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Brasília terá Internet sem-fio gratuita em 2008

Até 2010, o governo do Distrito Federal (GDF) promete oferecer Internet sem-fio, de graça, para a população de Brasília e das cidades-satélites. Assim, o DF ultrapassaria o governo federal no esforço de oferecer conexão gratuita à população, especialmente em escolas públicas.

Técnicos do GDF prometem publicar o edital ainda em dezembro, contratar os fornecedores até março de 2008, e gastar R$ 13 milhões. Técnicos da Universidade de Brasília (UnB) desenharam o projeto; as tecnologias utilizadas serão WiMAX, WiMesh e Wi-Fi.

Na primeira etapa do projeto, eles instalariam conexões de até 256 kbps nos principais bairros de Brasília e na cidade-satélite de Taguatinga, a mais populosa do DF. (Os que precisam de velocidades maiores terão de contratar um provedor.) Com isso, esperam atender entre 700 mil e 1 milhão de pessoas nos primeiros quatro meses, informa o secretário de Ciência e Tecnologia do DF, Izalci Lucas. “Seremos a primeira capital a ter Internet gratuita para toda a população.”

Izalci nega competição com as operadoras privadas. Há computadores em 31,7% dos domicílios brasilienses, diz ele, citando um estudo local. A taxa de computadores conectados é menor — 23% dos domicílios. Izalci, depois de mostrar os números, conclui: “Queremos oferecer Internet à comunidade carente.”

Minicom assina contratos dos telecentros e obtêm economia de 57%

O Ministério das Comunicações assinou hoje os contratos com os fornecedores que venceram a licitação para fornecimento dos kits dos telecentros. Segundo o ministro Hélio Costa, a segunda licitação dos kits, por pregão eletrônico, conseguiu reduzir os preços em 57% em relação à primeira, que aconteceu em 2006 e foi cancelada. 

Costa esclareceu que o custo de um telecentro, que era em torno de R$ 55 mil quando era realizado por meio de convênio assinado com as prefeituras, caiu para R$ 22 mil com a realização do pregão eletrônico.  “O custo do projeto realizado diretamente pelo Minicom sem burocracia vai possibilitar a universalização do programa. Por conta da economia que fizemos adotando essa modalidade de licitação, vamos atender um número maior de cidades”, destacou. 

De acordo com Costa, o custo do Minicom com a implantação dos telecentros será de R$ 119,8 milhões, e até abril de 2008 ele espera instalar telecentros em todos os municípios do país. Hoje estão cadastrados 4.750 municípios. “Todos os telecentros comunitários terão monitoramento remoto pelo Minicom, o que vai possibilitar a fiscalização e a verificação de que a política pública de inclusão digital está chegando ao mais remoto ponto do território brasileiro”, afirmou.

Laptop educacional: Brasil perde vez na América Latina

O governo brasileiro – que prometeu, mas não fez, pelo menos até agora, o edital para a aquisição dos notebooks educacionais – seriam comprados cerca de 150 mil notebooks de baixo custo para serem entregues às escolas em março de 2008, perde vez, para Uruguai, Peru e México, que já, oficializaram, a compra dos equipamentos, voltados para a inclusão digital.

O responsável pela iniciativa OLPC, Nicholas Negroponte, revelou o fechamento de dois contratos importantes. No Peru, foram encomendados 260 mil laptops. Já no México, o pedido foi feito por Carlos Slim, presidente do grupo Telmex. Ele teria solicitado, de acordo com Negroponte, a compra de 50 mil unidades.

A informação é do ZDNet Austrália, veiculada no portal Cnet.News nesta segunda-feira, 03/12. Os pedidos acontecem um mês depois de o laptop promovido por Negroponte – O OLPC – One Laptop Per Child – ter iniciado a produção com um custo de US$ 188. Em novembro, o OLPC contratou a fabricante de Taiwan, Quanta Computer, para iniciar a produção do laptop, na unidade fabril de Shangai, na China.

Os primeiros países a fazerem pedidos oficiais do produto foram o Uruguai e a Mongólia. De acordo com o diretor de Arquitetura de Segurança do projeto OLPC, Ivan Kristic, no Uruguai, empresas governamentais e operadoras móveis vão criar uma infra-estrutura, baseada em rede sem fio, para ampliar o alcance de uso do laptop educacional.

A novela do megaedital da inclusão digital

Em junho, durante a Telebrasil 2007, o Assessor especial do Palácio do Planalto, Cesar Alvarez, anunciou que, no segundo semestre, o governo Lula iria realizar um pregão internacional para a aquisição de 150 mil laptops educacionais, de baixo custo, para distribuição nas escolas do país. O custo médio do equipamento, previsto na época, era em torno dos US$ 200.

Alvarez, aproveitou o evento que reunia o setor de Telecomunicações, para informar que a modelagem do pregão estava em processo de avaliação por parte dos consultores jurídicos do governo, mas que decisão de realiza-la era irrevogável.

"Precisamos testar novas oportunidades. A idéia é comprar esses equipamentos de quem fizer a melhor proposta para o governo brasileiro. Pode ser o computador do MIT, pode ser o da Intel, ou de qualquer outro fornecedor que queira entrar neste processo", declarou, à época, Alvarez.

Logo a seguir, em julho, em outra reportagem do Convergência Digital, o coordenador do projeto de Inclusão Digital do governo Lula afirmou que o fabricante de laptops que viesse a vencer a concorrência internacional do governo para fornecimento de um lote estimado entre 150 mil e 200 mil computadores escolares não deveria ser obrigado a investir na fabricação local desses equipamentos no Brasil. 

Numa primeira etapa do projeto UCA – Um Computador por Aluno – o governo, informou Alvarez, exigiria apenas a reposição, a assistência  e a manutenção técnicas dos laptops no País. Nesta mesma entrevista, Alvarez informou ainda que o edital ainda estava em fase de discussão no Ministério da Educação, mas Alvarez, explicou que essa exigência – da não obrigatoriedade da produção local – além de obrigatória pela Lei de Licitações, visa garantir que o programa não sofra descontinuidade por conta de falhas em equipamentos.

TCU à vista

O governo avaliava, em julho, três modelos de laptops escolares para a compra, que têm algumas similaridades em suas configurações básicas de hardware, porém possuem preços bem distintos.

O mais barato, que custava, em julho, US$ 170 (FOB) é o "XO", o laptop produzido pela fabricante taiwanesa Quanta, sob encomenda da OLPC (One Laptop Per Child), organização sem fins lucrativos criada por Nicholas Negromonte, pesquisador do Massachusets Institute of Technology (MIT), e que, agora, tem custo de US$ 188, e está com pedidos do Uruguai, Peru e México.

Com um preço intermediário, na faixa dos US$ 230 (FOB), vem o "Mobilis" produzido na Índia pela Encore, fabricante que acena com a possibilidade de uma parceria para montagem no Brasil pela empresa Telavo. Por último, e ainda com o preço superior aos concorrentes, sobretudo em relação ao XO, vem o Classmate, da Intel, já produzido localimente pela Positivo Informática, mas que tem custo (FOB) em torno de US$ 350.

Enquanto as regras do edital não são definidas, para que sejam aprovadas pelo Tribunal de Contas da União, um outro senão apareceu no caminho do projeto govenamental: A pouca penetração da banda larga no Brasil.

Para pressionar as teles, em outubro, durante o Futurecom 2007, o coordenador do projeto de Inclusão Digital do governo Lula voltou a falar da iniciativa de aquisição dos laptops educacionais.

Banda larga para todos ou para poucos?

Diante de uma platéia basicamente formada por representantes de empresas de telefonia e fabricantes de equipamentos para redes, Alvarez alertou: O governo não descartava a possibilidade de utilizar o backbone de 16 mil quilômetros da Eletronet, como uma alternativa para levar a banda larga a todos os seus projetos de inclusão digital. Tema que desagrada boa parte das operadoras, que querem usar suas redes para "vender" esse serviço ao governo.

"O jogo está sendo jogado. Há diferentes atores com diferentes ativos (…) Eu não posso simplesmente descartar 25 mil quilômetros de boa rede", afirmou Alvarez. Além disso, o Coordenador de Inclusão Digital também lembrou que o governo poderia usar dos seus poderes de compra e normativos, para cobrar das empresas um retorno social que não ocorreu após a privatização.

O governo, de lá pra cá, até negociou um acordo – a troca da obrigação dos PSTs, postos de atendimentos das operadoras por uma rede maior de acesso(backhaul) por parte das concessionárias para ampliar a infra-estrutura de banda larga no país – mas, até o momento, o acordo não foi formalizado e o impasse permanece.

Favela em Belo Horizonte terá internet sem fio gratuita

A cidade de Belo Horizonte estará completamente coberta por internet banda larga sem fio e gratuita em 2008. É o que planeja o Ministério das Comunicações.

Segundo anuncio do governo na semana passada, já setá confirmada a instalação de Wi-Fi na comunidade Vila Cafezal, que será uma das primeiras a receber acesso gratuito a web. Ela fica situada no Aglomerado da Serra, uma das maiores favelas de Belo Horizonte, onde vivem milhares de famílias sem condições de comprar um computador.

De acordo com o ministério, os computadores das comunidades carentes serão doados por empresas e instalados pela prefeitura. Até a metade de 2008, toda a cidade de Belo Horizonte estará conectada à internet banda larga sem fio, diz o governo.

O Ministério das Comunicações investiu R$ 3,5 milhões e a prefeitura de Belo Horizonte, cerca de R$ 800 mil. Caso o o projeto seja concluído, Belo Horizonte será a primeira metrópole brasileira completamente coberta pela internet sem fio.

Observatório vai levantar número de iniciativas existentes no país

Um observatório desenvolvido pelo Ministério do Planejamento em parceria com entidades da sociedade civil vai permitir o levantamento do número de iniciativas de inclusão digital existentes no país.

O projeto de implantação do Observatório Nacional de Inclusão Digital (Onid) foi apresentado ontem (26), durante a 6ª Oficina de Inclusão Digital, que ocorre até quinta-feira (29) em Salvador.

Segundo o secretário-adjunto de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rodrigo Assunção, atualmente faltam números para mostrar quantas iniciativas de inclusão digital estão em andamento no Brasil.

De acordo com ele, com a implantação do observatório será possível chegar a números mais precisos. "Antes, um ministério dizia que era apoiava um número ‘x’ de projetos de inclusão, outro dizia que ajudava outros tantos. Mas, às vezes, eles estavam falando dos mesmos projetos. O observatório vai ajudar a saber qual é o número real de iniciativas existentes, sem distorções de número”, explicou.

Além de saber o quanto se trabalha para promover a inclusão digital, o observatório vai identificar as pessoas envolvidas no processo, assim como ajudar a desenvolver ações integradas e permitir a troca de informações entre as iniciativas.

Associações comunitárias, sindicatos e movimentos sociais podem montar telecentros digitais – pontos com computadores com acesso à internet em locais onde for constatado que a população ainda não possui acesso aos meios de informação – e recebem o apoio do governo federal.

Agora, o observatório está cadastrando todos os telecentros existentes. Os responsáveis pelas unidades podem preencher um formulário no site do projeto. Quando o volume dos registros for significativo, o Onid vai divulgar os números.

Depois de preencher o formulário de cadastro, os responsáveis também devem incluí-lo no mapa da inclusão, disponível no site. A idéia é que eles façam uma marca num grande mapa do Brasil interativo, para formar o Tele Atlas.

"Nossa meta é que todos os municípios tenham projetos de inclusão para ver este mapa cheio”, disse Rodrigo Assunção. O mapeamento não está restrito aos que possuem telecentros. Todos os que desenvolvem projetos, desde que sem fins lucrativos, podem preencher a ficha de cadastro.