No momento que anuncia a sua entrada no mercado de TVS LCD nos tamanhos de 19 a 47 polegadas no país, a AOC Brasil, empresa de origem taiwanesa, admite que a pressão do governo para ter um setup-box a R$ 300,00 fez a companhia rever o plano de ingressar neste mercado no segundo semestre.
"O governo confundiu ainda mais o consumidor ao pedir: Não compre. O preço vai baixar, quando os fabricantes dizem que não há volume para isso. O governo gerou incerteza",criticou o vice-presidente de vendas e marketing da AOC Brasil, Maurizio Laniado.
A entrada da AOC – que completa 10 anos no Brasil – no mercado de TVs é considerada uma nova etapa e absolutamente necessária na era da revolução digital. Os valores investidos pela companhia no mercado de TVs não foram revelados pelo executivo responsável pelos negócios no país, mas a fábrica de Manaus será dedicada à manufatura dos televisores LCD.
A unidade da Zona Franca de Manaus também terá produção de monitores para Informática, mas tão somente para a demanda das regiões Norte e Nordeste. A maior parte dos monitores será produzida na fábrica instalada em Jundiaí, no interior de São Paulo.
Em 2007, a AOC produziu 2,1 milhões de monitores LCD ( a empresa não produz mais monitor de tubo desde o primeiro trimestre de 2007). Para este ano, a expectativa é de um crescimento em torno de 10% – chegando a 2,31 milhões, dentro do esperado pelo segmento.
Laniado garantiu que a decisão da AOC de vir para São Paulo com a fábrica de monitores foi tomada antes da guerra fiscal estabelecida entre os estados de São Paulo e do Amazonas – os produtos da Zona Franca pagam cerca de 7% de imposto a mais do que os equipamentos manufaturados no solo paulista.
"Foi uma questão de logística. Tínhamos que estar mais próximos dos nossos clientes da região Sul e Sudeste. A fábrica de Manaus atenderá à produção de TVs. Questionado se a AOC, ao entrar no mercado de TVs não iria "bater de frente" com os gigantes LG, Samsung e outros, o vice-presidente de vendas e marketing da AOC Brasil frisou que "não vamos enfrentar ninguém".
Laniado, no entanto, em função de as TVs – nos modelos de 19, 22 e 32 polegadas estarem chegando ao mercado varejista nesta semana – não quis adiantar os preços a serem fixados. "Prefiro não dar preços porque essa é uma negociação que ainda está em curso. Posso garantir que seremos competitivos o suficiente para ampliar ainda mais a disputa nesse segmento e fazer o consumidor brasileiro pensar em comprar uma TV LCD", destacou Laniado.
"Precisamos entender que a TV vive um momento diferenciado por causa da convergência digital. Ela que tinha saído da sala e ido para os quartos, com a evolução da tecnologia, voltou para a sala e, agora, faz parte da decoração. É um estilo de vida. A TV ganhou um papel diferente", completou o vice-presidente da AOC Brasil.
Até julho, toda a linha de TVs da AOC – batizada de Toriba, que em tupi-guarani significa Sorriso, estará disponível para o consumidor. No segundo semestre, os modelos de 42 e 47 polegadas vão incluir também receptor/conversor de TV Digital de alta definição.
Segundo Laniado, a espera da AOC não está relacionada à questão do Ginga, middleware de interatividade escolhido pelo governo Lula para a TV digital brasileira, mas sim, a própria necessidade da companhia de adequar o produto ao seu modelo de TV.
Mas o executivo garante que esse terminal embutido será preparado para incluir o Ginga de forma simples e automática, assegurando que o usuário não terá que comprar uma nova TV ou um conversor com Ginga para conseguir a interatividade, como acontecerá com os atuais modelos disponíveis no mercado.
Apesar da grande aposta da AOC no mercado de TVs LCD, a companhia, assegura Laniado, tem os monitores como a "alma" dos negócios. O lançamento da linha de TVs da AOC aconteceu nesta quinta-feira, 15/05, na capital paulista. A produção da unidade de Manaus também será dedicada ao mercado latino-americano, mas a empresa não revela a expectativa de volume para a exportação.
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