Justiça argentina adia implementação da Lei de Meios

O dia 7 de dezembro, sexta-feira, se tornou um dia emblemático para os argentinos e para a América Latina em geral. O governo determinou que esperaria até este dia para que 21 grupos de comunicações se adequassem à nova Lei de Meios. Aprovada no Congresso argentino em 2009, a inovação na regulamentação propõe uma desconcentração da propriedade de mídia e a diversificação da opinião. Entretanto, a Câmara Civil e Comercial Federal decidiu nesta quinta, 6, prorrogar esse prazo, baseado em medida cautelar apresentada pelo Grupo Clarin, até que "haja sentença definitiva" sobre a constitucionalidade dos artigos 45 e 161.

A decisão exime temporariamente o Grupo Clarín da obrigação de se desfazer de cerca de 200 licenças para exploração de rádio e TV e parte de seu patrimônio. Até a segunda-feira dia 3, dos 21 grupos, 14 haviam apresentado seus planos de adequação, em que definem o que pretendem fazer com a quantidade de licenças para televisão aberta, televisão paga (cabo ou satélite) e emissoras de rádio que excede o teto permitido pela nova legislação. O Clarín, maior conglomerado do país, com mais de 250 licenças (quase dez vezes o permitido pela nova lei), vem liderando os resistentes.

Segundo o artigo 161 da Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual (Lei de Meios) nenhuma empresa pode controlar diretamente mais do que 35% de todo o mercado audiovisual. O Grupo Clarín, contudo, concentra 41,8% das licenças de rádio, 38% das licenças de televisão aberta e 59% das de TV paga. Está prevista para os atuais concessionários pela nova lei uma alternativa, em que continuam com as licenças desde que formem empresas independentes administrativa, financeira e economicamente. Ainda que alguns grupos tenham optado por essa via, o Clarín não manifestou nenhum interesse em fazer o mesmo.

O governo federal argentino enfrenta também uma polêmica com o judiciário, depois de ter recusado alguns juízes da corte que em primeira instância julga a liminar do grupo de mídia. A razão apresentada se refere ao fato de os magistrados terem viajado para Miami às custas do Clarín. A ação do governo serviu de álibi para que os veículos do conglomerado iniciassem uma campanha que acusa Cristina Kirchner de pressionar a Justiça.

Considerada um avanço no sentido da democratização da comunicação, a Lei de Meios tem apoio da sociedade civil organizada internacionalmente. Por toda América Latina meios de comunicação comunitários, cidadãos e alternativos promovem, neste dia 7, um twitaço pela democratização da comunicação. com hashtags #7D, #LeydeMedios e #NOmonopolios.

Por todo o Brasil, militantes do movimento em defesa do direito humano à comunicação se mobilizam em solidariedade aos companheiros argentinos e para exigir do governo brasileiro também uma renovação da legislação que garanta a desconcentração da propriedade, a diversidade e a liberdade de expressão. Coordenada pelo Fórum Nacional pela Democratização de Comunicação (FNDC) e por entidades parceiras, a campanha “Para expressar a liberdade” realiza neste dia 7 atos públicos pelo país com o slogan “Ley de medios: Coragem Dilma! – a Argenina já fez, o Brasil precisa fazer”.

Testes apontam que tecnologias de rádio digital são insuficientes

O secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Genildo Lins, declarou nesta quarta-feira (5/12), em audiência pública, que devem ser realizados novos testes com o rádio digital e será proposto no Conselho Consultivo do Rádio Digital a utilização de equipamento padronizado (standard). “As nossas equipes técnicas avaliaram que nenhuma das duas tecnologias é suficientemente boa nesse momento”, afirmou. A decisão reforça a posição da sociedade civil, que defende ser necessário mais tempo para ampliar o debate sobre o padrão a ser adotado no país.
 
O evento foi solicitado pelo deputado Sandro Alex (PPS-PR), relator da Subcomissão Especial de Rádio Digital (Subradig), e aconteceu na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara. Estiveram presentes representantes do padrão americano (Rádio HD) e europeu (DRM) de rádio digital, empresários de radiodifusão, Ministério das Comunicações, deputados e representantes das empresas públicas. O presidente da Associação de Rádios Públicas do Brasil (Arpub), Mário Sartorello, lamentou que não tivessem sido convidadas as rádios comunitárias, “que também compõem o campo de emissoras públicas”.
 
O secretário dos Ministério das Comunicações informou também que o órgão definiu que os canais 5 e 6 a serem liberados pelas TVs analógicas serão reservados para transmissões de rádio no Brasil. A decisão sobre a possível migração das emissoras AMs para esse espaço que possibilita uma melhor qualidade do sinal, mas alguma perda na abrangência, deve ser discutida ainda. O mesmo procedimento já foi realizado no México. Segundo o representante do governo, a faixa de freqüência liberada seria utilizada para a implementação de “serviços públicos”.
 
Os empresários manifestaram bastante interesse na migração das emissoras AM para a faixa de freqüência correspondente aos canais 5 e 6 da atual TV analógica. Segundo o gerente-geral de Tecnologia do Sistema Globo de Rádio (SGR), Marco Túlio Nascimento, a opção por um padrão de rádio digital “não deve ser pelo caminho da tecnologia, mas pelo modelo de negócios”.
 
Rádios comunitárias defendem digitalização para todos os atores
 

O Movimento Nacional de Rádios Comunitárias realiza nos dia 6, 7 e 8 de dezembro uma série de atividades em Brasília em defesa das rádios comunitárias. Em sua “Carta da Sociedade Brasileira sobre a digitalização do Rádio no Brasil” (http://movimentonacionalderadioscomunitarias.blogspot.com.br/) propõe ao Governo Federal e às entidades que integram o Conselho Consultivo do Rádio Digital do Ministério das Comunicações que considerem alguns princípios. Dentre esses, espera-se uma “digitalização para todos os atores que tiverem interesse em migrar para a nova tecnologia, tratando com especial atenção as rádios comunitárias, as rádios públicas, e mesmo as pequenas rádios comerciais do interior”.
 
A agenda de mobilização prevê a entrega da carta na tarde de quinta (6) ao Ministério das Comunicações, seguida por uma caminhada e uma vigília em frente ao Palácio do Planalto. As atividades incluem reuniões com o Governo Federal, entrega da carta de princípios ao Conselho Consultivo do Rádio Digital, avaliações e confraternização, estendendo-se até sábado (8), pela manhã.

Trabalhadores da EBC ameaçam paralisar atividades na próxima semana

Redação – Observatório do Direito à Comunicação

Os trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) decidem em assembleia no dia 7 de dezembro, sexta, sobre a paralisação de suas atividades para exigir do governo um reajuste salarial justo. A negociação que vinha acontecendo desde setembro se encontra em um impasse.

A última proposta apresentada pelos trabalhadores prevê ganho real de 3% e reajustes de 12% no auxílio-alimentação, 30% no auxílio-creche e 50% no auxílio-pessoas com deficiência. Foi protocolada, nesta quarta (5/12), uma carta na Presidência da República, no Ministério do Planejamento e na Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, esta última órgão ao qual a EBC está institucionalmente vinculada. No documento se cobra a valorização da comunicação pública e a garantia dos recursos necessários para o fechamento do acordo com ganho real no aumento de salário e em outros benefícios.

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Conselho Diretor da Anatel se reúne nesta quarta (5/12)

Assessoria – Anatel

O Conselho Diretor da Anatel realiza amanhã, 5, a partir das 15h, a sua 678ª reunião. Qualquer pessoa poderá acompanhá-la, em tempo real, por meio da página da Agência na internet. A reunião poderá ser assistida na Agência, na Sala de Imprensa Carlos Eduardo Zanatta, localizada na ala sul do segundo andar do bloco H da Sede, onde haverá um telão. Os vídeos de reuniões anteriores estão disponíveis no site da Agência e no You Tube.

Anatel e Cade realizam seminário sobre competição

Assessoria – Anatel

A Agência e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) promovem em Brasília, amanhã, dia 5, o  Seminário Anatel sobre Competição, com o tema "Plataformas digitais: teoria econômica, direito antitruste e regulação". As inscrições são gratuitas e podem ser efetuadas no dia do evento, no próprio local.

O seminário contará com palestra, em inglês, de David Evans, chairman do Global Economics Group e professor da University of Chicago Law School. Após a apresentação haverá debate com o público presente, com a participação de Leonardo Euler (assessor da Presidência da Anatel), Abraão Balbino e Silva (gerente de Competição da Superintendência de Serviços Privados da Agência) e um representante do Cade ainda a ser definido.

Data: 05/12/2012 a partir das 14h30
Local: Espaço Cultural Renato Guerreiro