Rede Globo” unificou uma gama de cartazes e faixas que passaram a questionar a informação dada pela grande mídia e abriu uma nova porta para o diálogo acerca do direito à comunicação com estes grupos.

Os movimentos de juventude não questionam somente o monopólio da comunicação. Cada vez mais grupos requerem o direito de produzir. A exigência da Banda Larga Universal, do Financiamento da Mídia Alternativa, além da mudança na legislação de rádios comunitárias e até mesmo o recém aprovado Marco Civil da Internet devem dialogar com agenda dos movimentos deste segmento e as articulações em que estão inseridos.

Neste último biênio, o Intervozes compôs o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), que deve renovar sua gestão até o fim de junho. Neste Conselho, a pauta da comunicação teve alguns avanços, a começar pela resolução 2/2013, que firma o compromisso do Conjuve com a democratização dos meios de comunicação no Brasil e o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática (PLIP).

É importante destacar a orientação das comissões internas do próprio Conjuve, que assumiram um papel mais político em torno das agendas. A comissão de comunicação, por exemplo, passou a ter como prioridade a incidência política neste campo, além do apoio institucional à Campanha Para Expressar a Liberdade, com o compromisso de repercutir suas atividades junto às organizações juvenis.

O Conselho promoveu, em setembro de 2013, um seminário onde a principal pauta era o direito à comunicação. Os debates reforçaram a posição do Conjuve em relação à importância de coletar assinaturas para o PLIP, somado a publicações que tratem do tema do seminário.

Outro momento importante se deu nas mobilizações para a aprovação do Estatuto da Juventude. A sessão que fala “Do Direito à Comunicação e à Liberdade de Expressão” é uma grande conquista da juventude brasileira. É a primeira lei brasileira a falar expressamente em “direito à comunicação”, o que serve de precedente para outras legislações que tratem da mesma questão.

O 4º Encontro Nacional de Conselhos de Juventude, que reuniu os Conselhos Municipais e Estaduais de todo o país, também teve como tema central a comunicação. A partir da aprovação do Estatuto da Juventude, debateram-se propostas de políticas públicas para subsidiar o texto-base do Plano Nacional de Juventude, que deve ser colocado em discussão na próxima Conferência Nacional de Juventude e depois tramitará no Congresso Nacional.

Para o próximo biênio que se aproxima, é preciso que o Conjuve consiga articular o direito à comunicação com o conjunto das outras agendas que envolvem o Conselho, tal como a reforma política, Juventude Negra, Meio Ambiente, Mulheres, LGBT, entre outros. Inegavelmente, trata-se de um espaço tático de debate e mobilização, que envolve um conjunto amplo de organizações e movimentos sociais, e no qual foi possível registrar passos importantes que precisam ser consolidados na próxima gestão, especialmente em relação à incidência mais direta no Governo Federal.

* Douglas Moreira é integrante do Intervozes e conselheiro do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve).

Texto originalmente publicado no Blog do Intervozes na Carta Capital.

Oficina prepara movimentos sociais para uso de dados abertos

Redação – Cooperativa EITA

A oficina "Uso e Publicação de Dados Abertos para Movimentos Sociais" ocorre nos dias 24 e 25 de maio, entre 9h00 e 18h00. O curso acontece na UFRJ, em local a definir (Praia Vermelha ou Fundão).

O objetivo do curso é iniciar a formação de militantes de movimentos sociais e cidadãs/ãos engajadas/os no uso de dados abertos disponíveis na internet e na publicação dos dados produzidos pelo movimentos sociais. Serão abordados conceitos teóricos sobre dados abertos, formatos de dados, lei de acesso à informação, e as diversas fontes de dados oficiais e também aquelas vindas dos próprios movimentos sociais.

As inscrições estão abertas até o dia 19 de maio, e o limite para esta edição é de 10 vagas. No dia 20, será divulgada a lista dos inscritos.

O curso faz parte da pesquisa de doutorado do aluno Alan Tygel, do PPGI/UFRJ, sobre uso e publicação de dados abertos por movimentos sociais. Alan também é membro da Cooperativa EITA, que desenvolve Tecnologias de Informação para Movimentos Sociais.

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Consulta pública sobre a faixa de 700 MHz será discutida no RJ

Redação – Observatório do Direito à Comunicação

No próximo dia 16 de maio, sexta, às 11h, no Clube de Engenharia (Av. Rio Branco, 124, 21º andar, Centro, RJ) será realizada uma discussão sobre as Consultas Públicas relativas à faixa de 700 MHz.

A Consulta estará aberta até o fim de maio e tem colocado em pólosopostos governo, empresas de radiodifusão, teles e sociedade civil. A decisão definirá a forma de exploração de uma faixa do espectroradioelétrico hoje utilizada para transmissões de TV em UHF.