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BNDES lança edital para investir R$ 12 milhões em cinema; R$ 1,5 mi serão para animação

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai investir até R$ 12 milhões em projetos de produção e finalização de filmes de longa metragem, realizados por empresas brasileiras independentes. O Edital de Seleção Pública, lançado no dia 5/9, abrange os gêneros de ficção, animação e documentário.

Somente poderão concorrer ao apoio do BNDES projetos já aprovados pela Agência Nacional de Cinema (Ancine), com registro de emissão e distribuição de Certificados de Investimento Audiovisual na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), vinculada ao Ministério da Fazenda. Não serão aceitas inscrições de projetos que tenham sido apoiados em editais anteriores ou de diretores que estejam em dívida com o banco.

Dos R$ 12 milhões que o banco vai investir em cinema de longa metragem, R$ 1,5 milhão será para filmes de animação 'O BNDES considera que o setor de animação vem apresentando um desempenho muito bom no Brasil. Temos tido novos animadores com destaque. É um setor que tende a crescer muito', avalia a chefe do departamento de Economia da Cultura do BNDES, Luciane Gorgulho. 'E o Brasil tem um diferencial competitivo nesse setor pela criatividade dos nossos animadores. Além disso, é um setor, que é bastante gerador de emprego e de mão-de-obra qualificada e a animação tem várias vantagens como obra audiovisual'.

Gorgulho lembrou também que os filmes de animação apresentamum grande potencial de gerar receitas de licenciamento, de marcas derivadas da inclusão de, seus personagens, em diversos produtos de consumo. Da mesma forma, o segmento de finalização de obras audiovisuais, nos gêneros de ficção e animação, teve o valor do apoio majorado, sendo o aumento de 50% na categoria produção, que passou de R$ 500 mil para R$ 750 mil.

Gorgulho esclareceu que a etapa de finalização, em que a obra já foi filmada, engloba o trabalho de laboratório, legendagem, sonorização, que na maioria das, vezes é muito custosa.

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Rangel, da Ancine, defende empresa nacional na TV por assinatura

Manoel Rangel, presidente da Ancine (Agência Nacional de Cinema) disse que a atividade de empacotamento do conteúdo no serviço de TV por assinatura deve ser exercida por empresas brasileiras. A opinião de Rangel foi manifestada hoje, durante sua participação na audiência pública do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para debater a convergência tecnológica e seus impactos concorrenciais.

Segundo o presidente, essa atividade implica na responsabilidade editorial e na organização do conteúdo que vai ser disponibilizado. “É a existência de empresas brasileiras que estrategicamente asseguraa existência da produção de conteúdos brasileiros”, frisou. De acordo com ele, a convergência deve implicar a regulamentação de cinco atividades distintas, distribuídas em duas camadas: a de telecomunicações e a de conteúdo.

Nas atividades de conteúdo (produção, programa e empacotamento), que são inerentes à comunicação audiovisual, ele defendeu a necessidade de controle editorial brasileiro. Já nas atividades de provimento e de disponibilidades de redes, o Brasil adotou um caminho com a Lei Geral de Telecomunicações (LGT). “Salvo uma revisão desse caminho,o legislador vai ter que apontar os limites de cada um e acredito que o processo de convergência tecnológica vai impor um ambiente onde a rede tenha que ser maximizada na sua utilização”, ressaltou.

Na opinião de Rangel, é preciso adotar algumas salva-guardas e preservar o interesse público no momento de unificação dos parâmetros regulatórios.

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Projeto em SP prevê distribuição de ingressos para filmes nacionais

Com o objetivo de mudar o atual cenário do cinema brasileiro – em que filmes nacionais não chegam às telas e o público não freqüenta as salas como poderia – a Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo deve lançar em outubro o programa "Vá ao Cinema". A novidade foi anunciada por André Sturm, da Secretaria de Estado da Cultura, durante a Feira Internacional da Indústria do Cinema e Audiovisual (Fiicav), que acontece paralelamente ao Congresso da Set.

O projeto visa oferecer gratuitamente ingressos de cinema para sessões regulares de filmes nacionais. Inicialmente, o público alvo são estudantes da rede pública de ensino e as salas são aquelas localizadas nas cidades do interior de São Paulo. "Além de subsidiar a cota de tela para os exibidores do interior, pretendemos promover a formação de público de cinema", diz Sturm. A previsão é de distribuir 2,4 milhões de ingressos até o final de 2008.

Para oferecer o ingresso gratuitamente, a Secretaria negocia preços mais baratos com os exibidores. Há ainda uma exigência que o filme brasileiro seja exibdo durante um mês e que seja inédito na cidade.

O investimento no projeto em 2007 é de R$ 1,5 milhão, com previsão de investimento de R$ 7 milhões em 2008. "Para futuro, vamos expandir o projeto para a capital e para diferentes públicos. Por exemplo, podemos ter como foco os idosos, em cidades onde exista a demanda", conclui Sturm.

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Evento do CBC discute tendências de mercado

O Congresso Brasileiro de Cinema realiza reunião extraordinária preparatória para a VII Assembléia Geral do CBC. O evento acontece entre os dias 31 de agosto e 2 de setembro em São Roque/SP.

Os painéis deste dia abordarão temas pertinentes ao cinema e ao audiovisual como:

* os novos mecanismos de financiamento da produção audiovisual, como a linha de financiamento do BNDES Procult, o Fundo Setorial do Audiovisual da Ancine e os Funcines, e como será o perfil do setor produtivo e como se preparar para essa nova realidade;

* os cenários de negócios na era da convergência tecnológica, abordando os novos cenários para o setor de produção com a TV Digital, IPTV, telefonia celular e outros;

* a parceria entre a TV pública e a produção independente;

* a distribuição no cinema brasileiro e o que levou à queda de público dos filmes nacionais.

No segundo dia do evento, aberto apenas a representantes oficialmente indicados pelas entidades filiadas ao CBC, serão apresentados os resultados dos grupos de trabalho permanentes para avaliação e encaminhamento das resoluções atuais e apresentação de novas propostas de resolução visando o VII CBC.

Por fim, no dia 2 de setembro acontece a reunião preparatória do VII CBC.

Mais informações podem ser obtidas através do site www.cbcinema.org.br

Com câmeras na mão, indígenas lutam para manter tradição

O jovem Takumã Kuikuro, parado ao lado de uma câmera sobre um tripé, com o rosto e o corpo pintados, entrevistava o cacique dos nafukuá no meio da aldeia Ipatse, da etnia kuikuro, no Alto Xingu. Também nu e pintado, o chefe revezava o olhar entre a lente e o jovem cineasta, enquanto contava que se arrepiou ao ver os filmes feitos pelos índios. "Ele gostou do filme, achou bonito, e disse que a gente pode levar isso adiante para nossos filhos e netos", afirmou Takumã, 23, traduzindo os comentários do cacique sobre o que viu projetado em um imenso telão, com a ajuda de um gerador, no centro da aldeia na noite de sábado.

Takumã é um dos seis jovens realizadores, como se chamam na aldeia os iniciados na arte de filmar, que com suas duas câmeras digitais registravam incansavelmente todos os momentos da festa do lançamento do DVD "Cineastas Indígenas".

O evento no final de semana também comemorou a inauguração do centro de documentação da Associação Indígena Kuikuro do Alto Xingu, na aldeia do Parque Indígena do Xingu, que reúne 14 etnias e uma população de cerca de 5 mil indígenas em 27 mil quilômetros quadrados, no Mato Grosso.

Ao olhar dos jovens índios não escapavam nem os visitantes brancos, também com suas câmeras de filmar ou fotográficas, e apontavam a filmadora impiedosamente, invertendo o foco, até então centrado só neles.

Os curtas-metragens "Imbé Gikegü" ("Cheiro de Pequi", 2006) e "Nguné Eu" ("O Dia em que a Lua Menstruou," 2004), ambos premiados em festivais nacionais e internacionais, foram aplaudidos no sábado por uma platéia de habitantes locais e convidados de outras etnias espalhada pelo chão da parte central da aldeia, circundada por malocas. Os filmes contam, em kuikuro mas com legendas, lendas do seu povo.

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