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Net se antecipa e prevê oferta quadruple play

A portabilidade numérica trará maior dinamismo ao mercado de telefonia fixa, com mais ofertas e opções aos clientes. Ao menos é o que prevêem competidores como a Net, que chegam para levar os números das incumbents. A empresa de TV a cabo prevê antecipar estratégias e planos de comunicação para as regiões onde a portabilidade entra em operação primeiro, valorizando sua cesta de produtos. “Como a Net foi pioneira no triple play, já preparamos uma oferta quadruple play com a Claro. Por enquanto, estamos na fase de modelagem do negócio”, adianta Eduardo Guedes, gerente de produtos de banda larga e telefonia da Net.

Em países da Europa e nos Estados Unidos houve uma média de 20% de números migrados para novas operadoras. Em Hong Kong esse número subiu para 50%. No Brasil espera-se um meio termo entre esses dois extremos (entre 20% e 50%), já que o mercado de telefonia fixa ficou muito tempo sem competição, com 40 milhões de linhas divididas em três grandes operadoras, subsidiadas pela assinatura obrigatória.

O Net Fone, explica o executivo, trouxe elementos inéditos no mercado de telefonia, como a possibilidade de ligações gratuitas dentro da mesma rede e franquia flexível de minutos. Hoje, mais de 60% dos clientes da base da Net entram no Net Fone isentos da franquia por 12 meses e só pagam o que consomem. Para Guedes, as grandes empresas de telefonia fixa já começaram a se mexer com a oferta de tarifas flat e planos mais flexíveis, mas só medirão realmente o nível de insatisfação quando a portabilidade entrar em vigor.

Anatel quer leilão de WiMAX até março de 2008

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que deverá ter orçamento recorde de R$ 411 milhões em 2008, quer realizar até março do próximo ano o leilão de WiMAX, para oferta de serviços de banda larga sem fio. O leilão está paralisado desde setembro de 2006 devido à decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), e a recursos das concessionárias de telefonia, impedidas pelo edital de participar do certame. Segundo o presidente da agência, embaixador Ronaldo Sardenberg, o leilão “é uma das prioridades que serão discutidas junto ao conselho da Anatel na próxima semana”, mas se esquivou de comentar a possibilidade de participação das concessionárias. Ele avalia que os impedimentos relativos ao TCU estão “praticamente resolvidos”, o que facilitaria o lançamento do edital  até março do próximo ano.

Sardenberg comentou também as reclamações das operadoras sobre o preço das licenças de 3G, que consideram caras, tendo em vista a série de obrigações cruzadas de metas de universalização, impostas pela Anatel. Segundo o embaixador, o preço, em média R$ 635 milhões por área, é “mamão com açúcar”, ressaltando que a agência diminuiu os preços das licenças por conta da obrigatoriedade imposta nas metas de universalização. Frente aos questionamentos das operadoras, que queriam preços mais baixos, Sardenberg destacou o objetivo da Anatel em arrecadar R$ 2,8 bilhões com o leilão, e citou o caso argentino, “onde as licenças de 3G foram vendidas pelo dobro do preço que estamos pedindo”.   

Coincidência ou não, órgão libera novas frequências para inclusão digital

A Agência Nacional de Telecomunicações colocou nesta terça-feira (06/11) em consulta pública, proposta de alteração do Regulamento sobre Canalização e Condições de Uso da Faixa de Radiofrequências de 6.430 MHz a 7.110 MHz. O objetivo é permitir que o governo possa garantir o provimento de banda larga em pequenos e distantes municípios das regiões Norte e Nordeste.

A decisão ocorre no mesmo dia em que a Agência anuncia que as concessionárias de telefonia fixa estão liberadas de começar a implantar em janeiro mais de oito mil Postos de Serviços Telefônicos (PSTs), em troca da criação de uma grande rede nacional de banda larga que será usada pelo governo para programas de inclusão digital.

De acordo com a Consulta Pública 839, publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União, o uso dessas frequências permitirá viabilizar "a implementação de rotas de entroncamento em distâncias superiores a 30 km, para interligação de localidades e pequenos municípios no interior do Brasil, considerando o interesse público de expansão de programas como provimento de banda larga – inclusão digital", especialmente nas duas regiões mais carentes do Brasil.

Segundo explicou o subgerente de Operações e Planejamento, da Gerência de Engenharia de Espectro da Anatel, Marco Antonio de Oliveira Tavares, devido aos avanços da tecnologia, a agência apenas está promovendo um "uso mais eficiente do espectro". As frequências de 6.4Ghz e 7.1Ghz tem sido utilizadas por empresas do setor elétrico para serviços de voz e transmissão de dados, "em velocidade mais baixinha", segundo o técnico.

Inclusão digital

Com um melhor uso desse espectro, as empresas interessadas em explorar essa faixa de frequência poderão implantar sistemas ponto-a-ponto de alta capacidade de transmissão de dados, em velocidades que variam entre 140 Mbit/s e 155 Mbit/s. São velocidades bem maiores do que aquelas que serão empregadas pelas empresas de telefonia fixa na grande rede nacional de banda larga, em troca da não instalação dos Postos de Serviços Telefônicos (PSTs).

Antonio Tavares admite que a liberação dessas frequências permitirá a formação de um grande backhaul nas regiões Norte, onde existe a dificuldade de montagem de redes, além do Nordeste, carente de investimentos nessa área. "Pode ser aproveitado para levar a banda larga às localidades mais distantes e de difícil acesso", afirmou.

O técnico da Anatel entende que essa frequência atende justamente ao problema de se cobrir grandes distâncias com rede de acesso à Internet. "Ninguém pense em fazer banda larga com seis e meio gigas aqui no Lago Sul porque a idéia não é essa", destacou o executivo, lembrando que a Anatel não dará exclusividade de uso das faixas para o setor elétrico. "Não tem exclusividade é aberto a todos", frisou.

WiMAX ganha na UIT e vira padrão móvel 3G

O primeiro dia da Assembléia de Radiocomunicações da União Internacional de Telecomunicações (UIT), reunião que se realiza em Genebra e irá durar cerca de 30 dias, foi motivo de comemoração para os fabricantes da tecnologia WiMAX (banda larga sem fio). Na reunião, foi aprovada, pela maioria dos países, a Recomendação ITU-RM.1457, que reconhece o WiMAX como um dos padrões móveis da família da terceira geração, ou seja, do IMT 2000.

Assim, agora, formalmente, são admitidos como integrantes da família IMT 2000 as interfaces aéreas WCDMA/HSDPA; CDMA 2000/EVDO e, agora, o OFDMA TDD WMAN (o WiMAX). Mas, a decisão não foi unânime.

A China formalizou sua posição contrária à incluão do WiMAX entre aqueles que poderiam ser considerados de terceira geração argumentando que alguns parâmetros técnicos não foram devidamente comprovados. Com o posicionamento da China, a Alemanha exigiu que aUIT estude as questões técnicas ainda pendentes para permitir a coexistência do WiMAX com as demais tecnologias da família do IMT-2000.

Centros de pesquisa desenvolvem WiMax para usar com TV digital

O Instituto de Pesquisas Eldorado e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um protótipo de WiMax que funciona em freqüência menor que 1 GHz. As versões padronizadas da tecnologia funcionam nas faixas de 2,5 GHz e 3,5 GHz. Os pesquisadores propõem que a tecnologia de banda larga sem fio seja usada no canal de UHF, que fica abaixo de 1 GHz, para o canal de retorno da TV digital. O canal de retorno leva informações da casa do telespectador para a emissora (ou a internet).

Durante o evento Futurecom, o Eldorado mostrou um computador ligado a uma antena comum de UHF, para comunicação de dados. 'Vamos lutar para que o WiMax 700 (como foi batizado o sistema) seja reconhecido como padrão', disse Paulo Ivo, gerente-executivo de Desenvolvimento de Negócios do Instituto Eldorado.

O Eldorado também preparando um piloto de cidade digital com o WiMax 700. 'Esperamos conseguir de R$ 300 mil a R$ 500 mil do Ministério das Comunicações e do Ministério de Ciência e Tecnologia para o piloto', afirmou Ivo.

Existem empresas e centros de pesquisa trabalhando em soluções de banda larga sem fio em freqüências abaixo de 1 GHz nos Estados Unidos e na Europa. A tecnologia é promissora porque, em dois anos, o governo americano vai retomar os canais de TV que eram usados para o sinal analógico e revendê-los em um leilão. A partir de 18 de fevereiro de 2009, nos EUA, só irá ao ar o sinal digital. Os canais leiloados serão destinados à banda larga.