Candidatos nas eleições do CGI.Br comentam temas relacionados à internet

As eleições para o Comitê Gestor da Internet, o CGI.Br, que acontecerão do dia 31 de janeiro ao dia 4 de fevereiro, estão sendo importantes para levantar temas essências para o futuro da rede, principalmente no Brasil. Uma delas diz respeito ao Plano Nacional de Banda Larga, conhecido como PNBL, que visa massificar o acesso à internet para todos os brasileiros.

Para Leandro Chemalle, do Partido Pirata Brasileiro e candidato ao terceiro setor do CGI.Br, “o PNBL é o principal mecanismo que temos para conseguir chegar a um acesso mais amplo a internet em todo o país”. Segundo ele, a principal vantagem do plano estaria nas metas de acesso do plano. Mas o candidato também alerta para a insuficiência do projeto: “não tenho muito acordo com o conceito de Banda Larga. Quem tem uma conexão de 500Kbps sabe que na maior parte do tempo a navegação acaba sendo sofrível e acessar um site de videos pode ser bem demorado”.

Outra polêmica levantada diz respeito ao PL 89/2003, também conhecido como a Lei Azeredo, ou o AI-5 Digital. “É temerário que uma lei preveja o monitoramento da navegação dos usuários e autorize a interrupção de sua conexão com a Internet em caso de conduta considerada suspeita sem qualquer tipo de mediação judicial” diz a advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do consumidor e candidata ao CGI.Br, Veridiana Alimonti. Segundo ela, o projeto é uma séria ameaça à liberdade e à privacidade dos usuários e usuárias da rede. “Num país como o Brasil, pobre e com altas taxas de analfabetismo, a Internet tem que servir ao interesse público e permitir processos benéficos para o acesso ao conhecimento” completa ela.

Quando perguntado sobre a prioridade número um do CGI.Br para os próximos anos, o jornalista e também candidato Ricardo Negrão é enfático: “A prioridade número um é garantir a liberdade da rede”. Portanto, segundo ele, é essencial que o comitê crie vínculos com os movimentos sociais. “Para isso é necessário construir “pontes”, que vão desde o aumento do número de representantes do Terceiro Setor, transparência das reuniões e a criação de um núcleo ligado aos representantes do terceiro setor que possa trazer mais contribuições para dentro do Comitê” completa ele.

Os candidatos entrevistados são alguns dos signatários da plataforma “Por uma Internet Livre, Inclusiva e Democrática”.

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