Google diz que negócio Microsoft-Yahoo! põe em risco a abertura da internet

O executivo-chefe do Google, Eric Schmidt, disse nesta segunda-feira(17) ter dúvidas de que a Microsoft vá respeitar a 'abertura da internet', caso consiga comprar o Yahoo!. Ele disse estar preocupado com manutenção do livre fluxo de dados na rede.

'Nós deveríamos esperar que qualquer coisa que eles [a Microsoft] fizessem estaria de acordo com a abertura da internet, mas eu duvido disso', afirmou Schmidt, durante conversa com jornalistas na China. Ele citou como exemplo a 'história da Microsoft' e 'as coisas que eles têm feito e que são tão difíceis para todo mundo', mas não deu maiores detalhes.

No fim de fevereiro, a CE (Comissão Européia, órgão executivo da União Européia), multou a Microsoft em 899 milhões de euros (cerca de R$ 2,4 bilhões) por não cumprir as obrigações determinadas em 2004 para corrigir violações às regras de concorrência.

A comissão afirma que a empresa norte-americana cobrou preços excessivos a seus concorrentes para ceder informações essenciais sobre seus softwares, a fim de que outras empresas fabricassem produtos compatíveis.

'Influência ilegal'

Principal alvo da Microsoft com a possível compra do Yahoo!, o Google já havia afirmado que o negócio suscita questões 'perturbadoras'. Em um post publicado em fevereiro em seu blog corporativo, a empresa questiona se a Microsoft pode 'estender para a internet o mesmo tipo de influência ilegal e inapropriada que mantém sobre os PCs'.

Na mensagem, assinada por David Drummond, vice-presidente de Desenvolvimento Corporativo e conselheiro jurídico do Google, a companhia afirma que o negócio é 'mais que uma simples transação financeira, uma empresa comprando a outra'.

'Enquanto a internet premia inovação competitiva, a Microsoft procurou estabelecer monopólios –e então usar sua dominação para novos mercados adjacentes', afirma o executivo.

Batalha

No dia 7 de março, o presidente-executivo da Microsoft, Steven Ballmer, prometeu que sua ganhará mercado diante do Google na publicidade on-line e nas buscas da web, mesmo que isso seja a última coisa que ele faça no comando do grupo. A compra do Yahoo! seria uma forma de alavancar o processo.

'No mercado on-line é só Google, Google, Google, mas estamos no jogo. Somos aquele cara pequeno mas persistente que ganha vindo de trás', afirmou Ballmer.

As negociações entre o Yahoo! e a Microsoft já se arrastam desde o início de fevereiro. A empresa de Bill Gates fez uma oferta equivalente a US$ 44,6 bilhões, que foi rejeitada pelo conselho de diretores do Yahoo!. Agora, a Microsoft deve fazer sua proposta diretamente aos acionistas.

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