Sindicato lança Centro de Cultura e Memória do Jornalista

Em solenidade na noite desta quarta-feira, dia 9, na Academia Brasileira de Letras, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio promoveu o lançamento do projeto do Centro de Cultura e Memória do Jornalista (CCMJ), que tem patrocínio da Petrobras. Um vídeo mostrou a importância e as finalidades do Centro, com depoimentos de jornalistas brasileiros favoráveis à urgente implantação do projeto. A cerimônia, seguida de um coquetel, teve apresentação do jornalista Sidney Rezende.

O jornalista Murilo Melo Filho, em nome do presidente da ABL, Cícero Sandroni, classificou o evento como “uma reunião histórica”. Lembrou a importância do resgate de um acervo com fotos e documentos produzidos pelos jornalistas brasileiros, nos últimos 200 anos, e a participação dos profissionais da imprensa e do Sindicato dos Jornalistas nos principais acontecimentos da história do Brasil. “O Sindicato jamais silenciou na defesa dos ideais democráticos.”

A presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio, Suzana Blass, disse que a idéia da criação do Centro surgiu há quatro anos, e que na ocasião admirou-se com a grandiosa dimensão do empreendimento. O Centro, acentuou, pretende se transformar em uma referência para o debate de idéias sobre o papel da imprensa e os valores éticos no exercício da profissão. “A vitalidade será uma das marcas do Centro. É fundamental a participação efetiva de estudantes, pesquisadores, jornalistas, profissionais de outras áreas e a população em geral. Nosso sonho começa a se materializar.”

O secretário de Comunicação do estado do Rio, Ricardo Cota, representando o governador Sérgio Cabral, destacou que o Centro, além de resgatar a memória da produção jornalística do passado, terá o “desafio fundamental” de recuperar textos e imagens reproduzidas atualmente na Internet. “Esse rico acervo já ameaça se perder”, advertiu. E garantiu que cobrará do governo o compromisso firmado com o Sindicato dos Jornalistas do Rio para a cessão de um prédio público estadual com a finalidade de abrigar a futura sede própria do CCMJ.

Em nome do prefeito Cesar Maia, Ágata Messina, secretária especial de Comunicação Social, anunciou a doação simbólica ao CCMJ dos 20 volumes da coleção Cadernos de Comunicação, sobre a história da imprensa, editada pela Prefeitura. A idéia da coleção, observou, surgiu em 2001 devido ao desconhecimento de jovens jornalistas em relação à história da imprensa. “Só podemos nos preparar bem para o futuro se tivermos perfeito conhecimento do nosso passado”, observou.

Suzana Tatagiba, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo e diretora da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), disse que em 2008 os jornalistas são a pauta. “Comemoramos 200 anos de imprensa nacional, 100 anos de fundação da ABI, 90 anos do primeiro congresso nacional da categoria e 70 anos da instituição dos primeiros registros profissionais.”

E leu um pensamento de Rui Barbosa sobre a importância da imprensa: “A imprensa é a vista da nação. Por ela é que a nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe; enxerga o que lhe mal fazem; devassa o que lhe ocultam e tramam; colhe o que lhe sonegam ou roubam; percebe onde lhe alvejam ou nodoam; mede os que lhe cerceiam ou destroem; vela pelo que lhe interessa e acautela-se do que a ameaça.

Gerente de Imprensa da Petrobras, Lucio Pimentel disse que o patrocínio da estatal ao projeto do Centro de Cultura e Memória do Jornalismo contribuirá para tornar o Brasil melhor, na defesa da liberdade de expressão e acesso à informação. Destacou que as histórias do Brasil, da Petrobras e da imprensa se inter-relacionam. “A campanha O Petróleo é Nosso nasceu com o apoio da imprensa. Hoje, a Petrobras não poderia deixar de patrocinar um projeto relacionado com a história de quem vem contando a história do Brasil e da Petrobras”, destacou. Também demonstrou interesse em conversar sobre a regionalização do projeto do CCMJ, estendendo-o a outros estados brasileiros, sugerida por Suzana Tatagiba durante a solenidade.

O jornalista Maurício Azêdo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa, também elogiou a criação do Centro. “A iniciativa cobre uma lacuna histórica de falta de informação sobre a trajetória da imprensa e dos jornalistas. Esse levantamento é essencial para se conhecer melhor a história do país”, destacou.

O Centro de Cultura e Memória do Jornalismo será um espaço de destaque para abrigar a história da imprensa no Brasil, uma referência nacional de reflexão sobre a atividade jornalística. Deverá contar com um acervo permanente de peças históricas e organizar cursos, seminários e exposições, além de abrigar livraria, café, biblioteca e auditório. A interatividade será uma de suas marcas. O acervo documental incluirá depoimentos de jornalistas, que resgatarão a história do jornalismo nacional e de suas interseções com as trajetórias política, cultural, social e econômica do País. Um espaço de encontro e de pensamento voltado para profissionais, estudantes e a sociedade em geral. Inicialmente, o Centro funcionará em um portal, com os acervos já organizados e um guia de referência de fontes de pesquisa. Na segunda fase, o centro terá sua sede própria aberta ao público.

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