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Telefónica de España quer a TIM, diz jornal italiano

O jornal italiano "Il Sole 24 Ore" noticiou que a Telecom Italia estuda vender a TIM Brasil ao grupo espanhol Telefónica, que já é acionista controlador da Vivo, maior empresa de telefonia celular do Brasil em número de assinantes e concorrente da TIM. A notícia surpreendeu executivos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) porque a Telefónica também é acionista da Telecom Italia, participando indiretamente da TIM Brasil.

As subsidiárias da TIM e da Telefónica no Brasil não confirmaram nem desmentiram a notícia. Limitaram-se a dizer que não comentam rumores.

No entanto, a compra da TIM pela Telefónica é dada como certa no Brasil e no exterior. Um diretor de uma operadora nacional afirmou, sob a condição de sigilo, que na sua estratégia de expansão o negócio sempre foi tratado como um fato que seria consumado.

Para ele, chegou-se a um momento decisivo, já que o endividamento da Telecom Italia -cerca de 2,8 vezes o seu Ebitda (lucro apurado antes do pagamento de juros, impostos, amortizações e depreciações)- cria barreiras para a ampliação de seus investimentos na Europa nos próximos cinco anos. Esse plano precisa ser anunciado aos investidores antes do final deste ano.

Com a crise financeira, que fez secar as fontes internacionais de financiamento, a opção de venda da TIM Brasil ganhou força.

A legislação brasileira permite a compra da TIM desde que a Telefónica abra mão de sua participação na Vivo. Pelas regras, não é possível ter mais de uma companhia na mesma área de cobertura. Mas as operadoras consideram que há chances de mudanças na regra, como ocorreu para a Oi comprar a Brasil Telecom.

Em fevereiro deste ano, o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, afirmou que, na esteira da atualização do Plano Geral de Outorgas (PGO), que define o marco regulatório para as concessionárias fixas, haveria também uma revisão das regras para a telefonia móvel.

Até o fechamento desta edição, a Anatel não informou se havia pedido formal de revisão das regras pelas empresas, um dos pontos de partida para que a atualização seja avaliada.

Na última sexta-feira, o presidente Lula decretou o novo PGO, permitindo a compra da Brasil Telecom pela Oi. A divulgação, cinco dias depois, da suposta venda da TIM à Telefónica é vista como um indicador de que os espanhóis podem reivindicar o mesmo tratamento.

Segundo o jornal italiano, a Telecom Italia quer 7 bilhões pela TIM, e o Conselho de Administração do grupo fará duas reuniões em 2 de dezembro: uma para discutir a venda da TIM e outra para aprovar o plano de negócios do grupo e a venda de outros ativos.

Em abril de 2007, a Telefónica pagou 4,1 bilhões pela participação no controle acionário da Telecom Italia, mas, como tem a Vivo no Brasil, está impedida pela Anatel de interferir na gestão da TIM. Por isso, os representantes da Telefónica não participarão da reunião que tratará da venda da TIM.

Analistas de telecomunicações vêem sentido na suposta negociação. Julio Püschel, do Yankee Group, diz que não há convergência de atuação entre a Vivo e a Telefônica. Na América Latina, a oferta de pacotes integrados de telefonia celular, TV paga e acesso à internet ocorre com a Movistar (operadora móvel).

A Folha apurou que, no Brasil, essas ofertas emperram em negociações com os sócios da PT (Portugal Telecom) na Vivo. Há vários anos, especula-se sobre o interesse da Telefónica em comprar a participação dos portugueses, mas eles não abrem mão do negócio, que representa 40% do faturamento mundial da PT.

Eduardo Tude, presidente do site Teleco, especializado no setor, lembra que, mesmo sem poder influir na gestão da TIM, a Telefónica tem poder de veto na venda da tele. ""Ela não vai querer que a TIM seja vendida a um concorrente. Se comprá-la, a pergunta é sobre o passo seguinte: ela [Telefônica] sairá da Vivo ou buscará fundir as empresas?", diz Tude.

Existiria ainda a chance remota de fusão entre Vivo e TIM, com restrições da Anatel e dos órgãos de concorrência devido à concentração. A empresa resultante teria 62,7% do mercado de celular no Estado de São Paulo, 75,2% no Espírito Santo, 71,1% no Paraná, 68,3% em Santa Catarina e 85,9% em Roraima.

Após BrT, Sky pode ser próximo alvo da Oi

Depois da Brasil Telecom, a Sky pode ser o próximo alvo de compra da Oi/Telemar. Embora a Sky negue a existência de qualquer negociação de venda, a Folha apurou que, para as Organizações Globo, sua acionista, a venda é apenas questão de preço e de oportunidade.

No início deste ano, o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, chegou a se reunir, em Nova York, com Bruce Churchill, presidente da DirecTV Latin America, divisão da DirecTV Group, que tem o controle acionário da Sky Brasil.

Várias opções de negócio foram aventadas, mas as negociações não prosseguiram, aparentemente, porque a Oi achou muito salgado o preço que lhe foi apresentado: US$ 5 bilhões.

Um acionista da Oi/Telemar afirmou à Folha que a Sky, a preço justo, interessaria muito à Oi, mas que o preço apresentado foi tão alto que ele tem dúvida sobre se a Sky Brasil, de fato, está à venda.

A Globo é acionista minoritária da Sky Brasil, com 26% das ações, mas o sócio controlador norte-americano só pode vender a operação de TV paga no Brasil com a concordância da família Marinho. Pelo acordo existente entre os acionistas, a Globo pode vetar o nome de um comprador.

Segundo um alto executivo das Organizações Globo, o grupo não considera relevante continuar sócio da Sky, mas também não há razão – nem financeira nem de caráter regulatório – para precipitar a venda da empresa.

Depois que as negociações sobre a Sky esfriaram, a Oi decidiu criar uma operação própria de TV por assinatura com transmissão por satélite, a exemplo do que fez a Telefônica. Em setembro, a empresa pagou R$ 470 mil por uma licença de DTH (sigla do serviço de TV paga com transmissão direta de satélite) da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e anunciou que vai inaugurar seu serviço de TV por satélite no início do ano que vem.

Na avaliação da Globo, a iniciativa não extinguiria o interesse da Oi pela Sky, por causa de sua base de 1,7 milhão de clientes.

As teles estão numa corrida para oferecer telefonia, acesso à internet e TV por assinatura em um mesmo pacote, em reação à Net, que oferece esses serviços e se tornou a segunda empresa em assinantes de banda larga do país.

Segundo dados do site Teleco, especializado em telecomunicações, o país tem 6,1 milhões de assinantes de TV paga, dos quais 2,06 milhões recebem os sinais por satélite. Por esses números, a Sky tem 28% do total de assinantes de TV paga no país.

Mudança de foco

A Globo diz que seu foco atual é a produção de conteúdo e que nenhum ativo de distribuição de conteúdo para TV paga é considerado estratégico pelo grupo. É uma mudança radical, comparando-se com a política de verticalização que predominou no grupo nos anos 90, quando a Globo se tornou acionista controladora da Net – um conglomerado de operações de TV a cabo – e da Sky.

A Sky foi constituída há 12 anos numa associação entre a família Marinho e a News Corporation, do magnata mundial das comunicações Rupert Murdoch. A Globo (com o grupo gaúcho RBS) tinha 60% das ações. Ao longo dos anos, essa participação foi diminuindo.

Em 2002, a Globo deixou de ser acionista controladora. O grupo enfrentava uma crise financeira, por causa do endividamento externo da Net. Ao deixar o controle da Sky, a Globo livrou-se da responsabilidade de garantir a compra de satélites e de acompanhar a News nos investimentos na Sky.

A News comprou a DirecTV, nos Estados Unidos, em novembro de 2003. Com exceção do Brasil e do México, os clientes da Sky migraram para a DirecTV. No Brasil e no México, a marca Sky é que sobreviveu.

Em 2006, o grupo Liberty, presidido por John Malone, ficou com a participação da News na DirecTV. Na avaliação de executivos ouvidos pela Folha, Malone não tem projeto de longo prazo para a DirecTV, assim como a Globo não tem projeto de longo prazo para a Sky.

TV paga da Embratel será lançada ainda em 2008

A Embratel deverá lançar seu serviço de TV por assinatura via DTH neste ano no Brasil inteiro. O projeto foi batizado de "Via Embratel" e, segundo o diretor executivo da empresa Mauricio Vergani, os pacotes de programação e os preços estarão de acordo com os oferecidos atualmente pela Net. O executivo explicou que a TV será ofertada em regiões onde não há serviço da Net, nos moldes do acordo do WiMax que prevê que a Embratel não construa redes do serviço onde houver infra-estrutura da operadora.

A confirmação do negócio acontece no mesmo período em que a concorrente Telefônica também possui um serviço via DTH e a Anatel autorizou recentemente a compra da licença pela Oi para oferecer TV por assinatura via satélite. Na última quinta-feira (23), a Telefônica anunciou um projeto-piloto que levará, gratuitamente, sinal de WiMax ao 150 clientes dos bairros de Pinheiros e Jardins, em São Paulo.

De acordo com informações de Vergani, a Embratel não tem projetos lançar o WiMax para clientes residenciais, porque os equipamentos ainda são caros e a tecnologia ainda não está desenvolvida o suficiente para que utilização eficiente da faixa de frequência. Ele afirmou que assim que a tecnologia amadurecer a tendência é expandir a oferta.

Atualmente, a Embratel oferece o WiMax como tecnologia complementar à rede da Net para oferecer o plano Embratel PME, que reúne quatro linhas de voz e um link de banda larga. Nas regiões em que não há cobertura da rede de TV a cabo, a empresa preferiu o uso do WiMax. No momento, somente doze cidades têm o serviço com WiMax e a meta da companhia é expandir a oferta para 61 municípios até o fim de 2010 com investimento previsto de 180 milhões de reais nos próximos três anos.

*Com informações do PC World.

Net anuncia ampliação de parceria com Embratel

A Net Serviços, em teleconferência com a imprensa para apresentar o balanço o terceiro trimestre de 2008, anunciou que está ampliando sua parceria com a Embratel com a criação do serviço Embratel PME. Trata-se da oferta de TV, banda larga e telefonia para pequenas e médias empresas. Segundo José Felix, presidente da Net, o modelo da parceria é baseado em divisão de receitas. Segundo João Elek, diretor de relacionamento com os investidores da Net, embora o traçado da rede da Net tenha sido desenvolvido para atender áreas residenciais, muitas vezes passa por regiões comerciais. Em algumas cidades, como São Paulo, as regiões residenciais e comerciais se misturam.

Felix falou ainda sobre as perspectivas com a chegada da crise econômica. Segundo ele, a Net hoje oferece TV por assinatura, banda larga e telefonia. "Independente da situação econômica, as pessoas continuam demandando esses serviços", disse. Confrontado sobre a tendência dos assinantes, demonstrada em outras crises, em manter o serviço de TV paga no topo da lista de serviços supérfluos, Felix disse que o momento é diferente para Net, já que boa parte da base assina ainda os serviços de banda larga e telefonia, considerados mais essenciais. Além disso, lembra Felix, a Net Serviços é uma empresas em ritmo de crescimento. Para ele, em um cenário muito pessimista, a empresa poderia, no máximo, diminuir o ritmo de crescimento. Contudo, Felix diz que a empresa aposta em um crescimento "bem pretensioso". Pelo último balanço, a Net cresceu muito rapidamente no serviço de voz, conquistando 4% do mercado nacional. "Temos ainda um potencial de 96%", disse. Na verdade, a rede de voz da Net já chega a 74% de sua rede banda larga. Para expandir um serviço, é preciso expandir o outro.

Investimentos

Por conta do bom momento, a Net deve aumentar seus investimentos. As projeções de Capex da empresa para 2008 foram aumentadas. A previsão inicial de investimentos em R$ 700 milhões. Agora passou a R$ 1 bilhão. Estes investimentos não dependem de como estará a situação econômica em 2009. Para o executivo, os investimentos se referem a vendas já realizadas.

Reorganização

Segundo João Elek, a Net aguarda a aprovação da Anatel para fazer a reestruturação societária. A idéia é incorporar à holding todas as operadoras. Com isso, a Net teria acesso a créditos fiscais referentes a cerca de R$ 890 milhões de prejuízos registrados no passado por essas empresas.

Concorrência com as teles

Questionado sobre a concorrência após uma possível fusão da Telemar com a Brasil Telecom, Felix disse que demandaria mudanças na estratégia da empresa. Pelo menos não em curto prazo. "A gente já concorre com a Telemar, a Brasil Telecom e a Telefônica", disse. O executivo da Net voltou a atacar a incumbments, afirmando que elas têm práticas monopolistas. Segundo ele, em telefonia fixa, só há concorrência nos 79 municípios onde a Net atua. "O STFC fixo local é o único setor onde há monopólio", disse, afirmando que, na TV por assinatura, a Net é líder mesmo atuando em poucas praças e concorrendo com players nacionais, como a Sky e a Telefônica.

Faturamento de jornais com publicidade chega a R$ 1,65 bilhão

No primeiro semestre deste ano, a participação dos jornais no bolo publicitário chegou a 17,2%, apresentando um crescimento na receita de 19,8%, em comparação com o mesmo período do ano passado. Os jornais do País faturaram R$ 1,65 bilhões com publicidade, segundo o Projeto Inter-Meios, coordenado pelo grupo Meio & Mensagem.

Os dados mostram um processo de recuperação dos jornais. O Instituto de Verificador de Circulação (IVC) também tem bons números: a média diária dos 103 jornais filiados ao IVC cresceu 8,1%, comparados à média do primeiro semestre de 2007. Os jornais passaram a vender de 4,06 milhões para 4,39 milhões de exemplares por dia.

O diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Antonio Athayde, acredita que os números estão ligados à “agressividade dos jornais na busca por novos leitores, especialmente na classe C. Os jornais estão aprendendo a falar com esse público, e os anunciantes se valem disso”.

Para o presidente do grupo Meio & Mensagem, José Carlos de Salles Neto, a participação maior dos jornais nos investimentos publicitários é um reflexo do bom desempenho da economia. Ele destaca ainda a modernização dos departamentos comerciais das empresas jornalísticas. “Essa recuperação é fruto de um trabalho mais qualificado no mercado, somado ao aumento de circulação”.

Internet, TV e Rádio

O faturamento da Internet chama a atenção. De 221 milhões registrados nos primeiros seis meses de 2007, o número passou para R$ 321 milhões, representando 3,4% de participação no bolo publicitário.

Os canais de TV faturaram, juntos, R$ 5,6 bilhões, com participação de 58,5% do mercado, contra 59,3% do primeiro semestre do ano passado. Já as revistas comemoram um faturamento de R$ 762 milhões, com 8% de participação do mercado – os números não cresceram tanto, já que em 2007 a participação, neste mesmo período, foi de 7,8%.

O faturamento do rádio foi de R$ 415 milhões, contra R$ 327 milhões de 2007, representando participação da fatia de 4,3%.

* Com informações do jornal O Globo