Pesquisa revela que emissoras culturais e educativas desconhecem seu papel

Rio de Janeiro – Pesquisa realizada pela Associação das Rádios Públicas do Brasil (Arpub) e conduzida pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) sobre a radiodifusão pública mostra que há muita confusão no país, entre as emissoras culturais e educativas, na definição do papel e da programação desse tipo de veículo.

O diretor-geral da Rádio Unesp, Ricardo Alexino Ferreira, informou hoje (22) no 1º Fórum Nacional de Rádios Públicas, no Rio de Janeiro, que o questionário contendo 95 perguntas e distribuído a 65 emissoras culturais e educativas recebeu 32 respostas.

Ferreira disse que todas as emissoras que participaram da sondagem afirmaram ter programas “ditos culturais” e ter jornalismo. “Mas que tipo de jornalismo?”, indagou o diretor da Rádio Unesp. Ele defendeu que mais do que informar, a emissora deve dar ao ouvinte a interpretação dos fatos.

Na avaliação de Ferreira, uma emissora cultural e educativa não deve se preocupar com a audiência, ou seja, com a necessidade de ter público, “porque não vai ter”. Deve estar associada à idéia de educação, sem contudo "baixar o nível da programação para que o público a entenda".

“Eu acho uma temeridade. O papel de um veículo de comunicação não é formação. O papel de uma emissora cultural e educativa continua sendo o de educar, mas não tem o compromisso de formar. O compromisso será o de trabalhar a informação”, reiterou Ferreira.

O diretor da Rádio Unesp sugeriu que rádios educativas e culturais ofereçam aos ouvintes a possibilidade de novas sonoridades, “mesmo que isso não seja popular”.  Para Ferreira, a pesquisa permitiu uma geografia do que são as emissoras culturais e educativas. “O papel hoje de uma emissora cultural e educativa é um grande desafio”, afirmou.  

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