Jornalistas relatam dificuldades em entrevistar professores de São Paulo

Os jornalistas Gustavo Heidrich Oliveira, repórter da revista Nova Escola, e Leonardo Leomil, produtor de reportagem da TV Globo, contataram as organizações Ação Educativa, Artigo 19 e a Apeoesp para denunciar as dificuldades em entrevistar professores da rede pública estadual.

Segundo Oliveira, "quando aceita se pronunciar, em praticamente 100% dos casos, o professor pede para que sua identidade permaneça em sigilo, temendo represálias de diretores, coordenadores e supervisores".

Leomil relatou três casos em que professores se intimidaram diante da imprensa. Em um deles, a professora, que já havia falado informalmente sobre o assunto, teve medo de que a conversa estivesse sendo registrada. "Questionada se gravaria entrevista, ela se recusou por ter medo de represálias".

As entidades se mobilizam desde outubro de 2007 contra parte do Estatuto do Funcionalismo Público Estadual. A Lei (10.261/68) proíbe os funcionários de referirem-se publicamente de forma depreciativa às autoridades constituídas e aos atos da administração.

Em janeiro, um dossiê sobre o cerceamento da liberdade de expressão no estado de São Paulo foi entregue ao relator especial da ONU para o direito à educação, Verner Muñoz. As entidades continuam coletando denúncias que serão publicadas em um boletim especial sobre o tema.

* Com informações da Ação Educativa.

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