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Conexões de banda larga ultrapassam 11,8 milhões no Brasil

O Brasil terminou o ano de 2008 com 11,82 milhões de conexões de banda larga (fixa e móvel), um crescimento de 45,9% em apenas um ano, de acordo com dados do 11º Barômetro Cisco de Banda Larga divulgados nesta terça-feira (17/03). Com o crescimento, 15,94% dos lares brasileiros agora contam com conexão de alta velocidade em 2008.

Segundo Rodrigo Abreu, presidente da Cisco do Brasil, as estimativas indicam que a banda larga brasileira pode crescer entre 20% e 30% em 2009, fazendo com que o número de conexões de acesso rápido chegue perto dos 15 mlhões. "Vamos terminar o ano perto dos 15 milhões de usuários", disse Abreu.

Com isso, o Brasil deve praticamente alcançar a meta de conexões de banda larga que anteriormente estava prevista para 2010. Por isso mesmo, a Cisco e o IDC, responsáveis pelo estudo, já pensam em revisar a meta para 2010. O novo número deve ser divulgado no segundo semestre deste ano.

Banda larga móvel

Outro destaque do estudo semestral foi a banda larga móvel no País, que cresceu 50,3% em um semestre e saltou de 950 mil assinantes, no primeiro semestre de 2008, para 1,98 milhão de assinantes no fim do ano passado. Já o número de conexões físicas foi de 9,8 milhões no fim de 2008.

A pesquisa realizada pela IDC Brasil indica que, mesmo com o avanço, o Brasil continua atrás de outros países da América Latina. Segundo o estudo, a cada 100 brasileiros, 5,16% têm banda larga em casa. No Chile, a densidade é de 8,5% por habitante, enquanto na Argentina a densidade é de 7,8%.

A distribuição do acesso e  banda larga continua concentrada na região Sudeste do País. Somente o Estado de São Paulo representa 40% das conexões de banda larga no Brasil. No total, o Sudeste responde por mais de 60% das conexões rápidas brasileiras.

Redes sociais são mais populares do que troca de e-mails

Segundo pesquisa realizada pela consultoria Nielsen, a atividade mais popular na internet é o acesso a redes sociais. Elas apareceram à frente da troca de e-mails e do acesso a portais e a Blogs. Entre os entrevistados, 67% participam de redes sociais, enquanto 65% utilizam e-mails. O rápido crescimento destes espaços deu a eles a liderança entres as atividades mais realizadas na web. Já os portais têm cada vez menos atraído os internautas, experimentando uma redução de sua participação de 24%, em 2006, para 16%, em 2008.

Os sites de relacionamento já representam 10% do tempo gasto pelas pessoas na internet. O Brasil é um dos países com maior índice neste quesito, com dedicação de 23% do tempo dos usuários para as redes sociais. O país também é o primeiro no ranking do alcance destes sites, com 80% das pessoas com acesso à internet fazendo parte de algum destas redes. Para efeito de comparação, nos Estados Unidos este alcance é de 67% e na Alemanha, de 51%.

Outro fenômeno apontado é a ampliação dos participantes das redes para além dos jovens. A Nielsen descobriu que o maior crescimento da maior rede do mundo, o Facebook, veio da faixa etária de 35 a 49 anos. Além disso, houve acréscimo de duas vezes maior de pessoas da faixa de 50 a 64 anos do que dos menores de 18. A autora do estudo revela ainda que as três maiores redes sociais do Brasil são o Orkut, o Sonico e o MySpace. Já o Facebook atinge somente 2% dos internautas do país.

Em nível global, o Facebook possui 108 milhões de usuários (30% dos internautas do mundo, segundo a Nielsen), contra 81 milhões do MySpace e 19,7 milhões do Classmates Online. Com a força dos usuários brasileiros, o Orkut é o quarto maior do mundo, com 17,5 milhões.

Com informações da Gazeta Mercantil.

Google recorre ao STF para não divulgar informações sem ordem judicial

Mais um round na questão da privacidade na Internet brasileira. O Google ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) ação cautelar contra o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) que questiona decisão da Justiça carioca de garantir acesso aos dados de usuários do site de relacionamento Orkut sem autorização judicial.

De acordo com informações publicadas pela assessoria do Supremo, a autorização foi concedida pela 26ª Vara Cível do Rio de Janeiro à Promotoria e à Polícia Civil.

No processo, o MP carioca alegou que “a demora na concessão do provimento jurisdicional pode gerar impunidade desses usuários, uma vez que os prazos prescricionais dos crimes praticados pela internet são exíguos, dando margem à célere ocorrência da prescrição”.

O Google questionou a decisão em recurso junto ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que negou provimento ao pedido. Na ação ajuizada no Supremo, a empresa pede que o tribunal carioca encaminhe um recurso extraordinário retido naquela instância ao STF, a fim de que os ministros discutam questões constitucionais envolvidas no caso.

Os advogados do Google requisitam que o Supremo analise suposta violação ao artigo 5º, inciso X (intimidade e vida privada) e inciso XII (possibilidade de quebra de sigilo de dados de comunicação telefônica) da Constituição Federal, a partir da decisão de primeira instância.

A defesa ressalta que “a empresa Google não se recusa a fornecer os dados. Já os fornece ao MP-RJ, à Polícia Civil e a todas as demais autoridades brasileiras, mas há necessidade de ordem judicial”.

O Orkut começou a funcionar em janeiro de 2004 e possui cerca de 37 milhões de usuários apenas no Brasil. Em junho do ano passado, a empresa Google celebrou um TAC (termo de ajustamento de conduta) com o MP-SP e a ONG SaferNet, por meio do qual foi disciplinada a forma de cooperação entre a empresa e as autoridades brasileiras.

*Com informações do Portal Última Instância (www.ultimainstancia.com.br)

Banda larga pela rede elétrica não deve mudar cenário de acesso à rede

Em 2009, o Brasil terá banda larga pela rede elétrica. A Copel confirmou a oferta comercial da tecnologia (conhecida como PLC ou BPL) em Curitiba (PR) ainda em 2007. A AES Eletropaulo Telecom seguiu o exemplo e, no início de novembro do ano passado, revelou seus planos para a cidade de São Paulo.

O interesse na tecnologia é facilmente explicado por seus benefícios. Ela dispensa cabeamento além dos fios de energia – o que teoricamente a tornaria disponível para 98% dos lares brasileiros que contam com luz elétrica. O PLC tem potencial, inclusive, para ser um agente responsável para garantir a inclusão digital em áreas de sombras de cobertura.

E as vantagens não param por aí. Ao mesmo tempo em que garante a mesma taxa para download e upload, o PLC tem a facilidade de permitir acesso à internet em qualquer tomada da residência ou empresa “iluminada”. O custo para os provedores é, potencialmente, menor do que as tecnologias rivais cabo e ADSL. A velocidade é um diferencial, já que a segunda geração do PLC tem velocidade de até 200 Mbps. No entanto, testes apontam que as taxas médias com novos equipamentos chegaram a 500 Mbps na camada física, com promessa de subir até 700 Mbps a 750 Mbps.

Funcionando apenas na última milha, o sinal de internet é injetado abaixo do transformador de energia até a casa, prédio ou empresa que optar pelo serviço. Para chegar até o poste, o sinal de comunicação é transportado pela rede de fibra ótica das empresas de telecomunicações que são subsidiárias ou atuam em parceria com as concessionárias de energia.

No entanto, garantem especialistas, a banda larga pela rede elétrica não vai alterar drasticamente o panorama do acesso a internet. E o grande culpado por isso é o modelo de negócios escolhido pelas concessionárias de energia.

Modelo indireto

As duas empresas que revelaram seus planos indicaram, com clareza, que não vão oferecer o acesso a internet diretamente para consumidores ou empresas. Tudo indica que esta será a tônica de todas as companhias. Com isso, o PLC será apenas mais uma tecnologia de acesso oferecida aos provedores de internet. As mesmas empresas que hoje dominam o mercado atuando com cabo ou ADSL.

Na prática, isso significa que a vantagem de preço, a velocidade maior e taxas iguais de upload e download serão oferecidos conforme o interesse do provedor de acesso. Quem esperava que o PLC nascesse derrubando os preços e trazendo mais competição a esse mercado, se enganou.

Para Pedro Luiz de Oliveira Jatobá, presidente da Aptel (Associação de Empresas Proprietárias de Infra-estrutura e Sistemas Privados de Telecomunicações), as concessionárias de energia não quiseram assumir o risco de partir diretamente para o mercado. “As empresas teriam que desenvolver um negócio novo do zero. Precisariam de coisas como pontos de atendimento (de SAC) e campanhas de marketing. É outra dimensão de atendimento para a qual elas não estão preparadas”, disse.

André Litmanowicz, sócio da consultoria iCG e ex-presidente da Arthur D. Little, concorda. Para ele, a aversão ao modelo direto se deve aos problemas de financiamento. “Para ir direto ao mercado, as concessionárias precisariam de grandes investimentos, por isso optaram por fornecer a infra-estrutura, o que é natural. Até por que não está claro como as agências reguladoras agiriam com a renda oriunda do acesso à internet via PLC”, disse.

Peso da regulamentação

Jatobá concorda com o peso da regulamentação do setor elétrico. Segundo ele, as normas são especialmente rígidas para o desenvolvimento de novos negócios. “A grande limitação para o PLC são as regras do setor. Elas já dificultaram a implementação da rede de fibra ótica e fazem o mesmo com o PLC”, acredita.

O especialista aponta a questão da modicidade tarifária (garantia de que um cidadão possa pagar água, luz e telecomunicações recebendo um salário mínimo) como um complicador especial. “É inviável pensar em uma empresa de telefonia fixa separando completamente os seus serviços de banda larga. Em energia, isso é regra. Em médio e longo prazo, essa escolha acaba gerando um preço maior para o consumidor já que cada empresa possui infra-estrutura exclusiva”, completou.

Litmanowicz conta que, em 2004, começou a ter reuniões com as empresas do setor de energia para discutir a viabilidade do PLC. Ele participou de oito projetos pilotos em distribuidoras de energia e, até o final de 2008, nenhum foi lançado ao mercado. “Na verdade”, afirma, “[a oferta atual] não foi o ideal para o mercado, mas é um bom negócio. É o primeiro passo. É muito positivo ver uma tecnologia revolucionária saindo do papel”.

Jatobá acredita que o bom desempenho do PLC pode gerar pressão para mudar o atual sistema de regulamentação do setor elétrico. “Com o sucesso do PLC, a sociedade pode pressionar os órgãos reguladores para flexibilizar isso. Especialmente porque, no atual modelo de infra-estrutura exclusiva, não é possível pensar nas redes smart grid”, completou.

Neutralidade de redes entra na agenda da Anatel

Uma importante exigência incluída na lista de condicionamentos feitos à anuência prévia para a compra da Brasil Telecom pela Oi só foi revelada nesta sexta-feira (19/12), dia seguinte à aprovação do documento. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) obrigará a nova concessionária a manter a neutralidade de sua rede de banda larga. O item não mereceu maior detalhamento por parte da equipe técnica da Anatel, mas tem imenso potencial em sua mera inclusão no rol de exigências.

Isso porque a obrigação precisará de uma regulamentação ou controle por parte da Anatel, envolvendo a agência definitivamente no acompanhamento de uma das questões mais polêmicas de todo o setor de telecomunicações mundial. Outro aspecto importante é a sinalização da Anatel de que a neutralidade de redes poderá ser exigida das demais concessionárias no futuro.

Os técnicos da Anatel não apontaram claramente em qual documento a inserção poderá ser feita, se nos contratos de concessão, que serão renovados em 2011, ou se no Plano Geral de Metas de Competição (PGMC). Mas os superintendentes que hoje esclareceram as contrapartidas disseram que a lista de contrapartidas da BrT-Oi possuem alguns itens indicativos de planos da Anatel para o PGMC.

A falta da exigência de neutralidade das redes tem permitido que as operadoras de telecomunicações detentoras da infra-estrutura discriminem o tráfego de dados em camadas de acesso, privilegiando com melhores velocidades ou níveis de confiabilidade alguns serviços em detrimento de outros.

As empresas negam o uso de mecanismos que restringem a velocidade de serviços como os de Voz sobre IP (VoIP), mas existe uma preocupação das empresas que fazem estas ofertas de que as concessionárias se aproveitem de sua posição de controle para restringir a qualidade desses produtos, minimizando o aparecimentos de concorrentes na telefonia, por exemplo.

Discussão mundial

Em países como os EUA, a questão da neutralidade de rede tem colocado em posições opostas gigantes do mundo da informática, como Google e Microsoft, e empresas de telecomunicações, como AT&T, Verizon e operadoras de TV a cabo. Até o momento, os órgãos reguladores dos EUA e da Europa têm pendido para o lado daqueles que querem que as infra-estruturas de acesso ofereçam condições iguais para serviços iguais, ou seja, sejam neutras. No Brasil, esta é a primeira vez que o tema entra na agenda regulatória de maneira explícita.