Proposta de limite de propaganda no PL-29 divide mercado

Da coluna Outro Canal, da Folha de S. Paulo

Um dos principais motivos de desagrado com a TV por assinatura, a publicidade nos canais pagos poderá ter limite. O assunto está sendo discutido na Câmara dos Deputados, onde tramita o PL-29, que visa reorganizar toda a legislação do setor, instituir a abertura desse mercado às teles e criar cotas de conteúdo nacional.

A fixação de um percentual de propaganda na TV paga rachou emissoras de TV aberta e programadoras de canais. Inicialmente, o PL-29 propunha uma média de 25% de propaganda nos canais pagos, mesmo limite da TV aberta, com tolerância de até 30% nos horários de pico. Parece muito, e é, mas 25%, ou 15 minutos por hora, é menos do que alguns canais praticam atualmente. Anteontem, por exemplo, o Sony exibiu 20 minutos (33%) de propaganda e chamadas durante uma hora de "Grey’s Anatomy". Há canais que exibem mais publicidade ainda.

A Abert (associação das redes) protestou contra os 25% na TV paga. As emissoras abertas temem perder publicidade para os canais pagos, principalmente os controlados pela Globo. Algumas querem limitar a no máximo 15% o tempo. O tema divide a própria Globo. Sua programadora, a Globosat, defende 25%. Mas executivos da rede querem 10%.

Pressionado, o relator do PL-29, Jorge Bittar (PT-RJ), deve recuar dos 25%. Já tem uma proposta alterando o limite para 10% de média diária, com até 15% nas horas de pico. Mas esse percentual deve ser alterado. A tendência são os 25%.

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