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Divulgado resultado das eleições no CGI.br

A Comissão Eleitoral das Eleições para o Comitê Gestor da Internet divulgou nesta sexta-feira (4) o resultado do processo.

Sergio Amadeu da Silveira, Veridiana Alimonti, Carlos Alberto Afonso e Percival Henriques de Souza Neto são os novos representantes do terceiro setor no Conselho. José Ricardo Negrão, Vitor Hugo Das Dores Freitas, Marcus Aurélio Ribeiro Manhães e Flávia Lefèvre Guimarães serão os suplentes.

Confira os votos na página do CGI.br

Candidatos nas eleições do CGI.Br comentam temas relacionados à internet

As eleições para o Comitê Gestor da Internet, o CGI.Br, que acontecerão do dia 31 de janeiro ao dia 4 de fevereiro, estão sendo importantes para levantar temas essências para o futuro da rede, principalmente no Brasil. Uma delas diz respeito ao Plano Nacional de Banda Larga, conhecido como PNBL, que visa massificar o acesso à internet para todos os brasileiros.

Para Leandro Chemalle, do Partido Pirata Brasileiro e candidato ao terceiro setor do CGI.Br, “o PNBL é o principal mecanismo que temos para conseguir chegar a um acesso mais amplo a internet em todo o país”. Segundo ele, a principal vantagem do plano estaria nas metas de acesso do plano. Mas o candidato também alerta para a insuficiência do projeto: “não tenho muito acordo com o conceito de Banda Larga. Quem tem uma conexão de 500Kbps sabe que na maior parte do tempo a navegação acaba sendo sofrível e acessar um site de videos pode ser bem demorado”.

Outra polêmica levantada diz respeito ao PL 89/2003, também conhecido como a Lei Azeredo, ou o AI-5 Digital. “É temerário que uma lei preveja o monitoramento da navegação dos usuários e autorize a interrupção de sua conexão com a Internet em caso de conduta considerada suspeita sem qualquer tipo de mediação judicial” diz a advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do consumidor e candidata ao CGI.Br, Veridiana Alimonti. Segundo ela, o projeto é uma séria ameaça à liberdade e à privacidade dos usuários e usuárias da rede. “Num país como o Brasil, pobre e com altas taxas de analfabetismo, a Internet tem que servir ao interesse público e permitir processos benéficos para o acesso ao conhecimento” completa ela.

Quando perguntado sobre a prioridade número um do CGI.Br para os próximos anos, o jornalista e também candidato Ricardo Negrão é enfático: “A prioridade número um é garantir a liberdade da rede”. Portanto, segundo ele, é essencial que o comitê crie vínculos com os movimentos sociais. “Para isso é necessário construir “pontes”, que vão desde o aumento do número de representantes do Terceiro Setor, transparência das reuniões e a criação de um núcleo ligado aos representantes do terceiro setor que possa trazer mais contribuições para dentro do Comitê” completa ele.

Os candidatos entrevistados são alguns dos signatários da plataforma “Por uma Internet Livre, Inclusiva e Democrática”.

Unesco apoia estudo sobre impacto de redes sociais

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, e a organização colombiana Consejo de Redacción, estão realizando uma pesquisa sobre o impacto das redes sociais no jornalismo.

O objetivo do estudo, que começou em setembro de 2010, é mostrar como essas redes podem ser usadas como fontes alternativas de informação.

Maior alcance

Segundo a Unesco, apesar de já estar claro de que as comunidades sociais são "excelentes plataformas de informação, ainda é preciso identificar o potencial dessas redes no campo do jornalismo."

O estudo quer identificar as estratégias que aumentam o número de visitas aos sites das comunidades sociais; quais são os artigos mais lidos e discutidos; e qual é a postura adotada por essas redes em relação à mídia tradicional na divulgação de notícias.

A pesquisa começou com a criação de um blog de jornalismo, com a divulgação em várias redes sociais como Twitter, Facebook e Youtube.

 

 

Mídias sociais impactam jornalismo

A tecnologia das redes sociais não mudará o jeito de se fazer uma matéria. O jornalista ainda precisará entrevistar fontes, apurar a notícia. Mas por quais mudanças passa e passará o jornalismo em uma conjuntura onde 45% dos internautas substituem portal de notícias por redes sociais, em um tipo de troca de informação diferente? “O importante hoje é escutar, e praticar um jornalismo com mais humildade”, disse Juliana Sawaia, gerente de Inteligência de Mercado do Ibope durante o MediaOn, 4º Seminário Internacional de Jornalismo Online.

 

É muito difícil dizer algo inovador nas redes sociais, afirmou o argentino Julián Gallo. “É preciso entender a enormidade de responder a essa pergunta: que podem fazer as redes sociais por nós?”. Para ele, que é diretor de criação do Capsula 2210 e do site 2.0 do Governo da cidade de Buenos Aires, as redes sociais podem fazer muito pelo jornalismo, como uma enorme audiência, além de notícias, ideias e experimentos.

 

A TV pública britânica BBC tem se dedicado especialmente às redes sociais por meio de Matthew Eltringham, editor de jornalismo, que reconhece como assustadora a ideia corrente que surge com as redes sociais, de perder o controle físico da produção de conteúdo, mas isso não vai acabar com o papel clássico do jornalismo, a apuração e investigação.

 

“O inovador das redes sociais para o jornalismo é as pessoas se expressarem e comentarem um assunto específico” comentou o editor e um dos experts em mídias sociais da BBC News, que considera o Twitter a mídia social mais importante para os jornalistas hoje. “Uma cobertura massiva de algum acontecimento, é a história acontecendo em tempo real”. Além do usuário noticiar fatos e contar histórias que podem ser usadas por jornalistas, os próprios trabalhadores da informação conseguem compartilhar o que produzem e pautarem colegas.

 

O diretor de redes sociais da BBC acha que os principais usos do Twitter para o jornalismo é a procura pelo melhor material de cobertura, de pessoas envolvidas no fato, no maior “breaking news” do mundo. O potencial de compartilhador é poderoso pois permite um amplo acesso ao que é postado. Matthew compartilhou a informação de que, enquanto gastam 1 minuto em sites de notícias, internautas ficam 10 minutos no Twitter, por dia.

 

A estratégia que as mídias tradicionais estão adotando é tentar se apropriar da mídia e compreendê-la. Mas o revolucionário para a área é que, ao invés de apenas dizer, os jornalistas precisam escutar, acompanhar o que está acontecendo, e serem mais transparentes, “levantar a cortina” da imprensa, defendeu o jornalista inglês.

 

Os participantes do MediaOn em geral, e especificamente os citados acima, acreditam que ainda há espaço para a mídia tradicional pela confiança. Para não perderem audiência, elas tem que estar onde estão os leitores, o que inclui as redes sociais. “Redes farão o jornalismo nos devolver algo mais honesto, mais transparente, pois sempre tem alguém na audiência, que sabe mais da historia que você”, recomendou Julián que acha que os profissionais mais humildes são os mais criativos os que fazem mais. “A prática de ouvir o leitor, de ouvir a audiência e trazer as histórias. As redes sociais forçam o retorno ao velho e bom jornalismo, onde o mais importante era a fonte e não o repórter”.

Vamos levar web para classe D, diz Telebrás

Em palestra nesta manhã no Futurecom, o presidente da Telebrás, Rogério Santanna comentou sobre o Plano Nacional de Banda Larga.

 

No evento, o executivo foi taxativo ao dizer como pensam Telebrás e governo: “cabe ao Estado intervir e induzir a concorrência. Nosso foco é fomentar o acesso das classes C e D. Com maior competitividade, os preços caem”.

 

A meta do programa é levar internet rápida de baixo custo a 4.283 municípios em 26 estados, mais o Distrito Federal, atendendo a 84% da população brasileira até 2014.

 

O governo quer elevar o número de domicílios com banda larga dos cerca de 12 milhões, registrados em 2009, para até 40 milhões daqui a quatro anos.

 

“A meta para 2010 é conectar 100 cidades, mas não sei se conseguiremos cumprir, afirmou Santanna, justificando, para eventuais atrasos, possíveis brigas jurídicas.

 

“A questão da infra-estrutura é algo complicada. Há dificuldades de implantação, abrir um buraco para colocar dutos, ainda mais em uma cidade como São Paulo. Nesse caso, penso que cabe uma lei para obrigar o compartilhamento de infra-estrutura”, argumentou.

 

Para Santanna, o principal atrativo do negócio não está no controle da infra-estrutura, mas na concorrência, no conteúdo, nos aplicativos e serviços ofertados. “Precisamos criar no país esse ambiente para a inovação”, enfatizou, deixando claro que o governo fará de tudo para privilegiar o desenvolvimento da tecnologia no país. Um recado claro para os investidores de fora do país que, segundo ele, terão que investir no Brasil, compartilhando o conhecimento com os técnicos nacionais.

 

“Terão que fabricar aqui. União Européia, Estados Unidos, China e Índia fazem uso de mecanismos para proteger seus interesses nacionais. Não há razão para fazermos diferente. O choro é livre”, afirmou o presidente da Telebrás.

 

No que tange aos procedimentos para que o governo coloque em prática os seus planos, Santanna diz que tudo está muito bem encaminhado e dentro do previsto. “A parte mais complicada se refere aos equipamentos, e o pregão eletrônico [que visa à contratação dos equipamentos para iluminar as fibras óticas da rede de Telecom do governo] ocorrerá já amanhã, de modo que tudo ocorre dentro do esperado”.

 

O pregão inclui materiais e serviços necessários para o funcionamento e operação dos equipamentos ópticos a serem utilizados na rede nacional de telecomunicações, além de garantia e assistência técnica, instalação, treinamento e operação inicial do material.

 

O primeiro leilão, realizado no último dia 25, abrangeu a implantação dos POPs. Há, ainda, mais dois leilões restantes estão previstos para o mês de novembro, um destinado à aquisição de equipamentos de rádio para conectar a rede e as sedes dos municípios, e outro para a rede IP, que fará o roteamento das demandas para controle de tráfego.

 

O cronograma da Telebrás prevê que as primeiras conexões sejam iniciadas em dezembro.