Fabricantes são o ponto de resistência ao selo Ginga

O mercado de TV Digital vive dias agitados no Brasil. O momento é de definição. Para os fornecedores de tecnologia presentes ao SET 2008, evento que acontece na capital paulista, a interatividade via o middleware nacional deverá chegar ao consumidor bem antes dos dois outros pilares do sistema SBTVD: A mobilidade e a multiprogramação. O Fórum Nacional de TV Digital tenta um consenso para viabilizar o Ginga 1.0 o quanto antes.

Conforme revela a jornalista Cristina de Luca, na sua coluna Circuito, numa entrevista feita com o presidente do Fórum Nacional de TV Digital, Roberto Franco, também diretor de Tecnologia do SBT, a entidade trabalha para criar um selo para os conversores com conformidade Ginga.

Os fabricantes – do elo da cadeia ligada à tecnologia – são os mais resistentes à idéia, mas já há também quem acredite que essa possa vir a ser a solução para ampliar o espaço da TV Digital no Brasil.

Cobrança, aliás, feita pela primeira vez pelo ministro Hélio Costa aos Radiodifusores, ao participar do evento. Costa criticou o fato de as emissoras e os fabricantes não estarem fazendo o esforço necessário para massificar o novo sistema nacional de TV.

"A interatividade é um atrativo relevante. E os radiodifusores já perceberam isso. Pouquíssimos brasileiros têm hoje um televisor capaz de oferecer alta definição de imagem, mesmo que o conversor tenha saída HDMI", explica Luiz Eduardo Leite, sócio da Mopa, uma das desenvolvedoras do Ginga no país.

A multiprogramação não é de interesse das próprias emissoras – posição, inclusive, foi defendida pelo diretor de engenharia da Globo, Fernando Bittencourt, em evento realizado na semana passada no Rio de Janeiro. O executivo deixou claro que a multiprogramação é "cara e complexa neste momento".

Na prática, as emissoras preferem oferecer melhor qualidade de som e de imagem ao telespectador. No caso da Imagem, só possível na transmissão H264 a 13,7Mbps. "Acredito que a multiprogramação seja mais importante para as empresas públicas" argumenta Roberto Franco.

"Mas mesmo a BBC já viu que será preciso aliar alta definição à interatividade. E esse modelo misto limita o uso do espectro", completou o presidente do Fórum Nacional de TV Digital. Já a mobilidade,apesar da especificação disponível, desperta pouco interesse dos fabricantes, pelo menos, neste momento.


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