Projeto incentiva séries na TV pública

Foi ao som de "Pa’Bailar", do grupo Bajofondo, música de abertura da trama global das oito "A Favorita", que representantes do Ministério da Cultura, da TV Brasil, das associações de emissoras públicas e de produtores independentes e da Cinemateca Brasileira divulgaram na noite de terça-feira, em São Paulo, o edital de seleção de projetos de desenvolvimento e produção de seriados para TVs públicas para jovens de classes C, D e E entre 15 e 29 anos, cujo objetivo é não só gerar conteúdo educativo para TVs públicas de todo o País como também inovar a linguagem na TV. O lançamento será na próxima segunda-feira, dia 15.

Esta é uma das 16 ações de conteúdo para TV que integram o projeto FICTV/Mais Cultura Audiovisual, do Ministério da Cultura, da qual fazem parte, por exemplo, o DocTV, com documentários exibidos pela TV Cultura.

Nesta ação específica, produtoras independentes ou produtores associados a essas produtoras devem enviar projetos que se remetam à juventude e para a população carente que forma as classes C, D e E. O processo de seleção será feito em duas fases.

Na primeira, oito projetos serão selecionados por uma comissão julgadora e receberão R$ 250 mil cada um para executar um projeto-piloto, que irão ao ar em TVs públicas e serão julgados não só pelo conteúdo como também por uma detalhada análise da audiência. Na segunda fase, dois pilotos (ou três, se o MinC arrecadar mais recursos) serão selecionados e cada um receberá R$ 2,6 milhões para produzir uma minissérie de 13 episódios.

O formato seriado é apenas uma das linguagens sugeridas durante o seminário Teledramaturgia e Juventude, que aconteceu em outubro na Cinemateca Brasileira em São Paulo, para atingir jovens de baixa renda, que constitui um quarto da população brasileira. Devem ser produzidos ainda editais para programas de TV, sites e revistas culturais eletrônicas, segundo Silvana Meireles, secretária de articulação institucional e coordenadora executiva do programa Mais Cultura.

De acordo com Antônio Achilis, presidente da Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais, 140 milhões de habitantes estão ao alcance do sinal das emissoras estaduais em todo o Brasil. “Nossa idéia, ao apoiar este projeto, é que talentos de produtores de todo o Brasil sejam mostrados na TV”, afirmou. Silvana destacou quais serão os critérios de avaliação dos projetos: criatividade, potencial de provocação de debates públicos e de formação de audiência.

O valor de R$ 250 mil por episódio foi fruto de um estudo da Associação Brasileira de Produtores Independentes. De acordo com o presidente, Fernando Dias, com estes recursos os produtores terão dinheiro para apresentar projetos com a mesma qualidade de outras emissoras. “A esperança é que possamos olhar para a TV brasileira daqui a um ou dois anos e ver que é de grande qualidade. Vale lembrar que em todo o mundo as melhores TVs são públicas”, pontuou.

“É possível fazer coisas diferentes na TV e não só o que nos obrigam ver há tantos anos”, completou Dora Mourão, presidente da Sociedade Amigos da Cinemateca.

Quando a coletiva terminou, "Pa’Bailar" voltou ao som ambiente.

SAIBA MAIS:
As inscrições devem ser feitas entre dia 15 de dezembro e 15 de março pelo site fictv.cultura.gov.br .

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