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Pará lança projeto de inclusão digital

O Governo do Pará lança nesta quarta-feira (3/10) o projeto de inclusão digital, batizado de Navegapará. O estado vai interligar sua rede local de fibra ótica (Metrobel) à estrutura da Eletronorte para levar internet de alta velocidade à população.

A solução permitiu otimização dos recursos. Implantar um projeto dessa grandeza representaria um investimento da ordem de R$ 900 milhões. Ao utilizar a estrutura da Eletronorte, o estado terá um custo de aproximadamente R$ 12 milhões.

Pelo convênio firmado com a estatal, o governo vai usar os cerca de 1.800 quilômetros de cabos de transmissão de fibra ótica da Eletronorte para fazer a interligação de instituições governamentais para ações de telemedicina, teleducação, governança eletrônica e para o programa 'Cidades Digitais', promovendo inclusão digital em cidades em que a internet inexistia.

O sistema vai disponibilizar, ainda este ano, internet de alta velocidade para mais de dois milhões de pessoas em 13 municípios do interior, por meio de infocentros públicos, dotados de pelo menos 20 computadores cada. A velocidade obtida com o programa chega a ser até mil vezes maior quea oferecida pela banda larga.

Para viabilizar o projeto, o governo do estado se comprometeu a ampliar em mais 30 quilômetros a rede Metrobel, um consórcio de instituições públicas e privadas, que hoje tem 30 quilômetros e é coordenado pela Universidade Federal do Pará. Essa extensão custará cerca de R$ 3 milhões e ampliará a interligação a cerca de 300 unidades administrativas.

O programa Cidades Digitais, que utilizará a tecnologia sem fio wi-max para disponibilizar o acesso em lugares remotos, permitirá a abertura de mais de 500 pontos de conexão nos municípios beneficiados, o que, somado aos dois milhões de pessoas atendidas só na Grande Belém, tornará possível o acesso à internet por mais de 60% dos 7,1 milhões de habitantes do Pará.

Reforma tributária: um desafio a mais para o setor de Telecom

Se há uma grande movimentação em torno de uma possível ou não mudança na Lei Geral que conduz os rumos do mercado no País, os executivos da área precisam ficar atentos: A carga tributária, segundo eles próprios, a maior vilã do setor, pode não ter qualquer tipo de benefício, na proposta de Reforma Tributária que está sendo trabalhada de forma mais efetiva nos bastidores do governo. Ao contrário: Os impostos podem aumentar para compensar a queda em outros segmentos.

O alerta partiu do jornaista e colunista Ribamar Oliveira, do Estado de São Paulo, nesta segunda-feira, 13/08. Na sua coluna, Oliveira, com o respaldo do economista Amir Khair, observa que a unificação de impostos através do IVA – Imposto de Valor Adicionado, nas áreas federal – esse IVA substituíria o PIS, Cofins, IPI e Cide – e no Estadual – ICMS e ISS (este municipal, mas englobado na nova legislação), poderá representar um 'susto', nada animador para o contribuinte.

No setor de Telecom, por exemplo, a carga tributária, hoje, avaliada em torno de 45%, a mais elevada do mundo, poderá, inclusive ser ampliada, caso não venha a ocorrer uma mobilização real de todos os atores do setor, fato que, atualmente, não acontece. Os executivos reclamam dos tributos impostos à área, mas não usam o poder de pressão que possuem para tentar negociar alternativas com os governos.

Mobilização pra ontem

O grande problema da Reforma Tributária, como bem avalia o jornalista Ribamar Oliveira, é que, hoje, o contribuinte, responsabiliza os prestadores de serviços – como os de telefonia, de gás e eletricidade – como os grandes vilões dos custos. Eles não percebem que há uma grande carga tributária embutida no preço final dos serviços. Com o IVA, essa questão – as alíquotas que incidem sobre o serviço de telefonia ou de dados, por exemplo, – ficará mais evidenciada, contudo, o preço a ser pago todo mês pode até aumentar.

O governo sabe que não pode perder o montante apurado por esses setores, considerados os pilares da arrecadação financeira por uma forte razão: A sonegação é praticamente impossível. Tanto é assim que em todas as medidas em prol do fim da sonegação, como redução do ICMS proposta pelo Governo de São Paulo, Telecom, evidentemente, que tem uma alíquota de 25%, ficou de fora. E a Secretaria de Fazenda do estado não teve dúvida em afirmar o porquê: Não há sonegação, não há necessidade de mudar o atual processo.

O jornalista Ribamar Oliveira faz uma conta significativa ligada à Reforma Tributária. Os novos IVAs terão que arrecadar o equivalente a 14,7% do Produto Interno Bruto – PIB, ou em 2006, algo em torno de R$ 340,45 bilhões, conforme dados publicados da própria Receita Federal. O ICMS, dos Estados, é o imposto que mais arrecadou – R$ 171,71 bi, vindo logo a seguir a Cofins, com R$ 92,48 bi.

As desonerações fiscais concedidas para determinados segmentos no País terão o seu preço na Reforma Tributária, que passará por uma longa negociação no governo, mas que já é costurada nos bastidores entre políticos e economistas dos governos municipais, estaduais e do Poder Executivo.

As exportações e os produtos da cesta básica podem, e certamente, continuarão sendo beneficiados, mas serviços que sustentam a base de arrecadação, e a telefonia e seus derivados, como a banda larga, deverão continuar sendo bem tributados, até porque, vale relembrar, a sonegação nessas áreas é praticamente inexistente.

Vontade política

Todos os executivos do setor de Telecom gostariam, por exemplo, de ver replicada na área os mesmos benefícios concedidos à indústria de Informática, com a MP do Bem, e ampliado no PAC. Apenas com os benefícios da desoneração do PIS/Cofins – 9,25%, como aconteceu com a indústria produtora de hardware, já poderia trazer significar uma redução de preço final de serviço para o cliente.

O grande problema é que na indústria de TI, a desoneração foi adotada por uma grande motivivação: O combate ao chamado mercado cinza, que dominava integralmente a produção e venda de PCs no Brasil impactando às fábricas legalmente instaladas aqui, que reclamaram e, de certa forma, deram o recado: Era hora de mudar para assegurar a produção local. Ao mesmo tempo, o governo poderia combater a sonegação.

Certo ou não as medidas, até demoraram, mas por fim, vieram.  A indústria comemora e o governo não tem porque reclamar. Nunca se vendeu tanto PC legal neste Brasil como agora. E o mercado cinza, que respondia por mais de 70% do mercado caiu para menos de 35%, e ainda está caindo num ritmo considerável. A arrecadação de imposto formal cresceu, apesar de a Receita Federal não liberar números oficiais. No primeiro semestre deste ano, a Informática foi um dos carros-chefe da produção industrial nacional.

Aqui, mais uma vez, o setor de Telecom esbarra no fato de ser uma área onde a sonegação não existe. As contas precisam ser pagas mensalmente pelo consumidor. E se não há esse problema, qual a razão de mexer com um serviço que garante uma arrecadação sólida, quando há tantos outros com problemas? Sentar à mesa e mobilizar-se como o fizeram os representantes das multinacionais de Informática aqui instaladas. Eles juntaram forças e foram ao governo. Telecom, com tantas questões em vigor, entre elas, a própria consolidação da área, não parece tão unida para ir atrás dessas questões.

Medidas Práticas

Se de fato Telecom quer receber algum benefício de desoneração, não há outra alternativa que não o da mobilização. A área, é bom frisar, só  foi beneficiada no Programa de Aceleração do Crescimento, PAC, do governo Lula, na questão da TV Digital. Ficou de fora de todos os grandes os projetos de infra-estrutura de longo prazo. Se há de fato o interesse de mudar a questão da tributação, a mobilização é para ontem. As alternativas começam a surgir.

Uma primeira saída, como foi noticiado na Coluna Circuito, da Jornalista Cristina de Luca, publicada aqui no Convergência Digital na semana passada, é o fechamento das PPPs – Parceria Público-Privadas. No Rio de Janeiro, por exemplo, já há uma PPP destinada à Inclusão Digital.

A presidente da Proderj, Tereza Porto, por exemplo, tratou pessoalmente da regulamentação da PPP para viabilização do projeto "Estado Digital.RJ", que pretende tornar a Internet em banda larga (128 kpbs) acessível gratuitamente aos cidadãos dos 92 municípios fluminenses, utilizando tecnologia wireless. A ideía ganhou força no Rio e já é defendida para outros estados do País.

Os recursos para implementação do projeto serão viabilizados pelas empresas parceiras, que se beneficiarão com a venda de serviços de conexão mais rápida (acima dos 128Kbps gratuitos), além de colaborarem para a inserção da população no mundo da tecnologia.

A idéia como também defendeu o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, na sua participação na Telebrasil 2007, evento realizado em junho, é que as operadoras entrem com que têm de melhor: Serviços e Tecnologia, e o Estado, com os recursos para viabilizar ofertas de novos serviços para a comunidade.

No caso da Oi, o acordo da operadora foi relativa à área de Segurança, em função dos Jogos Pan-Americanos 2007. A operadora criou uma infra-estrutura tecnológica, a partir de recursos cedidos pelo Estado. Criar um movimento no Congresso Nacional é uma ideía a ser levada adiante.

Existe uma Frente Parlamentar da Informática, coordenada pelo deputado Júlio Semeghini, do PSDB/SP. Cabe, aos representantes do setor seguirem o caminho e também adotar a estratégia criando a Frente Parlamentar das Telecomunicações, afinal, a Reforma Tributária será tema de longos debates no Congresso Nacional nos próximos meses.

Minicom vai flexibilizar regras para consignar canais digitais

O Ministério das Comunicações decidiu flexibilizar as normas para consignação de canais digitais, para emissoras de São Paulo que encontram-se em situação burocrática irregular. Segundo o ministro Hélio Costa, será assinado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), no qual será dado um prazo, possivelmente até 31 de dezembro deste ano, para que os inadimplentes forneçam a documentação exigida pelo ministério.

'Eu não posso impedir que a empresa comece a fazer investimentos em equipamentos e opere o canal digital porque falta de uma certidão. A empresa assina um termo e autorizo a fazer. Se chegar lá no dia 31 de dezembro você (a empresa) não tiver esse documento, perde o canal', disse o ministro ao Convergência Digital.

De acordo com Hélio Costa, duas emissoras paulistas, que ele não revelou os nomes, encontram-se em situação irregular. O ministro também não informou quais as pendências dessas emissoras, se seriam de caráter societário, técnico ou fiscal.

'Os casos são simples, mas têm problema de faltar documentos. Mas eu sei que com 20 ou 30 dias as empresas vão conseguir', disse o ministro das Comunicações.

Além dessas emissoras, o ministro apontou a TV Gospel como inabilitada, neste momento, de receber canal digital. Ao sair de uma audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, Hélio Costa disse que a TV Gospel simplesmente não renovou sua outorga junto ao Congresso Nacional e, portanto, não poderá solicitar ao Ministério das Comunicações a consignação de um canal digital.

Segundo o ministro, a TV Gospel inclusive perdeu o prazo legal para solicitar a consignação. 'As outras todas estão legais, bem direitinhas', disse.

Porém o ministro deixou claro, que isso não significa que a TV Gospel não terá canal digital. 'Neste momento eles apenas não estão em condições técnicas de pedir e apresentar a documentação deles' destacou.

Costa disse que tudo está pronto, inclusive um decreto, para a assinatura dos aditivos aos contratos de concessão das emissoras paulistas, que legalizarão a distribuição dos canais digitais. 'Só falta uma conversa com a ministra Dilma Rousseff ', disse o ministro das Comunicações.

No mundo, operadoras estão otimistas com IPTV

Os executivos da Telemar e da Brasil telecom se mostraram pessimistas quanto à rentabilidade da tecnologia IPTV (Internet Protocol Television) no curto prazo. Porém, contrariando a avaliação brasileira sobre os custos da infra-estrutura, executivos das indústrias de telecom e comunicação se mostram otimistas quanto à rentabilidade da tecnologia nos próximos três anos.

Essa conclusão é resultado de uma pesquisa feita pela Accenture, consultoria global de gestão, serviços de tecnologia e outsourcing, na qual 60% os executivos acreditam que IPTV trará lucros no curto prazo.

Para realizar esta pesquisa, a Accenture consultou 350 pessoas em 46 países, incluindo os continentes europeu, asiático, norte e sul-americanos.

Por outro lado, a pesquisa verificou que 52% dos respondentes não acreditam que IPTV poderá prover retorno efetivo em um prazo menor que 12 meses. Já com relação às opiniões sobre as principais fontes de receitas para IPTV, a Accenture revela que 46% das empresas de telecom acreditam que o lucro virá de publicidade; contra 74% das operadoras de cabo que entendem que a assinatura da tecnologia será a principal fonte de renda.

Para Petronio Nogueira, sócio-diretor para a área de comunicação e tecnologia da Accenture, o fenômeno de IPTV deve ser visto sob dois ângulos distintos. “Em uma visão de longo prazo, as empresas que desejam investir em IPTV devem assimilar mudanças drásticas no modo como elas deverão tratar dados e conteúdo. Já a curto prazo, elas devem se adaptar rapidamente às necessidades dos clientes e ultrapassar as barreiras tecnológicas existentes para adotar a solução”.

Outros pontos levantados pelos executivos consultados têm relação com os obstáculos encontrados para a adoção efetiva de IPTV. Um quarto dos entrevistados revela que a infra-estrutura é um problema para implementar a tecnologia e os mesmos 25% acreditam que esta questão deve ser resolvida dentro dos próximos três anos. Outro tópico indicado por 19% dos respondentes são os possíveis custos com assinaturas.

Quando questionados sobre quais ramos de atividades serão mais lucrativos, 87% apontaram os provedores de conteúdo como os principais beneficiados. Mais de dois terços (69%) informaram que mídias de transmissão tradicionais terão os menores ganhos – uma visão compartilhada por ambos os ramos de atividade consultados.

USP terá centro de pesquisa em software livre

A USP abrigará o Centro de Competência em Software Livre (CCSL), vinculado ao Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade. O Centro deve ser concluído no início de 2008, e reunirá, em um mesmo ambiente, os laboratórios para graduandos e pós-graduandos em ciência da computação que atuam em pesquisas ligadas ao setor de software livre.

A expectativa é que, com o novo centro, a universidade consiga atrair um número maior de alunos para os cursos de mestrado e doutorado.

Atualmente, o IME já possui trabalhos acadêmicos relacionados ao tema, mas os alunos não dispõem de espaço físico adequado para realizar suas pesquisas e desenvolver software. A expectativa é que, com a ampliação, mais pós-graduandos se sintam estimulados a escolher a área como tema de suas pesquisas.

O CCSL abrigará também um laboratório de extensão à comunidade, que prestará assessoria a interessados — leigos ou não — em horários fixos durante a semana. "Qualquer pessoa poderá vir tirar dúvidas, desde as mais simples, de como instalar Linux em sua máquina, até como adotar software livre em uma empresa de 100 mil funcionários", exemplifica o professor.