Feldman e Azeredo são indicados para Comissão da Câmara que dará parecer sobre o PL do Marco Civil

Deputados tucanos, considerados "inimigos" da liberdade na internet, farão parte do grupo que analisará projeto que garante direitos dos usuários.

Os deputados federais Eduardo Azeredo, "pai" do chamado AI-5 Digital, e Walter Feldman, autor do "Sopa brasileiro", foram indicados hoje pelo PSDB para integrar a Comissão Especial da Câmara dos Deputados que dará um parecer ao Projeto de Lei 2126/2011 do Poder Executivo, conhecido como Marco Civil da Internet.

O PL, que, segundo seu texto, "estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil", é defendido por organizações a ativistas em prol da liberdade na rede. O projeto, apresentado pelo governo federal em agosto do ano passado, foi elaborado a partir de consultas públicas e um debate realizado pela internet em 2009 e 2010.

Entre as propostas do Marco Civil, figuram a garantia da liberdade de expressão, comunicação e manifestação de pensamento, a proteção da privacidade e dos dados pessoais do usuário, nos marcos da lei, e a garantia da neutralidade da internet. O PL propõe ainda a não responsabilização de sites, blogues e redes sociais – os "intermediários" – que publicarem conteúdo gerado por outras fontes de informação. Caberá a estes, no entanto, retirar a publicação caso a Justiça assim o determine. A proposta prevê também a guarda do histórico de navegação dos usuários por, no máximo, um ano, sendo que tais dados só poderão ser revelador mediante solicitação judicial.

O Marco Civil da Internet é considerado uma resposta justamente ao AI-5 Digital, ou seja, ao substitutivo do PL 84/99, que tem como relator o deputado Eduardo Azeredo e é criticado por querer introduzir o "vigilantismo" na internet sob o pretexto de punir crimes digitais.

Por sua vez, o "Sopa brasileiro" foi o apelido dado ao Projeto de Lei de autoria do deputado Walter Feldman, apresentado no dia 6 de março e retirado uma semana depois após forte reação da sociedade nas mídias sociais. O PL propunha, entre outras medidas, o bloqueio de sites que supostamente violassem direitos autorais.

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