Switch off da TV analógica no Japão é exemplo para o Brasil

O fim das transmissões analógicas de TV no Japão, ocorrido no dia 24, foi acompanhado por técnicos do Ministério das Comunicações com o objetivo de ver de perto a experiência nipônica e aplicar o conhecimento no processo brasileiro, que está previsto para 2016. O switch off japonês vai beneficiar as operadoras de celular, que usarão a frequência de TV analógica para expandir seus serviços. No Brasil, a frequência de 700 MHz ainda é disputada por radiodifusores e teles.

Segundo o Ministério de Assuntos Internos e Comunicações do Japão, o sucesso do switch off deve-se à confiança que a população tinha nas vantagens do padrão ISDB-T: alta definição, mobilidade e portabilidade, além da pronta transmissão de alertas em caso de desastres. Esse último item é especialmente importante para um país acostumado a lidar com terremotos e tsunamis, como o que aconteceu em 11 de março deste ano e devastou algumas províncias.

Para ajudar os países que estão programando o switch off, o ministério divulgou algumas ações que garantiram o sucesso da transição no Japão. Uma delas foi a criação de espaços onde a população podia tirar dúvidas, numa parceria entre governo, radiodifusores e fabricantes. Foram 51 “centros de suporte” para os telespectadores. Vários voluntários entraram em cena, procurando especialmente a população idosa para confirmar se estava tudo ok para a digitalização.

Idosos e famílias de baixa renda mereceram uma atenção especial. O governo estabeleceu medidas para popularizar os conversores de TV Digital (septop-boxes), necessários para pegar o sinal digital. Com isso, o preço caiu gradativamente. Além disso, foram doados conversores para famílias de baixa renda que não tinham condições de adquirir o aparelho, política ainda não aplicada no Brasil.

De acordo com o ministério japonês, a ampla divulgação do switch off também foi fundamental para que a população se sentisse segura com o processo. Assim, o calendário com todas as etapas da digitalização teve ampla publicidade. A data do apagão analógico foi especialmente reforçada na programação televisiva. Desde 1º de julho, as emissoras passaram a mostrar sempre um calendário com os dias que faltavam para o apagão.

Além disso, foi criado um mascote para marcar a transição. Artistas e personalidades do Japão também reforçaram a divulgação por meio de campanhas e comerciais. Tudo para que as pessoas tivessem familiaridade com o assunto e entendessem os benefícios que a mudança iria trazer.

 

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