Investigação da PF, que levou à prisão de Daniel Dantas, passa pelo lobby pró BrT-Oi

Reproduzido da TeleTime News

Daniel Dantas foi preso nesta terça, 8 de julho. Ele e as principais cabeças de se seu grupo Opportunity, tais como sua irmã Verônica Dantas, seu cunhado Arthur Carvalho, seu ex-cunhado Carlos Rodenburg, seu sócio e presidente do Banco Opportunity S/A. Acusações: lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro, formação de quadrilha… Detalhes da operação e da prisão estão na imprensa, especialmente no Terra Magazine, que deu a notícia em primeira mão.

O que se saberá nos próximos dias, segundo apurou este noticiário, é que o clímax da investigação da Polícia Federal coincidiu com o auge das negociações para a venda da Brasil Telecom para a Oi, nos primeiros meses deste ano. E o conteúdo das investigações, também segundo informações confiáveis, é para lá de explosivo, e passa por um intenso trabalho de lobby e pressão de Dantas junto a setores do PT e do governo.

O que se sabe até aqui é que a gênese da BrOi foi observada atentamente pela Polícia Federal, seja do ponto de vista dos contatos políticos para que ela saísse do papel, seja do ponto de vista das pressões e manipulações feitas junto à imprensa. Muito ainda deverá ser revelado, segundo fontes confiáveis.

Um dos personagens que já aparecem é Luiz Eduardo Greenhalgh, ex-deputado federal do PT, quase presidente da Câmara dos Deputados (perdeu para Severino Cavalcanti), renomado advogado e influente integrante da cúpula do PT. Greenhalgh, segundo apurações da PF, manteve contatos intensos e freqüentes com Humberto Braz em defesa dos interesses de Dantas. Humberto Braz, recorde-se, foi presidente da Brasil Telecom Participações durante a gestão Dantas, quando cuidava dos interesses do Opportunity junto à imprensa, Marcos Valério e mais uma série de episódios, todos devidamente apurados pelas auditorias feitas pela BrT. Depois que fundos e Citibank demitiram Dantas do controle da BrT, Humberto Braz continuou prestando serviços ao Opportunity.  Braz e Greenhalgh negociavam a BrOi. Faziam lobby junto ao governo, apontam as investigações. A prisão preventiva de Greenhalgh foi pedida pela polícia, mas não foi concedida.

No âmbito das negociações para a fusão entre Brasil Telecom e Oi, Daniel Dantas conseguiu vender suas participações por mais de US$ 1 bilhão, segundo cálculos de TELETIME, acertou um acordo judicial com os fundos de pensão em que levou R$ 145 milhões, pagos pela Oi, se livrou de um processo de pelo menos US$ 300 milhões movido pelo Citibank em Nova York. Samuel Possebon e Bob Fernandes, do Terra Magazine

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