Comissão aprova versão do PL da publicidade infantil que não trata do tema

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC) transformou o projeto de lei que previa a proibição da publicidade infantil em uma regulamentação sobre a publicidade considerada abusiva. Na sessão de hoje (18), os deputados da CDEIC aprovaram o substitutivo do deputado Osório Adriano (DEM-DF), para quem “a proposição original, ao tentar estabelecer limites para a má publicidade voltada ao público infantil, acabou por se revelar remédio excessivamente radical, capaz de matar o paciente”.

O Projeto de Lei 5921/01, de autoria do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), proibia a veiculação de publicidade dirigida a crianças. Na Comissão de Defesa do Consumidor, o projeto ganhou nova redação, ampliando a caracterização do que seria a publicidade infantil, vetando inclusive a participação de crianças em vídeos publicitários.

A versão que sai agora da CDEIC simplesmente abandona a idéia de controlar a publicidade dirigida às crianças. A proposta do deputado Osório inclui um parágrafo no Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) considerando abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, que incite à violência, explore o medo ou a superstição, desrespeite valores ambientais, que estimule o consumo excessivo ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. A menção ao público infantil resume-se, agora, a dois trechos: “aproveite-se da deficiência de julgamento e experiência da criança” e “que seja capaz de induzir a criança a desrespeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família”.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) comemorou a guinada na tramitação do projeto. “Foi a vitória do bom senso e da responsabilidade”, afirma o diretor-geral da entidade, Luís Roberto Antonik.

Já o autor do PL acredita ser preciso retomar o texto original. “Há comerciais que se transformam em verdadeira coação ou chantagem para a compra dos bens anunciados. Em alguns países é proibido que a publicidade se dirija a crianças. Em outros, existem restrições importantes. Já no Brasil, há um liberalismo total”, afirmou.

O projeto segue para análise nas Comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se aprovados nas comissões, não precisará ir a Plenário.

Com informações da Agência Câmara e do site da Abert.

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