Oi vai brigar por mais freqüência, se Vivo e Tim não se desvincularem

O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, elogiou a decisão da Anatel, que deu prazo de seis meses para a Telefónica e a Telecom Italia promoverem a desvinculação das operadoras brasileiras Vivo e Tim, mas ressaltou que, se a decisão não for cumprida, irá pleitear pelo menos o dobro de freqüência disponível hoje para a sua empresa. "A decisão da Anatel foi sábia, porque diz que em seis meses terá que ser apresentado um plano para a desincompatibilização das empresas, o que significa fusão ou venda de ativos", comentou Falco, referindo-se à decisão da Anatel sobre a entrada da Telefónica no capital da Telecom Italia, principal acionista da TIM.

Há 15 dias a agência reguladora deu o sinal verde para a operação internacional, mas impôs algumas restrições, entre elas a de que as duas empresas têm que apresentar uma proposta para que as operadoras brasileiras não fiquem coligadas. "Com essa operação do jeito em que está, o mesmo grupo passará a contar com 50 MHz de freqüência da Tim e  50 MHz da Vivo. Como o limite estabelecido pela Anatel é 50MHz,  o meu questionamento será técnico: eu também vou querer 100 MHz", deixou claro o presidente da Oi. "Como competidor não somos a favor nem contra a essa operação, só quero saber com quantos MHz estarei competindo", reforçou. Quando mais freqüências, mais clientes as operadoras podem ter.

3G

Falco pretende lançar a 3G na região de concessão da operadora, que inclui o Nordeste e a Amazônia, e ironizou: "vamos ganhar São Paulo de graça. De acordo com a licitação, quem compra o Nordeste ganha São Paulo e, já que é de graça, vamos entrar com 2G e 3G em São Paulo, até porque não faz sentido construir uma rede 3G sem construir uma rede 2G.”

Na avaliação do presidente da Oi, o leilão, marcado para o dia 18 de dezembro, não deve trazer surpresas e criticou a declaração do presidente da Vivo, Roberto Lima, que reclamou dos preços estabelecidos pela Anatel. Para Falco, os que estão reclamando querem "melar" a licitação, porque já têm as freqüências que precisam para prestar os serviços de terceira geração. " Se tá caro, não entra, a resposta é simples. Como essas empresas já  têm a freqüência, podem lançar novos serviços de banda larga sem os compromissos de universalização do edital. Nós chegamos depois da faixa de 850 MHz e dependemos do leilão para ter a terceira geração", argumentou.

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