Sexo na TV estimula gravidez precoce e encurta adolescência, diz estudo

Cenas de forte apelo erótico afetam o comportamento sexual de jovens, segundo pesquisa da Academia Americana de Pediatria publicada pela revista Pediatrics. O estudo revelou que jovens expostos a conteúdo erótico na TV estão mais propensos à passar por uma gravidez precoce nos três anos seguintes à exposição.

Durante três anos, o estudo analisou 2.000 adolescentes de 12 a 17 anos que foram questionados sobre seus hábitos sexuais e preferências televisivas. Na opinião de Mara Pusch, sexóloga do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a pesquisa efetuada nos EUA também serve para o Brasil. "Quando o Big Brother tem mais audiência? Durante as cenas debaixo do edredom. As próprias participantes sabem que terão mais chances de sucesso se tirarem a roupa ou beijarem alguém. Isso tudo constrói um contexto de banalização do corpo e da sexualidade", salientou Mara.

Para a sexóloga, mesmo as cenas de ficção têm potencial para estimular o diálogo sobre sexo na família. "Na novela 'Páginas da Vida', por exemplo, o sexo era mostrado por meio de relação afetuosa entre o pianista e a bailarina. Cenas de beijo, em que há carinho, não precisam ser proibitivas, até porque corre-se o risco de o jovem crescer com a imagem de que sexo é feio, vergonhoso. O problema é que muitas vezes ele é associado à pornografia, soa mais como agressivo do que afetivo", analisa.

Segundo Mara, apelos eróticos externos ajudam a encurtar a infância. "Meninas expostas a esses estímulos menstruam mais cedo, os estímulos fazem com que a criança se torne adolescente mais cedo: algumas falam em 'beijar na boca' aos três anos! Essas crianças, embora não tenham a resposta sexual que depende dos hormônios, repetem comportamentos", disse a sexóloga durante entrevista para Agência Estado.

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