Programação da TV Brasil começa a mudar em março

A TV Brasil, emissora pública criada pelo governo federal no ano passado, vai mudar a sua programação atual, alvo de críticas por ainda carregar supostos vícios de televisões oficiais, segundo mostrou reportagem publicada pelo Estado ontem. O diretor-geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Orlando Senna, afirmou ontem que já está em curso um movimento de mudanças na grade de programação, em dois estágios: um a ser concluído em março, outro em julho.

Hoje, a EBC exibe programas herdados da antiga TVE Brasil e da Radiobrás, com algumas novidades, como o noticiário Repórter Brasil. O processo de mudança, garantiu ele, será feito aos poucos – a identidade visual da TV, por exemplo, ainda não é definitiva. “A TV Brasil terá uma cara reconhecível”, disse Senna.

A presidente da EBC, Tereza Cruvinel, que é jornalista, afirmou que a grande renovação da nova emissora será dada pelas produções independentes. “TV não é como matéria de jornal, que a gente escreve num dia e sai logo no dia seguinte”, explicou. Ela disse que o comando da empresa não contava com o “atraso institucional” na votação da medida provisória que cria a EBC e que só deve ser concluída em março no Senado, mas declarou acreditar na aprovação final. O texto-base já foi aceito pela Câmara. Falta votar destaques, antes de ser encaminhado aos senadores.

Uma das mudanças prometidas para a emissora será a designação de correspondentes para Buenos Aires e Caracas, a ser feita assim que a MP for aprovada e a nova empresa tiver orçamento próprio. A diretora de Jornalismo da EBC, Helena Chagas, explicou que essas duas capitais latino-americanas serão as primeiras que receberão repórteres em caráter permanente. Nos Estados Unidos, a TV Brasil também deverá efetivar um profissional. O primeiro correspondente no exterior, contudo, começa a trabalhar em Angola em março. Depois, é provável que seja fixado um repórter na Europa, em Genebra ou Bruxelas.

Planejamento

“Estamos entrando na segunda fase do nosso trabalho”, disse Helena. “A primeira consistiu em colocar o Repórter Brasil no ar, à noite e de manhã. Tivemos um mês para isso, o que é uma loucura. Agora, queremos aprimorar o Repórter Brasil, corrigir e trocar a roda com o carro andando”, adiantou.

A EBC ainda comemora alguns números de audiência no carnaval quando focou a festa popular nas ruas no Rio e em Salvador, em parceria com emissoras estatais estaduais.

Ontem, a emissora assinou, no Rio de Janeiro, um memorando de entendimento com o Centro de Informações das Nações Unidas para o Brasil (Unic Rio) e o United Nations Radio and Television Service. O acordo prevê o recebimento, pela EBC, entre outros, do programa televisivo 21st Century, de documentários de rádio e televisão, imagens, textos e outros materiais. A emissora dará apoio técnico aos representantes da ONU, que treinará profissionais em questões internacionais.

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