O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro entrou com ação na Justiça contra a Google do Brasil, na última quinta-feira (25), para obrigar o site a fornecer, sem necessidade de consulta judicial, dados de usuários do Orkut acusados de praticar crimes.
Desde o início do ano, o MP eo Google têm se reunido para conversar sobre troca de informações, mas, segundo o Ministério Público, até agora não houve acordo. O Google diz que já informa os dados quando é requisitado, mas alega que não teria como fazer isso sem o pedido judicial, pois estaria descumprindo lei americana.
A ação foi aberta na 26ª Vara Cível do Rio, pela Promotoria de Cidadania. De acordo com o pedido, o Google seria obrigado a entregar diretamente ao Ministério Público e à Polícia Civil os números de Internet (IP) dos usuários investigados. Os IPs podem identificar criadores e integrantes de comunidades.
Caso o pedido seja acatado, o Google pagará multa de R$ 50 mil por cada requisição não cumprida. O MP afirma que é difícil identificar usuários sem IP, pois muitos criam comunidades com perfis falsos e que o pedido feito à Justiça não representauma quebra de sigilo de dados dos usuários, pois as informações armazenadas no Orkut seriam passíveis de apreensão como qualquer outro documento.
Desde abril, Google e MP têm conversado sobre os crimes no Orkut. Por meio de um acordo, o site se comprometeu a retirar do ar comunidades com conteúdo de apologia ao crime. Entre os grupos de discussão investigados estão 'Eu sei dirigir bêbado' e 'Sou de menor, mas adoro dirigir'.
A Justiça decidirá agora se acata o pedido do Ministério Público. Em caso afirmativo, vai determinar como se dará o fornecimento dosdados e se isso realmente será feito de forma direta.
O relações-públicas da Google no Brasil, Félix Ximenes, disse no último sábado (28), ao jornal O DIA, que a empresa foi surpreendida pela ação judicial. 'Ainda não fomos notificados, mas adianto que estamos surpresos com adecisão do Ministério Público. Desde o início do ano, conversamos com o MP sobre a questão do fornecimento dos dados, em um diálogo aberto. Temos um acordo, colaboramos em outras ocasiões e entregamos as informações dos usuários quando os pedidos são feitos judicialmente', afirmou Ximenes.