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Escolas têm mais internet que biblioteca, indica Censo

Enquanto o investimento feito pelo governo federal em informática possibilita que quase 95% dos alunos de ensino médio já estejam em escolas com computadores com acesso à internet, a oferta de laboratórios de ciências e bibliotecas para esses mesmos estudantes é bem menor: 57% e 73,2%, respectivamente. Os dados constam do Censo Escolar 2010, divulgado anteontem pelo Ministério da Educação.

O sistema de internet nas escolas cresceu rapidamente por causa de uma obrigação contratual das operadoras de telefonia que, para renovar a concessão, tiveram de se comprometer a instalar a banda larga em todas as escolas do País. Segundo o ministério, no primeiro semestre de 2011 todas as 62 mil escolas públicas terão acesso à internet.

Entretanto, os laboratórios de ciências e as bibliotecas – que são bem mais simples e baratos, mas dependem exclusivamente de recursos do MEC – andam a passos bem mais lentos. As escolas que atendem os anos iniciais do ensino fundamental, do 1.º ao 5.º ano, são as que apresentam mais problemas. Apenas 30,4% delas têm bibliotecas e 7,6%, laboratórios.

Como existem muitas escolas rurais pequenas, a situação é um pouco melhor quando se leva em conta o número de alunos atendidos. Ainda assim, apenas 50% das crianças que estão aprendendo a ler e a gostar de livros são atendidas com bibliotecas. E 13,4% têm acesso a um laboratório de ciências.

Nas séries subsequentes a situação melhora um pouco. Nos anos finais do ensino fundamental (do 6.º ao 9.º ano), quase 60% das escolas têm bibliotecas e elas atendem cerca de 65% dos estudantes. No ensino médio, 73,2% dos estudantes têm bibliotecas nas suas escolas.

 

Comissão especial abre consulta pública sobre lan houses

A Comissão Especial dos Centros de Inclusão Digital abre consulta pública hoje sobre o substitutivo do deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) aos projetos de lei que tratam do funcionamento das chamadas lan houses (PL 4361/04 e apensados). As contribuições ao texto vão ser recebidas nos próximos 90 dias no portal e-Democracia.

"Ao final do processo, as iniciativas apresentadas serão analisadas e poderão constar no documento da comissão", informa Leite. O deputado é relator da proposta na comissão especial, que funciona desde fevereiro e já realizou sete audiências públicas sobre o tema.

Hoje existem mais de 100 mil lan houses no País, que respondem por 48% das conexões à internet, conforme dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Nas famílias com renda per capita de até dois salários mínimos, o percentual sobe para 82% dos acessos.

Otávio Leite estima que apenas 10% das casas sejam regulares. "A intenção da proposta é trazer essas entidades para a regularidade, com acesso a benefícios de crédito", afirma. Ele acredita que os centros podem atuar como braço do sistema educacional, para atividades complementares.

Principais pontos

No substitutivo, as lan houses ou os Centros de Inclusão Digital (CIDs) são reconhecidos como de especial interesse social para a universalização do acesso à internet. O texto define os centros como entidades prestadoras de "serviços multipropósitos" que estimulem o desenvolvimento educacional e cultural do cidadão, mediante a disponibilização de programas que permitam o acesso à pesquisa e ao estudo.

Além disso, as entidades devem possibilitar o acesso para fins sociais, profissionais, de entretenimento, bem como a conexão com instituições públicas para cumprimento das obrigações legais e exercício da cidadania.

Conteúdos inapropriados

Conforme a proposta, os CIDs deverão possuir softwares e hardware que permitam inibir o acesso de menores de 18 anos a conteúdos inapropriados para a sua faixa etária, respeitando a classificação indicativa do Ministério da Justiça.

O texto também garante a inviolabilidade dos dados pessoais do usuário, bem como do conteúdo acessado, salvo na hipótese de ordem judicial para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. "A pessoa vai ter que se cadastrar, mas os dados não poderão ser utilizados para outras finalidades", explica o relator.

As lan houses terão prioridade nas linhas de crédito e nos financiamentos especiais para aquisição de computadores ofertados por órgãos da administração pública e por instituições financeiras públicas, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES.

Fins educacionais

O texto estabelece que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios poderão implantar parcerias com as lan houses para desenvolvimento de atividades educacionais e culturais, especialmente em programas de complementação pedagógica.

As despesas efetuadas poderão ser contabilizadas como de educação, nos termos do artigo 212 da Constituição. O artigo diz que a União deve aplicar, anualmente, nunca menos de 18% da receita resultante de impostos em educação, e os estados, o Distrito Federal e os municípios, no mínimo 25%.

O relator, Otavio Leite, disse ter conhecido neste ano, em Estância (SE), um bom modelo de parceria público/privada na educação. A prefeitura da cidade assinou convênio com a associação dos centros de inclusão da internet, permitindo que alunos da rede pública recebam a chamada "bolsa-internet", que dá direito a acesso durante seis horas por mês nas lan houses locais. Para o deputado, o exemplo da relação do município com esses estabelecimentos pode se espalhar pelo País.

Íntegra da proposta:
PL-4361/2004

Edição – Newton Araújo

Minicom suspende licitação das cidades digitais

Conforme antecipou o Tele.Síntese, a licitação do Ministério das Comunicações para contratar empresa especializada para implantação de 163 cidades digitais, prevista para esta quarta-feira (12) foi mesmo cancelada. Uma nota de três linhas, publicada no site do ministério, informa a suspensão do pregão “até que sejam analisadas todas as impugnações apresentadas”.

Segundo representantes de empresas interessadas no certame, o edital está cheio de vícios de ordem técnicas, que impedem a entrega dos serviços previstos. Mas os problemas são também de ordem política. O edital, que foi  lançado no dia 20 de abril e que prevê investimentos de R$ 100 milhões, não foi articulado com a Casa Civil, que estava em vias de concluir o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).

Além disso, o edital já foi motivo de denúncia, publicada no jornal Folha de S. Paulo, frisando que as cidades beneficiadas são, na grande maioria, comandadas por políticos ligados à base aliada.

Dificuldades

Não é a primeira vez que a licitação das cidades digitais é suspensa. Em setembro de 2008, o edital lançado pelo Minicom para implantação de 160 cidades digitais foi contestado pela indústria e pela sociedade civil, que reclamaram da falta de transparência do processo. A licitação foi suspensa e aberta consulta pública sobre o tema.

A dificuldade da formatação do edital se dá porque a Coordenação-Geral de Acompanhamento de Projetos Especiais (CGPE), que pelo decreto que aprova a estrutura regimental do Minicom, está ligada à Secretaria de Telecomunicações, teve sua subordinação transferida para a Secretaria-Executiva. Assim, o edital teria sido elaborado sem a supervisão dos técnicos da área, o que explicaria tantos questionamentos.

Essa transferência de subordinação da CGPE inclusive está sendo contestada pela Controladoria-Geral da União (CGU), uma vez que foi realizada por meio de portaria do então ministro Hélio Costa. O órgão de controle considera irregular a alteração de decreto, que é de competência do Presidente da República, seja alterado por portaria de ministro.

De acordo com o edital suspenso, as 163 cidades digitais, que  contemplam municípios de 25 estados em todas as regiões do país, serão estruturadas com base em solução wireless de telecomunicações de dados, som e imagem, capaz de proporcionar a comunicação em rede de alcance local e em rede de alcance mundial com acesso à internet de alta velocidade. A empresa vencedora deve fornecer equipamentos e softwares necessários à implantação da solução, com os serviços de instalação, suporte técnico, capacitação e garantias de manutenção preventiva e corretiva.

A nova data da licitação, segundo informa a nota, será marcada posteriormente, “assim que forem analisadas todas as impugnações”.

Licitação das 163 cidades digitais deve ser suspensa

A licitação do Ministério das Comunicações para contratar empresa especializada para implantação de 163 cidades digitais corre o risco de não acontecer. Isto porque o edital lançado no último dia 20, que prevê investimentos de R$ 100 milhões, não foi articulado com o Palácio do Planalto, que está em vias de concluir o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).

Na quarta-feira passada, o coordenador dos programas de Inclusão Digital da Presidência da República, Cezar Alvarez, chegou a afirmar que teve conhecimento da licitação pela imprensa. Além disso, o edital já foi motivo de denúncia, publicada no jornal Folha de S. Paulo, frisando que as cidades beneficiadas são, na grande maioria, comandadas por políticos ligados à base aliada.

O ministro das Comunicações, José Artur Filardi, foi convocado na quarta-feira passada pela ministra chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, para explicações. Fontes do Planalto aguardam para os próximos dias a publicação da suspensão da licitação.

Não é a primeira vez que a licitação das cidades digitais é alvo de críticas. Em setembro de 2008, o edital lançado pelo Minicom para implantação de 160 cidades digitais foi contestado pela indústria e pela sociedade civil, que reclamaram da falta de transparência do processo. A licitação foi suspensa e aberta consulta pública sobre o tema.

O pregão presencial, pelo sistema de registro de preços, está marcado para o dia 12 de maio, às 10h, no Ministério das Comunicações. As 163 cidades digitais vão contemplar municípios de 25 estados em todas as regiões do país.

De acordo com o edital, as cidades digitais serão estruturadas com base em solução wirelles de telecomunicações de dados, som e imagem, capaz de proporcionar a comunicação em rede de alcance local e em rede de alcance mundial com acesso à internet de alta velocidade. A empresa vencedora deve fornecer equipamentos e softwares necessários à implantação da solução, com os serviços de instalação, suporte técnico, capacitação e garantias de manutenção preventiva e corretiva.

Governo divulga entidades que serão apoiadas pelo programa Telecentros.BR

O Ministério do Planejamento divulgou nesta terça-feira (27) os 63 projetos selecionados na primeira fase do Programa Nacional de Apoio à Inclusão Digital – Telecentros.BR, que propõe a criação de 6.508 novos telecentros  e fortalecimento de 3.514 unidades já existentes. No total, foram apresentadas 1.071 propostas no primeiro edital do programa, lançado do mês de fevereiro.

O programa, que receberá investimentos de R$ 165 milhões, vai oferecer equipamentos de informática novos e recondicionados, mobiliário, conexão à internet em banda larga, além de bolsas e formação para monitores.

A seleção das propostas foi feita em conjuntos pelos ministérios da Ciência e Tecnologia, das Comunicações e do Planejamento, que coordenam o programa. Foram escolhidas aquelas que cumpriram procedimentos de inscrição e estão dispostas a implantar e manter ao menos 10 telecentros sob as diretrizes de funcionamento do Programa.

A avaliação considerou também o grau de apoio das proponentes aos telecentros, a experiência prévia e capacidade de continuidade, além da localização das unidades de maneira coincidente a políticas federais prioritárias e a abrangência populacional.

Veja a lista das entidades selecionadas:

IGES – Instituto de Gestão Social do Terceiro Setor
Ministério da Integração Nacional
Fundação Municipal de Educação de Niterói (RJ)
Prefeitura Municipal de Cariacica (ES)
GIRAL – Grupo de Informática, Comunicação e Ação Local
Movimento Ceará – Associação dos Educadores Populares do
Ceará
PRODABEL – Empresa de Informática e Informação do Município
de Belo Horizonte
MMA – Ministério do Meio Ambiente
IDEAR – Instituto para o Desenvolvimento Tecnológico e
Social
Prefeitura Municipal de Russas (CE)
Associação para o Desenvolvimento Tecnológico e Industrial do
Sudoeste do Paraná
Tanquinho Prefeitura (BA)
SECTI/ Governo do Estado da Bahia
PMPA SMDHSU CIDAT – Prefeitura de Porto Alegre (RS)
Fundação Banco do Brasil
Prefeitura Municipal de Vitória (ES)
Prefeitura Municipal de Campo Grande (MS)
Banco do Brasil
Prefeitura Municipal de Caxias do Sul (RS)
Sedect/ Governo do Estado do Pará
Casa de Cultura Tainã
Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal
Ministério do Desenvolvimento Agrário
Prefeitura de Novo Hamburgo (RS)
Prefeitura Municipal de São Gonçalo do Amarante (CE)
Associação de Resgate da Dignidade Humana Providência Divina
Ministério da Justiça
Prefeitura Municipal de Ivinhema (MS)
Prefeitura Municipal de Bauru (SP)
SEMED/ Prefeitura Igarapé-Miri (PA)
Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Inclusão / Prefeitura
Municipal de Osasco (SP)
AFFAS – Ação Faça uma Família Sorrir
PMVR – Prefeitura Municipal de Volta Redonda (RJ)
Prefeitura Municipal de Arapiraca (AL)
Censipam – Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção
da Amazônia
Prefeitura Municipal de Guarulhos (SP) – Secretaria do Trabalho
MPA – Ministério da Pesca
Prefeitura Municipal de Patos (PB)
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