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TVs podem digitalizar transmissão por R$ 150 mil

Provedores de soluções para transmissão do sinal de TV digital reduziram o custo mínimo para que emissoras possam oferecer TV Digital. O avanço tecnológico e a concorrência tornaram possível a aquisição da solução completa, desde o encoder até a antena, por R$ 150 mil.

O custo mais acessível da infraestrutura de transmissão é favorável à interiorização da TV Digital no País, uma das principais metas do Fórum de Televisão Digital Terrestre (Fórum SBTVD). "Atualmente, 480 municípios recebem o sinal digital, que alcança cerca de 48% da população. Com o barateamento do custo de implantação, é provável que mais emissoras de TV antecipem suas transmissões", avalia Roberto Franco, diretor do Fórum SBTVD.

Exemplo dessa inovação tecnológica é o WM-OneTV, sistema completo que integra, num único gabinete (3 RU), todos os itens necessários para a transmissão digital: dois encoders, multiplexador do ISDB-T e outros serviços como Guia Eletrônico de Programação, Gerador de Closed-Caption, e Gerador de carrossel de objetos para interatividade. O produto, lançado este mês pela WiMobilis Digital Technologies, pode ser adquirido por R$ 85 mil (preço promocional).

Para viabilizar uma transmissão digital, deve-se incluir, entretanto, os custos de um amplificador de potência, cujo valor varia de acordo com uma série de fatores. Hoje, é possível adquirir esse equipamento por aproximadamente R$ 50 mil na faixa de 100 watts, com capacidade para atender a 100 mil habitantes. É ainda necessário o uso de um sistema irradiante (antena), atualmente ao custo mínimo de R$ 15 mil. Nessa configuração, a migração pode somar R$ 150 mil.

"Estamos unindo as funcionalidades de seis equipamentos num único gabinete, inclusive os encoders HD e one-seg", explica Marcos Cesar Manente, gerente de tecnologia da WiMobilis. "Essa integração permite que muitas emissoras entrem agora no digital".

Fabricantes de TV alegam que não há conteúdo para o Ginga

Os fabricantes de aparelhos de TV argumentam que a obrigatoriedade de instalação do middleware brasileiro – o Ginga – nos equipamentos, conforme proposta sob consulta pública dos ministérios da Ciência e Tecnologia (MCTI) e Desenvolvimento Industrial (MDIC), poderá trazer apenas um custo a mais para os clientes, visto que não existem conteúdos interativos disponíveis. "Nem as emissoras de TV nem as empresas públicas estão desenvolvendo conteúdos interativos que possam ser usados no Ginga", afirma executivo de um dos fabricantes.

Segundo ele, diferentes marcas de TV já vêm com o Ginga embargado, mas a indústria não divulga existir esta facilidade porque não foi feita a suíte de testes com o software, que permite assegurar a interoperabilidade dos sistemas. "Não sabemos se em cada geradora de TV o software para funcionar no aparelho de recepção", argumenta a fonte.

Para os fabricantes, o conteúdo interativo ainda não existe no Brasil porque não se encontrou o modelo de negócios que permita estimule o seu desenvolvimento. Da mesam forma, afirma, a TV no celular acabou não "pegando", e só existem hoje os aparelhos que captam sinais analógicos. Aqueles que captam sinais digitais são produzidos em pequena escala. Tanto que o governo diminuiu a obrigatoriedade de fabricação desses aparelhos, para 3% da produção total.

Zona Franca

O executivo explica também que não há qualquer ameaça da indústria em migrar para outras regiões do país, para a produção do aparelho de TV, hoje concentrada na Zona Franca de Manaus. Mas pode vir a ser uma decisão econômica. Hoje os aparelhos de TV já têm um custo mais elevado porque precisam carregar o sincronizador digital e analógico (equipamento que recebe os sinais de TV). Com a inclusão do Ginga, que também custa mais para os fabricantes (pois tem mais memória, processador, etc.) pode ser que esses aparelhos acabem ficando mais caros do que se eles fossem produzidos fora de Manaus, sem os benefícios de Manaus, mas também sem os custos associados. "Vamos ter que colocar Ginga e sincronizador digital para vender TV em cidades que só recebem o sinal analógico", afirma.

Além disso, os fabricantes podem estimular não mais a venda do aparelho de TV mas do monitor de tela plana, que é fabricado conforme as regras da Lei de Informática (em todo o país) e poderia ser usado pelos telespectadores que têm TV por assinatura ou IPTV, o que poderia também ser um baque na produção de Manaus. Mas a consulta pública mal começou. Novas reações deverão vir na próxima semana

Apagão analógico cria disputa pelos canais abertos

O apagão analógico está programado para ocorrer em 2016, quando todas as televisões do Brasil terão de ser adaptadas para receber a transmissão digital. Mas já começou a disputa pelas frequências que serão deixadas pelas emissoras de TV aberta. As empresas de telefonia querem as faixas para aumentar a oferta de serviços de banda larga móvel.

Os canais em que hoje estão Globo, Record, SBT etc. precisarão ser devolvidos. De acordo com a Folha.com, as teles querem que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) reserve agora essas frequências, que estão na faixa de 700 megahertz, para implantação do 4G. O governo já disse que leiloará a faixa de 2,5 gigahertz para isso e que o edital está em preparação para que as vendas aconteçam em abril de 2012.

Mas as operadoras querem que o leilão seja adiado. O presidente da Tim, Luca Luciani, acredita ser melhor investir em projetos de difusão da tecnologia existente e não necessariamente na implantação de outras. "O que é melhor para o Brasil: ter a quarta geração do celular disponível nos Jardins (bairro nobre de São Paulo) ou levar a banda larga móvel à Amazônia com uma tecnologia mais antiga, mas que ainda é eficaz?", disse, segundo informa a Folha.

A Oi também prega pelo adiamento dos leilões de 2,5 GHz, sob argumento de que, antes dessas vendas, a Anatel discuta com a sociedade planos mais longos para já decidir quem ficará com as frequências de 700 MHz. Para o presidente da operadora, Francisco Valim, a faixa a ser deixada pelas emissoras é melhor para a banda larga móvel do que a que será leiloada no ano que vem.

Já a Anatel diz ser fora de questão o adiamento. "O compromisso de implantação do serviço antes da Copa de 2014 foi firmado por decreto presidencial", lembrou o conselheiro do órgão João Rezende. "A redestinação das frequências só deve ser discutida depois de encerrada a TV analógica. Inverter o processo seria um desgaste político para a Anatel."

Switch off da TV analógica no Japão é exemplo para o Brasil

O fim das transmissões analógicas de TV no Japão, ocorrido no dia 24, foi acompanhado por técnicos do Ministério das Comunicações com o objetivo de ver de perto a experiência nipônica e aplicar o conhecimento no processo brasileiro, que está previsto para 2016. O switch off japonês vai beneficiar as operadoras de celular, que usarão a frequência de TV analógica para expandir seus serviços. No Brasil, a frequência de 700 MHz ainda é disputada por radiodifusores e teles.

Segundo o Ministério de Assuntos Internos e Comunicações do Japão, o sucesso do switch off deve-se à confiança que a população tinha nas vantagens do padrão ISDB-T: alta definição, mobilidade e portabilidade, além da pronta transmissão de alertas em caso de desastres. Esse último item é especialmente importante para um país acostumado a lidar com terremotos e tsunamis, como o que aconteceu em 11 de março deste ano e devastou algumas províncias.

Para ajudar os países que estão programando o switch off, o ministério divulgou algumas ações que garantiram o sucesso da transição no Japão. Uma delas foi a criação de espaços onde a população podia tirar dúvidas, numa parceria entre governo, radiodifusores e fabricantes. Foram 51 “centros de suporte” para os telespectadores. Vários voluntários entraram em cena, procurando especialmente a população idosa para confirmar se estava tudo ok para a digitalização.

Idosos e famílias de baixa renda mereceram uma atenção especial. O governo estabeleceu medidas para popularizar os conversores de TV Digital (septop-boxes), necessários para pegar o sinal digital. Com isso, o preço caiu gradativamente. Além disso, foram doados conversores para famílias de baixa renda que não tinham condições de adquirir o aparelho, política ainda não aplicada no Brasil.

De acordo com o ministério japonês, a ampla divulgação do switch off também foi fundamental para que a população se sentisse segura com o processo. Assim, o calendário com todas as etapas da digitalização teve ampla publicidade. A data do apagão analógico foi especialmente reforçada na programação televisiva. Desde 1º de julho, as emissoras passaram a mostrar sempre um calendário com os dias que faltavam para o apagão.

Além disso, foi criado um mascote para marcar a transição. Artistas e personalidades do Japão também reforçaram a divulgação por meio de campanhas e comerciais. Tudo para que as pessoas tivessem familiaridade com o assunto e entendessem os benefícios que a mudança iria trazer.

 

TV Câmara estreia hoje canal digital em Brasília

O presidente da Câmara, Marco Maia, inaugura hoje a transmissão digital da TV Câmara no Distrito Federal, às 12 horas, em cerimônia a ser realizada no centro de transmissão de rádio e TV da Câmara dos Deputados (Estrada Parque Contorno – DF 001, KM 1, Colorado). Pelo canal 61, o público poderá assistir ao mesmo tempo a sessões do Plenário e a reuniões das comissões.

O canal digital da TV Câmara estará disponível na TV aberta, totalmente gratuito. Para sintonizá-lo, o cidadão precisará ter um conversor para TV digital (set top box) ou uma TV com conversor integrado. A transmissão digital também permitirá ao público acompanhar as notícias e sessões da Câmara por meio do telefone celular.

Toda a programação estará disponível em alta qualidade para um público potencial de 2,6 milhões de habitantes do Distrito Federal. Em breve, a TV Câmara também deve introduzir recursos interativos na programação para incentivar a participação popular nos debates legislativos. "Trata-se de um canal direto entre a Câmara e a sociedade. Uma maneira transparente de o cidadão acompanhar o trabalho parlamentar", afirma o diretor da TV Câmara, Frederico Schimidt.

Multiprogramação

O sinal digital da TV Câmara vai permitir a multiprogramação, com transmissão simultânea em dois canais diferentes:

– canal 61.1: é o canal principal da TV Câmara, o mesmo exibido pela TV a cabo, parabólicas, satélite, no UHF no Distrito Federal e no canal digital de São Paulo. Nele, o telespectador pode acompanhar a transmissão ao vivo das sessões plenárias, os telejornais, programas de debates e entrevistas e os documentários exibidos pela emissora;

– canal 61.2 – vai exibir o trabalho das comissões ao vivo de manhã e à tarde. Quando os trabalhos forem interrompidos, transmitirá reuniões de comissões previamente gravadas.

Custos

A compra de todo o equipamento necessário para a transmissão digital no Distrito Federal custou R$ 1,9 milhão à Câmara. O transmissor adquirido tem 1,1 kilowatt, suficiente para alcançar todo o território do Distrito Federal.

No início deste ano, pesquisa realizada apenas entre os telespectadores que utilizam antena parabólica (cerca de 54,3 milhões de pessoas) constatou que a TV Câmara tem audiência média de 4,7 milhões de espectadores. Segundo a mesma pesquisa, cerca de 13 milhões de brasileiros declararam assistir eventualmente a TV Câmara.

Com sinal digital, a TV Câmara chegará a um número ainda maior de pessoas, em canal aberto, com maior qualidade de imagem e som. Em São Paulo, onde já opera no canal digital 61, a TV Câmara tem público potencial de 20 milhões de pessoas. A TV Câmara ainda planeja inaugurar a transmissão digital em Belo Horizonte, Fortaleza e Porto Alegre.