Disputas políticas e atrasos de padronização ‘travam’ o WIMAX

O WiMAX não "decolou" como se esperava em função de uma sucessão de erros dos seus agentes fomentadores, mas ainda é uma tecnologia com espaço considerável para crescer, em especial, nos chamados "países emergentes", avalia o Yankee Group.

Sem produtos em escala e com várias disputas políticas e regulatórias, o WiMAX, em 2008, não terá mais do que nove milhões de assinantes mundialmente. No Brasil, a Anatel estuda, agora, incluir no leilão de 3,5GHz a possibilidade da licença de SMP(telefonia móvel). Processo pode ficar ainda mais complexo para se ter um consenso.

Os números do Yankee Group para o WiMAX foram revistos nos últimos tempos. Para 2011, se o mercado andar, a expectativa, agora, é que se chegue a 36 milhões de assinantes mundialmente. Na América Latina, se todos os projetos caminharem, em especial, na Argentina e no México, os assinantes ficarão em pouco mais de seis milhões.

"O momento é de repensar o uso da tecnologia. Não adianta discutir que WiMAX é concorrente da Terceira Geração. Não vejo assim. Na América Latina, o WiMAX é uma opção evidente para a tecnologia de cabo", destacou Wally Swain, que esteve no Brasil, para o lançamento oficial da quarta edição do WiMAX Brazil Conference 2008, evento realizado pela Network Eventos, e que será realizado nos dias 23 e 24 de junho, na capital paulista.

Com relação ao Brasil – onde o leilão da licença de 3,5GHz está parado na Anatel, uma das maiores preocupações é a tentativa, agora, de inclusão da licença de SMP no processo. Para representantes da indústria se essa hipótese virar realidade, a tendência é que o preço das licenças sofra um forte reajuste e afaste definitivamente a possibilidade de médios e pequenos operadores e provedores participarem do processo.

"Pode ser um novo leilão de 3G porque apenas as concessionárias terão dinheiro para pagar pelas licenças e todas querem mais espectro, freqüência para serviços. Não haverá chances para os pequenos", destacou o diretor da NeoTec, José Luiz Frauendorf.

Para Wally Swain, do Yankee Group, fica evidente que o WiMAX desponta como uma alternativa para levar acesso banda larga para regiões ainda não-atendidas. Indagado sobre o futuro da tecnologia, o vice-presidente do Yankee Group acredita que a sinergia entre o wiMAX e o LTE (long Term Evolution) é apenas questão de tempo.

"Elas vão se integrar mais à frente porque é esse o desejo das operadoras que têm dinheiro para comprar tecnologia junto à indústria", afirmou. Com relação ao mercado latino-americano, Swain disse que há duas estratégias importantes para serem observadas: No Chile, onde há grande competição, as autoridades reguladoras começam a estudar o uso da freqüência de 700 MHz para o WiMAX.

Nos Estados Unidos, o leilão dessa faixa, ocorrido recentemente, arrecadou mais de US$ 20 bilhões para os cofres do tesouro. O Chile é o primeiro país da América Latina a viabilizar um estudo para o uso da faixa de 700 MHz para WiMAX.  A outra iniciativa é a do Paraguai onde o WiMAX tem sido a base de um projeto nacional de Inclusão Digital, sustentado pelo governo e ofertado pela Millicom.

Os rumos do WiMAX – nos aspectos regulatórios e também na parte da indústria – são tema da quarta edição do WiMAX Brazil Conference 2008. Para maiores informações sobre o evento acesse: www.networkeventos.com.br

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