Colunista de jornal baiano ironiza ação do Ministério da Saúde e ofende comunidade LGBT

Artigo publicado no jornal Tribuna Feirense, da cidade de Feira de Santana (BA), causou reação do Grupo Liberdade Igualdade e Cidadania Homossexual (GLICH), que atua em defesa dos Direitos Humanos e Cidadania plena do Público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais Travestis e Transexuais).

No texto, intitulado "Após camisinha, Bolsa-Vaselina do Governo", o articulista Franklin Maxado repudia a campanha do Ministério da Saúde que disponibilizará lubrificantes nos postos de saúde, a exemplo da distribuição de camisinhas.

"O Ministério da Saúde, sensibilizado com as dores dos gays, bixas, viados, baitolas, quariras, travestis,frescos, xibungos, bonecas, maricas, transexuais e que outros nomes deem ao terceiro sexo, acaba de comprar mais de um milhão e meio de reais em saquinhos plásticos com vaselina para distribuir nos postos de saúde", escreveu.

Ao final do texto, o articulista sugeriu, ainda, que os sachês com lubrificantes fossem distribuídos também às mulheres, pois, em caso de violência sexual, o desconforto seria menor e seriam evitados "maiores danos".

A GLICH reagiu imediatamente ao texto de Maxado pedindo a publicação de carta-resposta, assinada pelo vice-presidente da instituição, Fábio Ribeiro, ao jornal Tribuna Feirense. Para a organização, as declarações do articulista foram preconceituosas e servem de subisídio para que ele seja processado.

Ribeiro declarou ao Portal Imprensa que ficou chocado com a atitude do articulista. Surpresa ainda maior, segundo ele, posto que, Maxado participou, como espectador, de eventos promovidos pela GLICH. "A gente não esperava isso dele, ainda mais porque ele frequentou vários eventos da gente". Ele completou dizendo que, caso Maxado não publique um pedido de retratação pública, a instituição moverá ação contra o articulista.

O editor-chefe do jornal Tribuna Feirense disse à Imprensa que o diário não tem responsabilidade sobre os artigos publicados, uma vez que o espaço é cedido aos colunistas para que eles expressem opiniões pessoais, que não correspondem ao posicionamento do jornal. Já sobre a controvérsia gerada pelo artigo de Maxado, o editor-chefe diz não repudiá-la. "Qual o jornal que não quer polêmica? Se for pra escrever o que todo mundo vê, aí eu não quero, mas se eu concordo com o que ele escreveu, isso é outra coisa…", declarou.

Até o fechamento desta matéria, Franklin Maxado não tinha respondido às tentativas de contato da equipe de Imprensa.

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