O Brasil encerrou 2007 com 8,1 milhões de conexões de internet banda larga, o que representou crescimento de 30,5% em relação as conexões auferidas em dezembro de 2006. Do total, 602 mil conexões se referem a banda larga móvel, oferecida pelas operadoras de telefonia celular, apontou o “Barômetro Cisco de Banda Larga”, estudo coordenado pela Cisco e realizado pela IDC. A estimativa dos organizadores é que o país alcance entre 13 milhões de conexões banda larga em 2010.
A penetração banda larga no país atingiu 4%, índice superior a países como a Colômbia (2,0%), mas inferior a penetração verificada na Argentina (5,3%) e Chile (7,9%). O estado de São Paulo (SP) possui 7,1% de penetração de conexões banda larga, sendo que a região Sul conta com 5,1%, seguida pelo Sudeste (excetuando-se SP), com 4,8%. O Nordeste é a região com a menor penetração verificada, de 0,8%.
O mercado residencial se manteve em 2007 como o principal consumidor de banda larga, respondendo por 87% do total de conexões, com avanço de 31,1% em relação ao ano anterior. Já o segmento corporativo representa 13% do total de assinantes, e cresceu 26,5% em comparação com 2006. A grande maioria das conexões (74%) é realizada por tecnologia xDSL (linha telefônica), e as conexões por cabo representam 23% do total, tendo sido as que mais cresceram durante o último ano, 54%, em comparação a 2006.
Um dos destaques de 2007, segundo o presidente da Cisco do Brasil, Pedro Ripper, foi o crescimento dos acessos por telefonia móvel, “que duplicaram a base no último trimestre, devido a fortes subsídios nos modems em promoções para o Natal e outras sazonalidades”. Ele destacou que a entrada mais forte dos serviços de banda larga da terceira geração da telefonia celular (3G), criará competição com os meios tradicionais de conexão, xDSL e cabo. Por isso, há dois cenários possíveis para 2008: a manutenção da taxa de crescimento de 30% no número de conexões de banda larga, “ou um crescimento próximo a 40%, com a 3G agindo tanto no topo da pirâmide, com trocas de aparelhos, quanto na base da pirâmide, adicionando usuários com a expansão da cobertura”, explicou o executivo.
Persona
A apresentação do Barômetro foi aprimeira aparição pública de Ripper após a operação Persona, deflagrada pela Polícia Federal em outubro do ano passado, que investigou a Cisco por suposto esquema de fraudes na importação de equipamentos que teriam causado a evasão fiscal de R$ 1,5 bilhão. Durante a operação mais de 90 mandados de busca e apreensão foram executados, e na ocasião Ripper chegou a ficar detido, sendo liberado dias depois.
Ripper não comentou diretamente a operação, alegando que “o processo ainda se encontra em andamento, em segredo de justiça”, mas destacou que os resultados da empresa no Brasil não foram afetados. “Fechamos o primeiro semestre fiscal, encerrado em janeiro, com resultado recorde, e ficamos 10% acima das metas estabelecidas para o período”. Ele ressaltou que o país apresentou crescimento dois dígitos superior ao restante das operações globais da Cisco.