Requião propõe debate com desembargador e juíza

O desembargador Edgar Lippman, do Tribunal Regional Federal da 4º Região, e a procuradora Antônia Lélia Sanchezeu, foram convidados pelo governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), para um debate. O juiz proibiu o governador da usar as transmissões da Rádio e da TV Educativa do estado para agredir adversários políticos e desafetos e para fazer promoção pessoal.

Durante o programa "Escola do Governo", o governador questionou o comportamento ético do magistrado, denunciou a suposta censura contra ele. Após exibir uma série de depoimentos criticando a decisão do TRF, Requião apareceu na RTVE, canal 9, com o áudio cortado e sob um carimbo de censurado. O site Consultor Jurídico relatou que, pela Rede Mercosul, canal 21, o programa era exibido com áudio normal.

Atendendo ao pedido do Ministério Público Federal, em 8 de janeiro, o desembargador proibiu o governador de utilizar as transmissões do programa para promoção pessoal e agressão a adversários. Além da proibição, foi estipulado na sentença multa de R$ 50 mil e foi estipulado pagamento de R$ 200 mil em caso de reincidência. Lippman condenou Requião por entender que as atitudes do governador não correspondem ao intuito educativo da TV.

Na tentativa de questionar a decisão, Requião dedicou uma receita de ovo frito ao desembargador e à procuradora, em referência ao comportamento adotado durante o período da ditadura militar em que, ao ser censurado, os jornais e revistas publicavam receitas de bolo, poemas ou gravuras de duplo sentido.

Requião desafiou os dois a comparecerem ao programa "Escola de Governo". "Quero fazer um convite democrático. Venham bater um papo sobre liberdade de imprensa. Teríamos uma reunião muito densa, mas extremamente respeitosa. Afinal, eles não estão proibidos de emitir opinião na Paraná Educativa", declarou o governador, durante a abertura da reunião, no auditório do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.

O governador acusou o MPF de agir por vingança. Disse, ainda, que a ação seria uma reação à denúncia de que os salários do Ministério Público do Paraná são até 262% superiores ao dos servidores do Poder Executivo.

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