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Paulo Bernardo diz que banda larga barata estará massificada em quatro anos

A internet de alta velocidade deve estar disponível para a grande maioria da população em, no máximo, quatro anos. Segundo o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o governo federal deverá definir, nos próximos cinco meses, os detalhes do Plano Nacional de Banda Larga, que estabelece as diretrizes para a massificação do acesso à banda larga no país.

“Vamos começar este ano a oferta de serviços em condições mais adequadas, tanto do ponto de vista técnico como de preço”, disse o ministro, em entrevista ao programa 3 a 1, da TV Brasil, que vai ao ar hoje, às 22h. O programa, ancorado pelo jornalista Luiz Carlos Azedo, teve a participação dos jornalistas Samuel Possebon, da revista Teletime, e Elvira Lobato, do jornal Folha de S.Paulo.

Segundo o ministro, será preciso um grande esforço conjunto dos governos estaduais e federal e da iniciativa privada para baratear o preço do serviço. “Nos últimos anos, a compra de computadores no Brasil foi facilitada, mas acesso à internet ainda é caro e muito restrito”, avaliou.

Paulo Bernardo anunciou que determinou à nova diretoria dos Correios que prepare uma nova licitação para o serviço de Banco Postal, cujos atuais contratos terminam em novembro. Em relação aos contratos com as 1,4 mil agências franqueadas, que venceram e foram prorrogados até junho, ele disse que o governo pode retomar os serviços concedidos caso a licitação de novos contratos fracasse. “As franquias são uma coisa boa, e devem continuar. Mas, se a licitação não der certo, não vamos ficar prorrogando, vamos tomar conta do serviço”.

O ministro disse ainda que o governo poderá buscar alternativas para baratear ou acabar com a assinatura básica da telefonia fixa. Segundo ele, os valores cobrados atualmente são altos, mas a assinatura básica está prevista em contrato e qualquer alteração deve ser negociada com as operadoras.

 

Governo negocia remuneração pelo uso das fibras da Petrobras e do setor elétrico

Enquanto a Telebrás conclui os pregões de compras de equipamentos para a implantação do Plano Nacional de Banda Larga, uma outra negociação já foi aberta com as empresas federais do setor elétrico e a Petrobras pela remuneração pelo uso das redes de fibras óticas das estatais.

Além do próprio presidente da Telebrás, Rogério Santanna, a negociação já envolve os ministros de Comunicações, Paulo Bernardo, e Minas e Energia, Edison Lobão, na preparação dos convênios que serão assinados entre as empresas públicas e dizem respeito aos cerca de 30 mil km de fibras, o backbone do PNBL.

O tema fez parte da conversa desta sexta-feira, 7/1, entre Bernardo e a presidenta Dilma Roussef. “A orientação da presidenta é que a Telebrás tenha condição de assumir e usar essas redes de fibras óticas. Evidentemente temos que fazer uma tratativa para remunerar essas empresas. Acho que até abril nós conseguimos resolver”, afirmou o ministro das Comunicações após a reunião.

“Se a Petrobras tem uma rede que foi construída com recursos próprios ou as empresas do setor elétrico, elas vão querer uma remuneração pela cessão dessa rede. Nós vamos conversar sobre a questão de condições, mas é evidente que nós achamos que tem de remunerar”, completou.

Segundo o ministro, uma segunda etapa envolverá negociações com governadores para que o mesmo tipo de convênio seja firmado com empresas estaduais de energia. “Vamos conversar com os governos estaduais para ver a possibilidade de fazer acordos. No caso das empresas federais, falei com o ministro Lobão e ele vai chamar as empresas e nós vamos fazer uma discussão, mas isso já está bem adiantado”, disse Bernardo.

Orçamento

O ministro reconheceu que o orçamento já disponibilizado para a Telebrás ficou abaixo do inicialmente esperado, mas ele acredita que os ajustes serão feitos ao longo do ano com a área econômica do governo. Até agora, a estatal tem garantidos cerca de R$ 600 milhões.

“A Telebrás tem um orçamento menor do que estava previsto e nós vamos ter que trabalhar a partir disso. E evidentemente na hora que houver necessidade, que vai haver, vamos discutir com a área econômica como é que nós podemos melhorar isso. Agora, vamos trabalhar com o orçamento que for definido para nós e se precisar vamos ter que adaptar alguma coisa”, afrimou Paulo Bernardo.

 

Provedor de internet que usar rede da Telebrás poderá ter apenas 10 usuários por link

Telebras e provedores de internet A Telebrás abriu consulta pública sobre os requisitos mínimos para os prestadores de serviço contratados como parceiros do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). O objetivo é assegurar a qualidade do serviço prestado pelos provedores de internet que manifestarem interesse em participar do plano. As contribuições serão aceitas até o dia 31 deste mês.

Pela proposta, o prestador de serviço de banda larga deve garantir aos usuários finais a velocidade de 512 kbps, com um máximo compartilhamento de 10 clientes por link, de acordo com as premissas estabelecidas no PNBL, por meio do dimensionamento adequado dos recursos de hardware e software. Além disso, o prestador não deverá aplicar nenhum mecanismo de Modelação de Tráfego (Traffic Shapping) em seus equipamentos de rede com o objetivo de restringir a banda no acesso dos usuários, exceto se explicitamente autorizado pela Telebrás.

Os índices de desempenho previstos na proposta são de disponibilidade acima de 99%,latência Inferior a 150 ms e perda de pacotes Inferior a 2%. Os prazos para instalação do serviço são de até 15 dias úteis e de até oito dias úteis para reparos.

A Telebrás exige também que o prestador de serviço de banda larga tenha obrigatoriamente autorização de SCM (Serviço de Comunicação Multimídia) outorgada pela Anatel. E que atenda ao disposto na Resolução nº 272, de 9 de agosto de 2001 da agência, que disciplina as condições de prestação e fruição do SCM.

As contribuições e sugestões fundamentadas e devidamente identificadas devem ser encaminhadas, preferencialmente, por meio do formulário eletrônico .

Microempresa pode arrematar leilão da Telebrás para serviços auxiliares IP

A empresa Work Link deve ser a vencedora do pregão realizado nesta sexta-feira, 26, pela Telebrás, para a contratação de soluções para os serviços auxiliares da rede IP. A microempresa com sede em Brasília foi beneficiada por ser de pequeno porte, um dos critérios para a solução de empates nas disputas abertas pela Telebrás. Sua oferta estaria empatada com a feita pela chinesa ZTE. Na análise do desempate, a Work Link atualizou seu lance a acabou fazendo a oferta financeira mais econômica, no valor de R$ 147,3 milhões para fornecer os equipamentos listados no Grupo 5 do edital. Também participou da disputa por este lote a empresa Sodalita Informática.

 

Não há data fixada para o anúncio do resultado oficial da disputa. O pregoeiro da Telebrás adiou sine die (sem data) a retomada do pregão que fecha o ciclo de compras envolvendo a rede IP que será gerida pela estatal. A reabertura da disputa deverá ser anunciada com 24 horas de antecedência, segundo informações apresentadas no sistema ComprasNet do Ministério do Planejamento. Procurada por esta reportagem, a Work Link informou que só irá comentar sua participação no leilão após o anúncio do resultado.

 

Lotes desertos e pouca disputa

 

Pela primeira vez a Telebrás está encarando a falta de interesse dos prestadores de serviço em um de seus editais. Dois dos seis grupos de serviços colocado em licitação não contaram com a participação de nenhum concorrente, sendo declarados "desertos" ao fim da rodada. São eles os Grupos 1 e 6, que previam oferta de soluções e a contratação de treinamento profissional.

 

Outros três grupos não tiveram disputa. Nos Grupos 2 e 3, que também estão relacionados a treinamento e oferta de soluções, apenas a Promon Logicalis fez ofertas. Assim, se a documentação da empresa não apresentar problemas, ela deve arrematar os lotes sem maiores dificuldades. O mesmo ocorreu com o Grupo 4, onde somente a empresa Cipher Informática apresentou lances.

 

Resultado das disputas anteriores

 

Os outros dois pregões iniciados nesta semana envolvendo a rede IP também tiveram o anúncio de seus resultados adiados pela Telebrás. No caso da disputa aberta na última quarta, 24, envolvendo a compra de equipamentos para a rede de acesso e borda IP, a data de retomada não foi definida. Assim como a disputa de hoje, o pregoeiro anunciará o momento de reabertura do pregão com 24 horas de antecedência pelo sistema ComprasNet. A justificativa para o novo adiamento foi o fato de as propostas ainda estarem sendo analisadas. Até o momento, a previsão é que a brasileira Datacom (Teracom) seja a vencedora da disputa.

 

Já o pregão para a compra de equipamentos que compõem o Core IP, onde o melhor lance foi feito pela chinesa Huawei, teve o anúncio do resultado adiado para a próxima segunda-feira, 29. O leilão deve ser reaberto às 16h, de acordo com as informações divulgadas pelo pregoeiro da Telebrás.

 

Leilão de R$ 1 bilhão

 

Os adiamentos sine die podem ter sido motivados por conta da disputa agendada para a segunda-feira, dia 29, onde serão comprados os equipamentos de enlaces de rádio digital. Esta será a maior compra do ponto de vista econômico a ser realizada pela Telebrás. Os fornecedores estimam que haverá uma grande disputa neste edital, que está orçado em mais de R$ 1 bilhão pelo mercado. Por conta disso, a equipe de licitações da Telebrás deve se concentrar na condução deste pregão em detrimento do anúncio dos resultados das disputas já realizadas.

 

Com preço maior, Padtec vence leilão do Plano Nacional de Banda Larga

A estatal Telebrás fez valer a sua decisão de dar prioridade à indústria nacional para a compra de equipamentos. Nem que isso custe alguns milhões de reais a mais no orçamento. A Padtec, sediada em Campinas (SP), venceu ontem o pregão eletrônico para fornecer o primeiro lote de componentes que darão vida ao Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). A empresa levou a melhor na disputa, mesmo tendo apresentado a proposta mais cara entre os quatro concorrentes que participaram da licitação. A transação, no entanto, ainda depende da avaliação de documentos de habilitação e de negociação com a Telebrás.

 

Pelos preços sugerido à Telebrás, quem fez a melhor oferta financeira foi a chinesa ZTE, que pediu R$ 63,106 milhões para atender ao projeto. A segunda melhor proposta foi a da também chinesa Huawei, que chegou a R$ 63,678 milhões. O lance da sueca Ericsson ficou em terceiro lugar, com R$ 63,993 milhões. Única brasileira no páreo, a Padtec propôs R$ 68,990 milhões.

 

Dos 58 itens de equipamentos que compõem o pacote licitado pela Telebrás, a fabricante nacional ficou em primeiro lugar em apenas 23. Chama a atenção a discrepância de valores oferecidos pelas empresas em itens como "prestação de serviços de operação do sistema" (item 50), no qual a oferta de menor preço – da Huawei – é de R$ 44,5 mil, ante R$ 398,1 mil da Padtec para fazer o mesmo serviço. A situação se inverte no item 32, por exemplo, que trata do "sistema de gerência, composto de hardware, software e licenças", em que a Padtec quer R$ 39,8 mil para atender ao pedido e a Huawei, R$ 600 mil.

 

O que, na prática, mais pesou na conta foi o fato de a Padtec ser a única companhia entre os concorrentes com fabricação local de equipamentos, apoiada pelos incentivos fiscais do Processo Produtivo Básico (PPB), regra que desonera a produção nacional.

 

Nas últimas semanas, o presidente da Telebrás, Rogério Santanna, fez questão de deixar claro que as compras da estatal adotariam as regras previstas na Medida Provisória 495, que dá preferência às empresas – nacionais os estrangeiras – que fabricam no país, mesmo em situações em que o valor do produto nacional seja superior ao importado. A MP 495 está em tramitação no Congresso, mas vale até o fim de novembro. Até lá, a Telebrás quer garantir suas principais encomendas baseada nas regras dessa MP.

 

Fundada em 2001, a Padtec tem 250 funcionários e neste ano deve faturar R$ 200 milhões, sem incluir na conta o contrato que pode ser fechado com a Telebrás. A empresa tem fábrica em Campinas e escritórios em São Paulo, Brasília, Rio, Argentina, Peru, México e Israel. Seu controle está nas mãos do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), que tem 65,7% da companhia. Os demais 34,3% pertencem à Ideiasnet, holding de investimentos em empresas de tecnologia. Fundação de direito privado, o CPqD era o braço tecnológico da Telebrás, antes da privatização do sistema de telefonia do país.

 

Ontem, após encerrar a disputa pelo PNBL, o pregoeiro afirmou que irá "promover as negociações com a mencionada licitante, no intuito buscar a obtenção de proposta mais vantajosa para a Telebrás".

 

Para Jorge Salomão Pereira, presidente da Padtec, a proposta final feita pela empresa considerou os preços praticados nos mercados brasileiro e mundial. "Já vendemos equipamentos para companhias como Telefônica, Oi, GVT, Global Crossing, CTBC e Embratel", disse Pereira. "Atuamos com preços muito agressivos, mas vamos verificar o que podemos fazer."

 

Desde a tarde de ontem, a Padtec tem negociado reduções de preço com seus fornecedores de insumos. Hoje, os equipamentos da empresa dependem de circuitos integrados e componentes ópticos importados dos Estados Unidos e do Japão.

 

Para Hélio Graciosa, presidente do CPqD, o preço superior oferecido pela Padtec em relação à proposta mais baixa – uma diferença de R$ 5,884 milhões – não foi alto. "O valor não superou 10% do preço total, foi ligeiramente superior", compara. "Além disso, teremos uma tecnologia 100% nacional, gerando emprego no país."