Para ‘subir’ audiência, TV paga quer excluir pobres de pesquisas

Reproduzido da coluna Outro Canal, da Folha de S. Paulo

Está em discussão na ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura) proposta de excluir da amostra do Ibope para medição de audiência da TV paga todos os domicílios com menos de 15 canais fechados. Isso significa ignorar o que os mais pobres (da classe C) pagam para ver e vai na contramão dos novos pacotes.

A mudança, acredita-se, estancaria a queda no consumo de canais – no ano passado, o brasileiro viu TV paga quase dez minutos a menos do que em 2006. A lógica é a seguinte: quanto mais canais o assinante compra, mais TV paga ele vê.

A proposta integra estudo do Ibope que aponta o trânsito e a internet como co-responsáveis pelo declínio da TV paga.

No total da amostra nacional de TV paga do Ibope, seriam eliminados 13% dos atuais domicílios. Mas a exclusão afetaria, principalmente, o Rio, onde 32% dos domicílios têm menos de 15 canais. Os canais da Globosat seriam favorecidos.

Em nota à Folha a ABTA minimizou a queda de audiência da TV paga. "O critério para aferir público na TV por assinatura não deve ser quantitativo, mas sim qualitativo, pois se trata de audiência segmentada, qualificada. A base de assinantes cresce ano a ano no Brasil, portanto a mera audiência quantitativa não é critério para a definição de investimentos na TV paga ou parâmetro para medir seu desempenho no país", diz a nota.

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