Gustavo Leão é convocado para protagonizar campanha “contra pirataria”

Rio – Desde que o DVD de‘Tropa de Elite’ vazou para os camelôs da cidade a pirataria virou assunto de ordem do dia. A discussão ganhou novo fôlego agora com a nova campanha do Fórum Nacional Contra Pirataria e Ilegalidade protagonizada pelo ator Gustavo Leão, o Mateus de “Paraíso Tropical”, cujo lema é “Pirataria faz mal à saúde do seu bolso e do Brasil”.

“Eu apóio a causa. Quem compra pirataria comete o mesmo crime de quem consome drogas”, defende Gustavo, que diz já ter cometido esse ‘crime’ no passado. “Já baixei música na Internet porque pensava que fosse legal, descobri que em alguns casos é contra a lei e agora compro CDs”, revela e dá sua idéia para combater o mal: “As gravadoras poderiam fazer uma promoção do artista da semana, colocando os CDs mais baratos durante esse período”. Será? O produtor musical e jurado do programa ‘Ídolos’, do SBT, Carlos Eduardo Miranda, não acredita que o problema seja o preço.

“O CD não é caro. R$ 30 são duas revistas ou duas entradas de cinema. Não é isso que afasta o consumidor. Falta é investir em novos talentos, acreditar no artista e fazer um produto de qualidade. Campanha na TV não vai coibir nada”, desdenha o produtor.

Leandro Sapucahy, produtor e músico, também não acredita na eficácia da campanha. “Acho bom que hoje as pessoas tenham mais acesso a seus artistas, por isso mesmo não acho que o cara que baixe música na Internet vá parar por conta de propaganda.Estamos vendendo areia de praia. Por que comprar algo que se tem de graça? O problema é que o trabalho do produtor, por exemplo, vai acabar. Ganhamos porcentagem nas vendas”, teme.

Renato Martins, vocalista da banda independente Canastra, é mais enfático. “Quem tem que fazer campanha contra a venda de CD pirata é Roberto Carlos, Ivete Sangalo, são eles que sofrem mesmo. Nós, do mercado independente, sofremos com a Internet. Você pode argumentar que podemos ganhar dinheiro com show, mas nossos ingressos são bem mais baratos que os dos grandões. Então fica difícil”, argumenta, e completa: “Temos que trazer a discussão para o mundo real, que é capitalista. Ninguém dá nada de graça para ninguém. Eu gastei para gravar aquela música. Gastei estúdio, tempo. Quem paga por isso?”.

Ringtones do sucesso

Na trama de ‘Paraíso Tropical, Gustavo Leão vive Mateus, um rapaz que por obra do acaso cria um ‘ringtone’ que vira sucesso instantâneo na Internet. Mateus fica famoso e é contratado para trabalhar numa empresa de tecnologia. O ringtone, que só pode ser ‘baixado’ de forma legal, fez Gustavo ser escalado para ser o protagonista da campanha contra pirataria. O músico Leandro Sapucahy acredita que o ‘ringtone’ seja a tábua de salvação para gravadoras e artistas. “É a única coisa que ainda dá uma graninha, porque, não sei como, não tem como ser pirateado”, especula o músico que sentiu na pele o sofrimento de ser copiado. “Tem uma música minha no ‘Tropa de Elite’, nem vi o filme ainda e tem gente me ligando para dizer que gostou. Poxa, nem sou eu que estou cantando e ainda viram na versão pirata, sacanagem”, lamenta.

O episódio do DVD também abriu os olhos de Gustavo Leão. “Foi marcante. Não vi o longa porque não gostaria que acontecesse isso com um filme meu. Sou ator e me senti atingido. Agora sei como se sentem os músicos”.

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