Relatório da SIP reage às mudanças no marco legal da comunicação na América Latina

A ofensiva para combater a democratização da comunicação na América Latina teve, entre 19 e 22 de março, novos lances. Reunida no paraíso de Aruba, ao sul do Mar do Caribe, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) reafirmou sua visão sobre a liberdade de imprensa na região. Além das agressões a jornalistas, a entidade registrou os embates entre empresas de comunicação e os governos na Argentina, Venezuela, Bolívia e Honduras. No relatório do encontro sobrou crítica, também, para o governo brasileiro. Jornalistas venezuelanos reagem às acusações direcionadas a seu país.

A programação oficial da assembléia de meio de ano da SIP, que reúne empresários de comunicação da América Latina e Caribe, foi recheada de temas de interesse patronal, como “Marketing da mídia social e seu efeito nas marcas, na mídia tradicional e no mercado de publicidade”, “Plataforma do jornalismo on-line: cobrar ou não cobrar?” e “Fontes alternativas de receitas para jornais”. Havia, também, intensa programação turística para esposas e acompanhantes dos participantes.

No relatório oficial destacado pelos veículos de comunicação o narcotráfico, a corrupção, o assédio dos governos e a fragilidade das instituições são apontados como os responsáveis pelas agressões à liberdade de imprensa na América Latina. Segundo os dados da entidade, em 2009 foram registrados 17 assassinatos de jornalistas. Houve o reconhecimento de que a pior situação para o exercício do jornalismo está no México, onde os profissionais são vitimas dos confrontos entre governo e narcotraficantes.

No farto espaço de divulgação de suas concepções, a SIP aponta as iniciativas de regulamentação das comunicações na América Latina como atentados às liberdades de imprensa e de expressão. O principal alvo é a Venezuela de Hugo Chaves. Mas, no relatório sobre o Brasil, fica evidente a contrariedade da mídia hegemônica com medidas de democratização da Comunicação: "O Governo brasileiro confunde a concentração de meios de comunicação com a existência de monopólios, o que o leva a combater a liberdade de imprensa", diz um dos trechos do documento.

Relatório tendencioso e carente de conteúdo

Nesta terça-feira (23/03), Marcos Hernández, coordenador da organização “Jornalistas pela Verdade”, da Venezuela, combateu os dados apresentados no relatório da SIP sobre seu país. Ele classificou o relatório de “banal, tendencioso e carente de conteúdo”. Para Hernánde, os editores dos grandes veículos de comunicação não se importam com os riscos de segurança social e garantida de vida dos jornalistas, como acontece no México, na Colômbia e em Honduras, mas simplesmente com o dinheiro.

A organização “Jornalistas pela Verdade” prepara para esta quinta-feira (25/03) uma manifestação em frente à Embaixada da Colômbia na capital venezuelana, Caracas. O ato será um desagravo pelas acusações do coeditor do diário colombiano El Tiempo e ex-presidente da SIP, Enrique Santos, contra a Venezuela.

*Com informações da Agência Prensa Latina.

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