Filmes estrangeiros têm oportunidades nos EUA com distribuição alternativa

Distribuidores que participaram do Market Place promovido pelo Grupo Infinitto em parceria com o programa Cinema do Brasil durante o 13º Brazilian Film Festival of Miami, são unânimes em defender que há espaço para a distribuição de filmes estrangeiros no mercado americano, sobretudo em meios alternativos às salas de cinema.

"O mercado não-theatrical é vantajoso para o mercado latino-americano. Existe um interesse por este tipo de filme e as pessoas não sabem como encontrá-los. Precisamos saber como chegar a estas audiências sem formatos tradicionais. Temos que trabalhar nisso ainda", afirmou Carlos Gutierrez, co-fundador e diretor da Cinema Tropical, empresa sem fins lucrativos dedicada à distribuição, programação e promoção do cinema latino-americano nos Estados Unidos, observando que as produções da região têm ganhado destaque para uso com finalidade educacional, universidades por exemplo.

Outro caminho para encontrar audiência para a produção latino-americana é encontrar patrocínio para exibição. Segundo Gutierrez, no ano passado, a Cinema Tropical, com o patrocínio da Havaianas, promoveu a exibição de três filmes brasileiros em Nova York ("Casa de Alice", "Cidade dos Homens" e "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias"). Este ano, será feito um evento semelhante de patrocínio de filmes chilenos em parceria com o governo chileno e com a empresa aérea LAN.

Outra distribuidora que criou uma maneira alternativa de distribuição teatrical foi a Maya Entertainment, especializada na distribuição de filmes para o mercado latino. Criou um pacote com filmes de diferentes nacionalidades, incluindo o brasileiro "Era uma Vez", que estrearão em dez cidades americanas e ficarão em cartaz durante uma semana. Depois, em uma parceria com a Blockbuster, os filmes estarão disponíveis em DVD rental e depois em VOD, o que será a primeira experiência em video-on-demand da distribuidora. "Estamos experimentando esta estratégia, mas é vantajoso e econômico montar um pacote assim e fazer a divulgação", explica Tonantzin Esparza, diretora de aquisição.

Vide On-Demand

A Zeitgeist Films também estreará no mercado de VOD este ano, em outubro, com a produção espanhola "Fados". "É um novo caminho, precisamos avançar muito nisso, inclusive em relação aos direitos para a Internet", avisa Emily Russo, co-fundadora e co-presidente da distribuidora. Ela aconselha produtores a trabalharem em conjunto com um sales agent e um advogado para ajudar a focar o público da produção e as questões contratuais.

Ben Cotner, diretor de aquisições e de coproduções da Paramount Vantage, sub-divisão da Paramount Pictures Corporation, grandes estúdios também têm interesse em produções locais para aquisição e coprodução, mas é preciso que o filme gere confiança. "A realidade é dura, temos que confiar no que investimos", destaca.

Para o produtor americano Ben Odell, presidente da Panamax Filmes, que trabalha com foco no mercado hispânico nos Estados Unidos, produtores independentes de outros países que queiram trabalhar com este mercado têm vantagens em relação aos que trabalham dentro dos Estados Unidos, onde o acesso a recursos é mais difícil. "Acho que o Brasil tem um dos mais atraentes mercados locais e os outros países estão de olho. Os brasileiros estão fazendo filmes mais comerciais, baseados nas realidade que conhecem e às vezes estes filmes viajam", diz, exemplificando com "Cidade de Deus".

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