Investimento pesado do Ginga adia interatividade

O lançamento do Ginga — software brasileiro que permite acessar serviços parecidos com os da internet na TV — foi adiado mais de uma vez. Um dos principais problemas que ainda faz a tecnologia ficar emperrada é o alto investimento necessário por parte das indústrias.

O Ginga é um programa que faz com que os aplicativos rodem em qualquer tipo de equipamento. Outro problema do Ginga é que ele cria um legado: quem comprar conversores e TVs antes de seu lançamento não conseguirá ter acesso a serviços interativos, como informações de clima, bancos, envio de mensagens aos programas, compras pela televisão e jogos.

Em 2008, a indústria que fabricará o Ginga descobriu que ele exigiria o pagamento de royalties internacionais. Foi fechado um acordo com a empresa americana Sun Microsystems para a substituição dessas partes do software por urna versão livre de royalties. Esse trabalho ainda está em curso. Nos últimos meses, alguns começaram a defender o lançamento de uma versão 1.0 do Ginga, sem a parte que exige pagamento de royalties. Não prosperou.

Segundo Roberto Barbieri, vice-presidente do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), as especificações do sistema devem ficar prontas neste ano. “A interatividade é o principal desafio do projeto, porque exige muitas parcerias com universidades e com a indústria. O fórum vai trabalhar forte em urna campanha nacional para incentivar a adoção da TV digital", afirma.

Conversores caros

A promessa do ministro das Comunicações, Hélio Costa, de trazer ao mercado um conversor digital para receber o sinal da nova tecnologia pelo preço de R$ 100 ainda não aconteceu. Os produtos mais baratos são os da Proview e da Aiko, que custam em torno de R$ 300. Costa destacou que é preciso produzir mais para reduzir os preços.

A justificativa do Ministério envolve a demanda: quanto maior for o interesse, mais se fabrica aparelhos, o que impacta diretamente nos preços. A adesão para a Positivo, foi abaixo do esperado. Já na LG, 15% das vendas são de TVs de LCD acima de 32 polegadas com conversor integrado e 35% das TVs acima de 42 polegadas, de plasma e LCD, vendidas contam com o set-top box. Na Samsung, o modelo de TV com conversor embutido representa 5% das vendas.

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