Banda ultra larga vai demorar a chegar no Brasil

A banda ultra larga, conceito que envolve velocidades de conexão superiores a 100 Mbps, deverá gerar uma demanda maior por conteúdos com mais qualidade, e a realização de mais e diferentes serviços por meio da internet. Esta foi a tônica do painel Banda ultra larga: aplicações e mercados, realizado hoje, 3 de outubro, na Futurecom, em Florianópolis. Tamanha largura de banda impulsionará a indústria a desenvolver novos aplicativos, que terão maior participação dos usuários, mais qualidade de vídeo, e convergência de serviços em uma mesma rede.

A fibra ótica deverá ser o principal meio de transmissão da banda ultra larga, que deverá utilizar outras tecnologias para acessar a última milha, principalmente redes sem fio, para dar mobilidade ao usuário. No entanto, alguns questionamentos foram levantados quanto aos investimentos e tempo necessário para tornar viável sua aplicação no país. Para Eduardo Stefano, da Motorola, a banda ultra larga, no Brasil, está “na fronteira do desnecessário”. Ele avalia que há ainda grandes oportunidades de crescimento dentro das tecnologias atuais, e afirma que o momento está “mais para integração do que para inovação”.

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Para Paulo Castro, do portal Terra, as novas gerações, que já nasceram na era da internet, vão, naturalmente, “exigir aplicativos que necessitam de mais banda”, e a ampliação da capacidade de transmissão é inevitável. Para o executivo, recursos advindos da publicidade em internet poderão financiar o desenvolvimento das redes e dos modelos de negócio para explorar esta tecnologia. Ele citou exemplos de países como os EUA, em que 10% de todo investimento publicitário se direciona para a internet, ou Inglaterra, onde esse percentual chega a 15%, enquanto no Brasil esse índice é de apenas 2,7%. Castro prevê que em 2008 esse percentual possa atingir 4%, e afirma: “a indústria está descobrindo a publicidade na internet. Vamos ocupar a banda ultra larga com conteúdo e publicidade”.

Mas Caio Klein, da Juniper, ressalva que o modelo publicitário só vai financiar o desenvolvimento da rede “se o provedor de conteúdos repassar parte das receitas para quem faz essa infra-estrutura”. Cássio Garcia, da Nortel, acredita que há um conjunto de fatores para criar mercados, dentre eles, o principal é uma mudança do comportamento do usuário, mais participativo e pró-ativo. “A necessidade existe, só temos que oferecer esta banda a um preço acessível”, diz Garcia, acrescentando que “será imprenscindível dar conteúdo personalizado, considerando o dispositivo pelo qual o usuário acessa este conteúdo”.

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