Telefônica e TVA abrem guerra de preços de TV a cabo e internet

Empresas lançam primeiro pacote após fusão; NET e Embratel vão reagir com novas ofertas

Começou de vez a guerra de preços de TV a cabo e internet no Brasil. Três meses depois da aquisição da TVA pela Telefônica, as duas empresas iniciaram ontem uma promoção agressiva que marca a primeira experiência comercial conjunta. A Net não apresentou um contra-ataque imediato, mas deve iniciar uma nova campanha de preços em fevereiro.

A aquisição da TVA ainda depende de aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Mas, segundo a diretora-superintendente da companhia, Leila Loria, iniciativas comerciais podem ser adotadas. 'Todas as informações foram fornecidas à agência', destacou ela.

O consumidor é quem mais ganhará com a disputa, que só está no começo. As ofertas da Telefônica foram feitas para competir com os últimos pacotes promocionais da Net, anunciados no começo do mês.

No pacote básico de ambas, os preços são idênticos. As características é que mudam de uma empresa para outra. A Telefônica vai cobrar R$ 69,90 pela combinação de Speedy de 256 kbps e TV paga – com 43 canais, incluindo 10 da HBO, e serviço digital. A NET oferece pelo mesmo valor sua TV paga com 29 canais e o Vírtua com velocidade de 200 Kbps, além do telefone Net via Embratel. Quem assina essa linha, faz ligações gratuitas para outro assinante Net e chamadas de longa distância pela Embratel a preço de ligação local.

As duas promoções são válidas por três meses. Depois, no caso da Telefônica, o valor sobe para R$ 89,90 e o total de canais HBO cai de dez para quatro. Na Embratel, o preço fora da promoção é R$ 99,90. Além disso, o consumidor passa a pagar a assinatura da linha telefônica, que é gratuita enquanto vale a promoção.

A competição tem pressionado os preços dos serviços de internet de banda larga. De janeiro de 2004 a junho de 2006, houve uma queda de 12% nos preços dos pacotes que oferecem entre 1 e 2 Mbps de velocidade. Na faixa entre 512 Kbps e 1 Mbps, o preço subiu apenas 1%.

Com a entrada da Telefônica na disputa, a guerra de preços tende a aumentar e causar até impactos negativos nos resultados financeiros das empresas .

A expectativa da TVA é elevar em até 80% a venda diária de serviços. A Telefônica, por sua vez, pretende alcançar a marca de 2 milhões de usuários no Speedy.

No ano passado, a ausência de um pacote combinado com banda larga já limitou o crescimento da TVA, segundo Leila Loria. A TVA fechou 2006 com 328 mil assinantes de TV paga e 62 mil, de banda larga.

CONVERGÊNCIA
A Embratel saiu na frente. Desde que ela começou a participar do controle da Net, a empresa de TV a cabo passou a crescer mais que a TVA. No primeiro trimestre de 2005, ela tinha 1,4 milhão de assinantes. No terceiro trimestre de 2006, esse número estava em 1,7 milhão. Na banda larga, o número de usuários saltou de 217 mil para 630 mil nesse mesmo período.

O objetivo da Telefônica é buscar a comodidade do usuário, explicou a executiva, diante da tendência de convergência. Na Grande São Paulo, região da campanha, apenas 30% da rede da TVA está apta a oferecer banda larga.

Leila Loria acredita que, mesmo sem incluir o serviço de voz, a oferta combinada com a Telefônica é competitiva diante do pacote da Net, que oferece o telefone da marca, em parceria com a Embratel. Na opinião da executiva, a principal procura do consumidor é de banda larga e TV.

Para a operação da TVA no Rio de Janeiro, porém, diante da ausência da rede da Telefônica, a companhia negocia outras parcerias. Até o final deste mês, a idéia é concluir um acordo com a operadora de celulares Vivo para oferecer pacotes.

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