Para Unesco, liberdade de imprensa piorou no Brasil em 2007

Em 2007, a situação do exercício do jornalismo e a liberdade de imprensa piorou no Brasil, segundo os dados divulgados no primeiro relatório do Observatório da Liberdade de Expressão. O material foi produzido pela Cátedra Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de Comunicação da Universidade de Málaga. De acordo com o relatório, os casos de agressões e ameaças a jornalistas brasileiros cresceram bastante no último ano. Além do Brasil, outros dez países latino-americanos figuram na lista elaborada pelos participantes.

A manifestação mais dramática desta deterioração é o assassinato de 18 profissionais da informação ao longo de 2007, segundo os números da Federação de Jornalistas da América Latina e o Caribe (Fepalc), recolhidos no estudo. O relatório ainda ressalta que há outros motivos para chegar a conclusões pouco otimistas, entre eles, a redução progressiva do espaço midiático na Venezuela, o uso da publicidade da administração com fins políticos na Argentina ou o estado de periculosidade imposto pelas guerrilhas na Colômbia e pelo narcotráfico no México.

O observatório, apresentado por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, estabelece também outros exemplos como a polarização da imprensa e dos políticos em Honduras, a impunidade no Peru e a detenção de repórteres em Cuba. A pesquisadora da Cátedra Unesco da Comunicação, Laura Teruel, explicou à Agência Efe que existem situações anormais como a ausência de rodas de imprensa por parte dos Governos argentino ou equatoriano ou irregularidades no uso da publicidade institucional em vários países latino-americanos.

Teruel ressaltou que existem também casos criminosos de máximo dramatismo, como o assassinato de um jornalista cuja cabeça foi cortada e enviada à redação do veículo de comunicação no México para ameaçar seus colegas. O relatório, com dados do trabalho desenvolvido pelo portal Infoamérica e por 15 organizações de defesa do jornalismo ou dos direitos humanos, estabelece que a situação da liberdade de imprensa piorou em Argentina, Bolívia, Brasil, Guatemala, Honduras, El Salvador, México, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana. Melhoraram em 2007: Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Nicarágua e Uruguai, enquanto Cuba e Venezuela mantiveram suas situações para o exercício do jornalismo.

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