Primeiros conversores chegam ao comércio por até R$ 1,1 mil

SÃO PAULO – Os primeiros conversores de TV digital (set-top boxes) chegam às lojas de eletroeletrônicos no próximo dia 26, com preços muito acima dos anunciados pelo governo. A Semp Toshiba, primeira fabricante a apresentar os aparelhos de sua marca, terá duas versões, ambas importadas: uma para aparelhos de TV convencionais, que custará R$ 800, e outra para televisores com imagem em alta definição (HDMI), ao preço de R$ 1,1 mil.

Nos dois casos, os valores são muito superiores aos anunciados pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, para os conversores. Ele defendia um preço máximo de R$ 200, mas chegou a falar até em R$ 30. Na semana passada, Costa ameaçou justamente importar conversores caso os fabricantes não reduzissem seus preços.

Em resposta ao ministro, o presidente da Semp Toshiba, Afonso Hennel, disse ontem que os conversores estão mais caros porque têm tecnologia exclusiva. Por isso, afirmou, não cabem comparações com os preços cobrados pelo equipamento em outros mercados.

– O sistema brasileiro é mais avançado que o de mercados desenvolvidos, como o do Japão – disse Hennel, referindo-se às afirmações de Costa de que os conversores digitais custam entre US$ 60 e US$ 100 (R$ 106 a R$ 176,80, ao câmbio de ontem) em países como EUA e Japão.

Apenas duas empresas fabricam processadores

Hennel alegou ainda que os chips (processadores) usados nos conversores para o padrão digital brasileiro só foram lançados recentemente são produzidos por apenas duas empresas. Por isso, ainda não há escala para que a indústria negocie preços mais baixos.

– Claro que os preços estão altos, é um único mercado, ainda sem escala, que está demandando os chips.

As primeiras transmissões de TV digital aberta no Brasil acontecerão no próximo dia 2 de dezembro, restritas à cidade de São Paulo. A expectativa é que o serviço chegue ao Rio, a Belo Horizonte e a Brasília já no início do ano que vem.

Segundo o presidente da Semp Toshiba, a demora do governo em definir aspectos técnicos do sistema local e, principalmente, a promessa não cumprida de reduzir a carga de tributos para importação das "caixinhas" (Imposto de Importação, IPI, ICMS e PIS/Cofins) também contribuíram para inflacionar os preços nesta etapa.

– Para se ter um padrão de TV digital mais sofisticado que em países desenvolvidos, tem de se pagar um preço – afirmou Hennel.

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