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Brasil firma parceria com Japão para capacitação em TV Digital

Na última sexta-feira (22/7), o Ministério das Comunicações firmou um acordo com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) – ligada ao Ministério das Relações Exteriores – para dar treinamento a técnicos dos países que adotam o padrão nipo-brasileiro de TV Digital. A parceria faz parte do Programa de Treinamento de Terceiros Países (TCTP), realizado pelas duas agências de cooperação.

O TCTP existe há 20 anos e tem como foco a capacitação de países em desenvolvimento com cursos em áreas consideradas prioritárias, como saúde, meio ambiente e tecnologia. Agora, as agências criaram um curso voltado especificamente para a TV Digital, no primeiro TCTP realizado com o Ministério das Comunicações.

A capacitação será feita toda no Brasil, com apoio do Japão. A JICA trará ao Brasil, ao longo de dois anos, 144 técnicos de países em desenvolvimento que adotam o ISDB-T. O treinamento será dado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) e universidades brasileiras.

“Este é um ponto muito importante do relacionamento entre Brasil e Japão. O acordo envolve agências de cooperação, centros de pesquisa, agência reguladora e universidades em prol do desenvolvimento do sistema nipo-brasileiro de TV Digital. Estou muito feliz com a assinatura desse termo de compromisso”, afirmou o secretário de Telecomunicações do MiniCom, Maximiliano Martinhão.

O treinamento terá em média uma semana de duração e será dividido em quatro módulos. O primeiro, voltado para a regulação técnica na TV Digital, será ministrado pela Anatel e tem como público-alvo membros das agências reguladoras dos países. O segundo módulo, sobre aspectos de engenharia, ficará a cargo da Inatel. A etapa sobre a ferramenta de interatividade Ginga ocorrerá na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) numa parceria com a PUC-Rio. O Ginga foi desenvolvida no Brasil por pesquisadores dessas duas instituições. Haverá também uma etapa na Universidade Católica de Brasília sobre conteúdos digitais interativos.

Os técnicos que vão receber o curso serão indicados por autoridades dos seus respectivos países e deverão ter experiência prévia no setor. Os custos com o treinamento serão arcados em parceria pela JICA e pela ABC.

Cooperação

Além do TCTP, Brasil e Japão já oferecem capacitação para os países que adotam o padrão nipo-brasileiro. A cooperação inclui a assistência a esses países em todos os aspectos ligados à implantação da TV Digital, envolvendo capacitação técnica, cooperação entre universidades, assistência na elaboração de políticas públicas e financiamento na compra de equipamentos e serviços brasileiros.

“Essa divulgação do ISDB-T traz um grande benefício ao Brasil ao gerar escala e baratear os produtos para os consumidores, criando também uma oportunidade muito interessante para as nossas indústrias”, destaca o analista de infraestrutura da Secretaria de Telecomunicações, Otávio Caixeta.

Além de Brasil e Japão, o ISDB-T já foi adotado por outros 11 países: Paraguai, Argentina, Bolívia, Chile, Costa Rica, Equador, Filipinas, Peru, Venezuela, Uruguai e Suriname. Os próximos a adotar o sistema devem ser Angola e Botsuana, na África.

 

*Com informações do site do MiniCom

Pernambuco construirá cidade totalmente digital

São Lourenço da Mata, na região metropolitana de Recife deverá ser a primeira cidade inteligente do país. Escolhida para ser uma das 12 cidades-sede da Copa de 2014, a cidade, localizada a 19 km tanto do centro de Recife quanto do aeroporto internacional dos Guararapes, terá mais do que a arena multiuso de 50 hectares. O plano diretor, em fase final de elaboração, prevê a construção também de campus universitário, hotéis e centro de convenção, unidades comerciais, empresariais e residenciais, ocupando uma área total de 240 hectares (ou 2,4 km2), totalmente fibrada e com sistemas de segurança e de controle interligados a uma central de operações.

“Recife é uma das capitais com grande adensamento populacional em sua região metropolitana, tem uma demanda reprimida e queremos aproveitar o projeto (da arena) para fazermos a primeira cidade inteligente planejada do país”, conta Marcos Lessa, diretor-presidente do consórcio Arena Pernambuco, responsável pela execução do empreendimento, no modelo PPP (parceria público-privada).

O consórcio é formado pelas empresas Odebrecht Participações e Investimentos e Construtora Norberto Odebrecht, que assinou memorandos com a Cisco, a Ericsson e a Nec para o desenvolvimento do plano da infraestrutura tecnológica. As três fabricantes terão que apresentar soluções tanto para a infraestrutura de cabeamento/lançamento de fibras ópticas quanto as soluções inteligentes. “Queremos sistemas que façam o controle do trânsito, que transmitam as informações das câmeras de segurança para a central, e o gerenciamento inteligente de energia; além da conectividade em banda larga entre os diversos empreendimentos”, sintetiza Lessa.

Todo o plano diretor deverá ser concluído em agosto, quando o consórcio vai escolher também a empresa que será a parceira tecnológica do projeto. Segundo Lessa, com exceção da área residencial, todo o restante estará pronto antes de 2014. “O complexo residencial é de mais longo prazo e deverá ficar totalmente pronto em dez anos”, estima. O investimento inicial previsto pelo consórcio é de R$ 1,6 bilhão.

MiniCom quer implantar rede 4G até junho de 2013

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, discutiu com representantes da ZTE a implantação da tecnologia 4G em dois anos. A ideia é oferecer esse serviço móvel avançado já na Copa das Confederações, que será realizada no Brasil em junho de 2013. As cidades atendidas, nesse primeiro momento, seriam as cinco capitais que vão servir de sede para as competições.

Segundo Paulo Bernardo, MiniCom e Anatel já estão discutindo a forma de implementar a tecnologia 4G no Brasil a tempo de usá-la durante a Copa do Mundo de 2014. A ideia é aproveitar a parceria com a  ZTE para adiantar esse cronograma.

Paulo Bernardo afirmou que a meta do governo é licitar a frequência de 2,5 GHz até o primeiro semestre do ano que vem. Segundo ele, a faixa tem se mostrado a mais adequada para a implantação da tecnologia 4G.  A nova tecnologia trará para o consumidor velocidades muito maiores do que as da terceira geração de telefonia móvel (3G), disponível atualmente.

Banda larga

Além da preparação do país para a Copa do Mundo, a ZTE colocou-se à disposição do governo brasileiro para colaborar também no Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), apoiando a Telebrás na construção de redes de fibra óptica.

Segundo o presidente da ZTE Brasil, Yuan Lie, o interesse é acelerar a implantação das novas tecnologias no país. Uma nova reunião ficou acertada com o presidente da Telebrás, Caio Bonilha. A estatal vai apresentar os projetos que estão sendo desenvolvidos dentro do PNBL e suas principais demandas, para que a empresa possa traçar sua proposta de parceria.

A empresa chinesa também está investindo na produção de equipamentos no Brasil. Em agosto a empresa vai começar a produzir tablets e celulares no Brasil. Segundo o presidente e fundador da ZTE, Hou Weiqui, o primeiro pacote de produção local desses equipamentos deve ser concluído em novembro.

Recentemente, a empresa comprou uma fábrica e um terreno no Brasil para a construção de um centro de pesquisa e desenvolvimento. Os investimentos totais previstos no país pela ZTE são de US$ 250 milhões.

Bernardo e Mercadante negociam exploração de satélite pela coreana SK

Com novas posições orbitais já destinadas pela UIT ao Brasil, o país começa a negociar com potenciais interessados em explorar o uso de satélites – a começar pelo grupo sul coreano SK, que aproveitou a viagem do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, na semana passada, para reforçar o apetite em entrar no negócio.

O governo gostou da ideia. Bernardo, que acaba de voltar da Coreia, tratou do tema em reunião nesta quarta-feira, 18/5, com o colega de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que também vai àquele país, em junho. “A SK quer explorar satélite aqui e é importante que o ministro Mercadante retome o assunto na viagem de junho”, disse Paulo Bernardo após o encontro.

Paralelamente, o Minicom também combinou que vai entrar nas tratativas em andamento no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), igualmente voltadas à exploração de novos satélites. “As telecomunicações são o principal serviço dos satélites e já acertamos que o ministério [das Comunicações] fará parte das reuniões com o INPE, que tem vários projetos”, completou Bernardo.

A abordagem ao ministro, no entanto, não foi a primeira demonstração de interesse da SK. Em 20 de janeiro, representantes do grupo – um conglomerado de 92 empresas, sendo que a SK Telecom detém mais da metade do mercado móvel coreano – estiveram na Anatel para conhecer os termos do leilão das novas posições orbitais, a ser promovido pelo órgão regulador. Estiveram mantendo contatos na agência reguladora os diretores Simyon Sung e Hung Suk Kang (escritório de Nova York), além do gerente Steve Lee.

Como demonstrou ao ministro, a SK já avisara a Anatel que pretende entrar na disputa dos satélites, assim como adquirir radiofrequência no Brasil. “O principal interesse deles é em sobras da faixa de 2,1 GHz, com o qual eles prometem oferecer LTE”, disse Paulo Bernardo. À Anatel, a SK sustentou que o serviço com LTE (a quarta geração da telefonia móvel) poderá levar banda larga inclusive para a zona rural. A freqüência é viável para operação satelital.

O governo tem pressa, justificada pelo prazo exíguo para o Brasil confirmar a exploração das posições orbitais designadas pela União Internacional das Telecomunicações. O edital do leilão dessas posições está em discussão na Anatel – daí a visita de representantes da SK – mas o Brasil precisa garantir o uso dos slots até 2014. Em geral, um satélite leva de dois a três anos para ser colocado em órbita.

A pressa se justifica. O Brasil já teria sido avisado que, se perder essa oportunidade, poderá pagar o vexame de ver a Argentina – também interessada no negócio – indicada pela UIT para exploração dessas posições orbitais. Com o agravante de que o país terá de pagar aos vizinhos para se valer do serviço, pois o satélite que subir irá prover sinal para toda a América Latina.

O interesse da SK no Brasil não é coincidência. A empresa já entrou no país em associação com o grupo do empresário brasileiro Eike Batista – no ano passado, os coreanos aportaram US$ 700 milhões no grupo de Batista. Assim como o conglomerado coreano, o empresário brasileiro também tem interesses em mercados distintos como mineração, petróleo e telecomunicações.

No mercado brasileiro já se comenta que o empresário Eike Batista poderá criar em breve uma empresa destinada exclusivamente à realização de negócios no setor.

Dilma quer popularizar internet e tablets, diz Bernardo

Ligadíssima em novas tecnologias, a presidente Dilma Rousseff quer massificar o acesso à internet. A oferta de serviços de banda larga a preços populares, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), é o que ela chama de "xodó 2.0". O primeiro xodó é o programa Luz Para Todos.

"Ela acha que isso poderá, num prazo razoavelmente curto, significar um aumento muito grande da produtividade do trabalho, melhor aproveitamento da estudantada na escola, melhor desempenho dos professores, as empresas serão altamente beneficiadas", diz Paulo Bernardo, em entrevista ao Estado.

Bernardo, que hoje toma posse no Ministério das Comunicações, foi incumbido de mapear, na indústria nacional, quem é capaz de fornecer equipamentos para o setor de informática e comunicações. Dilma quer que a nova classe média possa comprar tablets a prestação. Medidas de incentivo na forma de crédito e tributação favorecidos poderão ser adotadas.

"A Dilma falou assim: ?chama os produtores nacionais de computador e faz uma negociação com eles para fornecer tablets com preço mais popular?. Preço popular seria R$ 400, R$ 500, algo que a prestação caiba no bolso", contou Bernardo. As informações são do jornal