Banda larga no Brasil é 395 vezes mais cara do que no Japão

O custo de 1 Mbps (megabit por segundo) oferecido em Manaus é 395 vezes mais caro que a mesma velocidade disponibilizada no Japão. A constatação de um levantamento de preços da banda larga feito pela TelComp (Associação Brasileira de Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas), no qual compara o preço do megabit cobrado pelas operadoras brasileiras e as empresas que atuam em países da Europa, no Japão e nos Estados Unidos.

De acordo com o estudo, o Mbps comercializado pela Tiscali italiana, por exemplo, custa o equivalente a R$ 4,32 ao mês, enquanto na França a Orange cobra R$ 5,02 pela mesma velocidade. Na Time Warner, nos Estados Unidos, o preço é equivalente a R$ 12,75, ao passo que os internautas japoneses podem adquirir internet em banda larga de 1 Mbps do Yahoo! por R$ 1,81. Os valores do levantamento foram pesquisados pela TelComp, nos próprios sites das operadoras em 10 de julho.

No Brasil, a TelComp levantou os preços da Telefônica, NET, Brasil Telecom e Oi, em diferentes capitais. Em São Paulo, a NET cobra R$ 39,95 por 1 Mbps, enquanto a Telefônica oferece a mesma velocidade a R$ 159,80. Em Brasília, a Brasil Telecom oferece 1 Mbps por R$ 239,90. Manaus registrou o valor mais alto pelo Mbps: R$ 716,50.

O alto custo, segundo a entidade, é conseqüência da falta de concorrência na oferta de banda larga. Outro fator apontado pela pesquisa como determinante para os brasileiros pagarem uma das maiores taxas para a banda larga em todo mundo é a pouca competitividade no mercado.

Como resultado dos valores praticados pelas operadoras nacionais, apenas uma pequena parcela da população, 0,7%, possui acesso à internet de mais de 1 Mbps. A União Internacional de Telecomunicações (UIT) estabelece como banda larga a transmissão igual ou acima de 2 Mbps.

Para o presidente executivo da TelComp, Luis Cuza, o principal problema é a inoperância do setor público em não cumprir o que está previsto na Lei Geral de Telecomunicações. "O governo federal, por meio das agências reguladoras, deve implementar as ferramentas de competição já previstas em lei e decreto e atuar de forma mais firme nas questões de fusões e aquisições dos players do mercado. A concorrência propicia melhores preços e serviços. É necessário criar mecanismos que promovam esse movimento e, dessa forma, o Brasil contará com serviços de qualidade e com custos mais acessíveis", aponta.

Segundo Cuza, a concorrência só será possível se houver uma significativa otimização da rede pública e diversificação do controle das plataformas para, assim, aumentar a quantidade de soluções disponíveis aos consumidores, o que teria efeito direto nos custos do Mbps.

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