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País deve atingir 60 milhões de micros até 2010, diz FGV

O Brasil deve atingir 60 milhões de computadores até 2010, contra os 40 milhões de unidades, de uso comercial e doméstico, que o país possui atualmente. Esta é a previsão da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada hoje, 4 de junho, na 18ª Pesquisa Anual sobre o mercado brasileiro e uso da informática nas empresas.Avaliando dados obtidos nos últimos 18 anos, a pesquisa aponta um aumento significativo do percentual do faturamento líquido das empresas utilizado em gastos com informática, que passou de 1,3% em 1988 para 5,5% neste ano. No mesmo intervalo, os micros em rede nas empresas respondem por quase 100% (98%) das unidades neste ano, contra apenas 5% em 1988. O custo anual por teclado, que é calculado dividindo-se os gastos da empresa em informática pelo número de teclados, atingiu US$ 9 mil, contra US$ 12 mil em 2000 e US$ 16 mil em 1988.

Outro dado que se destaca é o percentual de funcionários que utilizam computadores, que aumentou de 62% no ano 2000 para 74% neste ano. Uma das novidades levantadas é que a Microsiga assumiu a liderança nos ERPs (Enterprise Resource Palnning – plataforma de software desenvolvida para integrar os diversos departamentos de uma empresa), com 24% de participação, ultrapassando a plataforma SAP, que possui 23%. A pesquisa considerou a situação no início deste ano de 1.660 empresas com mais de 30 teclados, correspondendo a 60% das 500 maiores empresas do país. A maior parte delas (49%) está no setor de serviços, seguido por 41% na indústria, e 10% no comércio.

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Provedores de internet se queixam do predomínio das teles no mercado

O Brasil já teria feito a inclusão digital se houvesse concorrência e isonomia no tratamento entre as concessionárias de telecomunicações, e os prestadores de serviços de comunicação multimídia (SMC) e provedores de internet. Assim pensa Manoel Santana, presidente da Abramulti, associação brasileira que reúne os prestadores de serviços de comunicação multimídia (SCM) e provedores de Internet. Ele afirma que todas as concessionárias adquiriram provedores de intenet gratuitos, promovendo uma concorrência desleal com os provedores não-subsidiados, diminuindo drásticamente a concorrência. “Até 2000 tínhamos 3 mil provedores de acesso no país, número que crescia rapidamente, e, com a entrada dos provedores gratuitos fornecidos pelas operadoras, que contam com subsídios que não foram oferecidos também aos provedores independentes, houve uma quebradeira geral. Hoje as operadoras dominam mais de 90% do mercado de internet discada”, avalia Santana.

A Abramulti é contrária à aquisição, pelas concessionárias, de mercados adjacentes ao mercado das teles (STFC), ou mesmo à implantação de novas empresas no mesmo grupo, para atuação nestes mercados. A justificativa, segundo Santana, seria a dificuldade de entrada em operação de novas empresas em um setor que vem sendo dominado pelas concessionárias de telecomunicações. Segundo Santana, a cláusula 3.1 do contrato das concessionárias as impede de prover Serviços de Valor Adicionado (SVA). E afirma que as dúvidas quanto ao provimento de acesso à internet ser ou não um SVA foram “dissipadas quando o Supremo Tribunal de Justiça transformou em súmula a decisão de que considera o provimento de acesso à internet um SVA”. Ele ressalta que as concessionárias, ao contrário do que prega a legislação vigente, especialmente o Art. 86 da Lei Geral de Telecomunicações, vêm recebendo autorizações para atuar em todas as áreas vetadas por lei, por meio da constituição de novas empresas para prestar esse serviço.

Mas a Abramulti contesta esse procedimento, alegando que as empresas criadas permanecem no mesmo grupo econômico das concessionárias. “Nós avaliamos que uma lei não teria qualquer eficácia se, para ser burlada, bastasse constituir uma nova empresa”, salientou. Segundo o presidente da entidade, a intenção do legislador, quando formulou o Art. 86 da LGT, foi evitarque os mercados adjacentes fossem contaminados por quem detém todos os meios de transmissão. E reforça que “essa intenção tem que ser levada em conta. Isso não pode ser burlado simplesmente pela criação de uma nova empresa.” Santana considera que a solução seria as concessionárias venderem a porta ADSL abertamente a todos os provedores, da mesma foram que vendem a porta dial (de conexão discada). “Dessa forma haveria dezenas de provedores concorrendo por serviços melhores e com menor preço, em um mercado saudável.” Mas lembra que, para tanto, seria necessária a desagregação de rede e serviços das concessionárias. A Abramulti entrou com uma ação, na Justiça Federal, contra a prestação de SVAs pelas concessionárias ou por empresas do mesmo grupo econômico.

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Brasileiro é o que mais gosta de mensagem por celular, diz Ericsson.

Pesquisa realizada pela Ericsson, com 14 mil usuários de telefonia móvel em todo o mundo, aponta que o brasileiro é o que mais gostaria de usar os serviços de mensagem instantânea no celular. Conforme a pesquisa, 51% dos usuários ou potenciais usuários de celular no Brasil querem usar mais esse serviço, ou querem passar a usá-lo. Em segundo lugar, ficaram empatados os clientes da Suécia, China, Espanha e México, com 46% de interesse por esse serviço. Os brasileiros lideram também no interesse em se filiar a comunidades da internet, com 43%. Em segundo lugar estão os japoneses, com 32%.

A Ericsson, fornecedora sueca de equipamentos para telecomunicações, depois de suas aquisições do ano passado – quando comprou a empresa de transmissão Marconi; a Entrisphere, que fornece infra-estrutura óptica; a Redback, de roteadores; e a Tandeberg, de IPTV – está se reposicionando no mercado mundial e brasileiro, de maneira a ser reconhecida não apenas como uma forte marca de telefonia móvel, mas como um provedor de serviços de banda larga. Segundo Rogério Loripe, vice-presidente de redes, os usuários querem conveniência,
interatividade e segurança. E é nesse mundo que a Ericsson pretende estar.

Conforme Jesper Rhode, vice-presidente de multimídia da empresa, embora o tráfego de dados do mundo convergente continue a se concentrar na rede fixa (em 2013, conforme as projeções da empresa, a rede fixa estará carregando quatro mais petabyts de tráfego do que a rede móvel), a mobilidade continuará a gerar importantes receitas para as operadoras.

Segundo o executivo, atualmente 70% da música digital é baixada pelos aparelhos móveis. Em 2005, a receita mundial com a música móvel chegou a US$ 4,5 bilhões e as projeções da empresa indicam que, em 2010, ela alcançará US$ 12,8 bilhões. 

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Ministério das Comunicações quer VoIP no Gesac

O Ministério das Comunicações divulgou hoje, em seu portal ( www.mc.gov.br ) a consulta pública do edital do Gesac, que irá contratar 20 mil conexões banda larga para serem instaladas em todo o território brasileiro. Conforme o Tele.Síntese antecipou, a licitação será dividida em três lotes: umvoltado para as regiões remotas, e que será atendido por satélite e outros dois lotes que poderão ser atendidos por qualquer tecnologia de banda larga com fio ou sem-fio.

Voz sobre IP

Uma importante novidade foi incluída nesse edital: os vencedores da licitação terão que tornar disponíveis as facilidades para que todos os pontos de acesso do Gesac consigam se comunicar entre si por Voz sobre IP (VoIP). E não é só. O Ministério está prevendo que os pontos Gesac também possam fazer ligações interurbanas ou locais pela tecnologia de VoIP para qualquer outro telefone da rede pública pelo menos trinta minutos por mês. E está disposto a pagar R$ 0,40 centavos o minuto da ligação.

Qualquer empresa ou consórcio que tenha licença de serviços de telecomunicações poderá disputar o pregão, que será pelo menor preço. As três propostas mais baratas irão disputar, em viva voz, quem leva cada um dos lotes. Uma única empresa pode vencer os três lotes.

Telecentros

Além de instalar e operar as conexões, as empresas vencedoras terão que gerenciar e manter os pontos de presença, dar atendimento técnico presencial e fazer a gestão local do telecentro, além de treinar os monitores locais.

Seis tipos de velocidades serão contratadas: desde 256 Kbts para o downlink e 64 Kbts para o uplink até 8 Mbts para o downlink e 1 Mbts para o uplink.

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O que segura o avanço das TICs no Brasil

A terceira edição do Índice de Tecnologia da Informação traz boas notícias para a América Latina, onde diferentes países, entre os 122 pesquisados, subiram várias posições. Mas o Brasil mantém-se estagnado (chegou a perder uma posição), abaixo dos 50 países que melhor fazem uso das TICs.  Irene Mia, economista sênior do World Economic Forum, detalha, nesta entrevista, os principais acertos e erros do país. 

Por que essa pesquisa?
Irene Mia – O World Economic Forum faz, desde 79,  estudos sobre a competitividade dos países, cujos relatórios são lançados anualmente. A partir de  2001, passou a elaborar um estudo sobre o desenvolvimento da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) . Esta edição do Índice de Tecnologia da Informação 2006/2007 recolheu informações de 122 países.  

As TiCs fazem parte do dia a dia das pessoas. Essa pesquisa retrata a acessibilidade das TICs em cada país, tanto sob a ótica dos ambientes governamentais e empresariais, como o seu uso pela população. O índice mede a capacidade dos países em aproveitar as oportunidades da tecnologia para alavancar o seu desenvolvimento e competitividade.  

O que vocês pesquisam?
Apuramos indicadores com base em três princípios. O primeiro deles é o ambiente de cada país no que se refere ao mercado, investimentos, questões regulatórias, facilidades para estimular o “venture capital”, além da infra-estrutura física e humana. O segundo princípio busca apurar de que forma os três atores – governo, empresas e indivíduos –  estão preparados para   aplicarem as tecnologias da informação. Os Tigres Asiáticos, que estão bem colocados no ranking da pesquisa, demonstram, por exemplo, que  as ações dos governos foram fundamentais para atingirem os patamares atuais. Por fim, pesquisamos também o uso dessas tecnologias pelos diferentes atores. Além de usarmos as base de dados econômicas, recolhemos a percepção dos diferentes agentes frente à realidade de cada país. No Brasil, a pesquisa de opinião é feita em parceria com a Fundação Dom Cabral e o Movimento Brasil de Competitividade. 

E qual é o objetivo final do estudo?
Acreditamos que o trabalho possa servir de ferramenta para o planejamento e atuação dos agentes públicos e privados de cada país. Com os benchmarks, é possível construir novos patamares para o desenvolvimento das TICs. Se não é possível fazer comparação entre as diferentes nações – na lista dos 20 melhores, estão, obviamente, as economias mais ricas -,  cada país pode fazer estudos comparativos entre seus iguais, ou mesmo analisar o próprio desempenho de anos anteriores para projetar o futuro. Nesta edição, constatamos, por exemplo, que os Estados Unidos, que estavam em primeiro lugar, caíram cinco posições, ficando em sexto lugar. Os cinco países melhores pontuados foram: Dinamarca, Suécia, Cingapura, Finlândia, Holanda.   

Como estão a América Latina e o Brasil?
A América Latina e Caribe estão passando por um momento muito importante. Embora tenham iniciado tarde o seu processo, (só começaram a lidar com programas mais agressivos no final da década de 90), bem depois dos Estados Unidos, Europa ou Ásia, o importante é que, agora, a TIC entrou na agenda da maioria dos países.
 O Chile continua a ser o país mais bem classificado, em 31ª colocação no ranking geral e em primeiro no ranking da América Latina e Caribe. Mas diferentes países subiram várias posições, como o México – que está em 49º lugar – ou a República Dominicana, que passou a ocupar a 66ª colocação.   

E o Brasil?
O Brasil é interessante, com números bastante intrigantes. Embora tenha começado mais cedo, em relação a outros países latino-americanos, o movimento pelo desenvolvimento das tecnologias da informação, sua posição global não é muito confortável. Embora tenha caído uma posição em relação à pesquisa anterior, essa queda não é importante. O significativo é que, apesar de todo seu potencial, mantém-se abaixo dos 50 melhores países. Este ano, está em 53º lugar, contra 52ª posição do ano passado.
 

Quais são os pontos positivos do país?
O Brasil tem um setor privado forte e competitivo. A taxa de penetração, mesmo da internet, embora menor do que dos serviços de telecomunicações, é significativa, se comparada com outros países da região. O e-government  merece destaque. O país tem muitos bons exemplos na oferta de serviços digitais de governo para a sua população. Nesses quesitos, o Brasil se classifica na 18ª posição, quando se analisa a e-participação e 19ª posição no uso eficiente da TIC pelo governo.

Há outros quesitos que merecem destaques positivos?
Outro aspecto bastante importante são as universidades de qualidade e suas pesquisa e desenvolvimento,  gerando produtos inovadores. A capacidade brasileira para a inovação o coloca em 29ª posição entre os países pesquisados e em 31ª posição entre os países que exportam tecnologia high-tech. Os institutos de pesquisa brasileiros são qualificados, situando-se entre os 36 melhores.   

E os negativos?
Dois são os maiores problemas do Brasil. A exclusão educacional é o mais grave. Apesar de o país contar com centros de excelência em pesquisa, poucos são os brasileiros que têm acesso à boa qualidade acadêmica. A estrutura educacional é insuficiente e frágil a partir do sistema básico. O país figura na 98ª posição na qualidade da educação de matemática e ciências; na 112ª posição na qualidade do sistema educacional e na 111ª posição na qualidade das escolas públicas. O segundo problema é o ambiente legal. O país tem excesso de regulação, intervenção e burocracia. O tempo para se abrir uma empresa o coloca na 115ª posição. O número de procedimentos necessários para iniciar um negócio o situa  no 115º lugar. Os efeitos dos impostos, em 122º; e o excesso de regulação, em 121º. 

O governo lançou um programa de qualificação da educação brasileira, que inclui levar a banda larga e a internet para todas as escolas públicas.
É claro que tudo o que for feito para ampliar o acesso à tecnologia da informação será bem-vindo e trará efeitos muito importantes. Mas todos sabemos que melhorar o sistema educacional é um trabalho de longo prazo. A atuação mais fácil, que irá repercutir imediatamente nos indicadores do ranking brasileiro seria, é claro, cortar a burocracia e melhorar a eficiência do ambiente estatal  brasileiro.  

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