Rede pública para banda larga consumiria de R$ 1,3 bilhão de investimentos

A banda larga no Brasil vive um período quente. No fim da tarde de quinta-feira (15/10) o secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, enfatizou sua posição ao defender a criação de uma infraestrutura de rede pública para levar a internet rápida a todas as localidades do país.

Colocar essa rede em funcionamento consumiria, em backbone e backhaul, investimentos da ordem de R$ 1,3 bilhão. "Mas é preciso considerar que o governo já desembolsa R$ 850 milhões com serviços de telecomunicações", contrapõem o secretário, dizendo que parte desses gastos seria economizada.

A proposta de Santanna, basicamente, consiste na utilização de infraestrutura existente. "Pelo que medimos, as redes de distribuição de fibra óptica das empresas de energia elétrica são 31 mil quilômetros", calcula, afirmando que uma cobertura via rádio em um raio de 100 quilômetros no entorno desses pontos atingiria 4,2 mil municípios.

A meta ajudaria na inclusão digital de cidades menores, além das classes menos abastadas uma vez que, na opinião de Santanna, as Telcos manifestam "tendência de investir apenas em serviços e localidades rentáveis".

O secretário não descarta, ainda, a união de redes públicas e privadas. Para que isso aconteça, "basta que haja disposição das operadoras", diz. "Imagino que o fato de existir uma rede neutra resolve alguns casos que as próprias concessionárias têm reclamado", aponta.

Muita gente critica a proposta de Santanna. "A discussão de estatização está mal colocada. O que quero dizer é que tem que existir a concorrência. E que as limitações que temos são decorrentes da falta de concorrência na infraestrutura", rebate. A ação do Estado, dessa forma, equilibraria a concorrência no mercado.

Internamente, o governo precisa chegar a um consenso do que quer quanto a banda larga. Assim como o Planejamento, o Ministério das Comunicações também prepara um plano sobre o assunto. O secretário acredita que novidades sobre o tópico virão em meados de novembro, dentro de um prazo de 45 dias dado pela Presidência da República.

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